Pecado

Capítulo oitenta e três

Grávida??

O relacionamento de Meredith e Derek afundou de vez. Os dois soltavam farpas até pelo olhar. Do outro lado, Meredith e Finn estavam cada vez mais próximos, mais apaixonados.

Meredith: Pêssegos. – Afirmou, enquanto caminhava pelo jardim com Cristina e Finn, ao avistar um pessegueiro ao longe, sorrindo. – Ah, eu quero. – De repente precisava comer pêssego de qualquer jeito.

E lá foi Finn. Ele tirou o terno, deixando-o na mão de Meredith, e ela não viu como, mas ele já estava em um dos galhos mais altos da arvore. Meredith sorriu por antecipação. Nunca gostou de pêssego. Não até agora.

Cristina: Pensei que você não gostasse. – Comentou, vendo a irmã se deliciar com a 3ª fruta que comia. As duas estava sentadas em baixo da arvore, e Finn continuava lá em cima, farfalhando entre as folhas, pegando mais frutas.

Meredith: E não gosto. – Respondeu, antes de morder a fruta com vontade novamente.

Cristina: E então...?

Meredith: Só deu vontade. – Deu de ombros – FINN! – Gritou, quando Finn deixou um pêssego cair em sua cabeça. Ouviu ele rir de lá de cima.

Cristina: Mer... você está estranha, ultimamente. – Começou, cautelosa. Não queria que Meredith tivesse outra crise histérica.

Meredith: Estranha como? – Perguntou de boca cheia. Cristina riu.

Cristina: Você sente fome a toda hora. Tem comido as coisas mais estranhas. Você se irrita com facilidade. Você vomitou três vezes, só na ultima semana. – Insinuou. Meredith mordeu o pêssego de novo, sem entender, encarando a irmã – Mer, qual a ultima vez que as sua menstruação veio?

Meredith: Hum... – Ela engoliu o que tinha na boca, contando mentalmente – Tem dois meses e alguns dias. Porque? – Olhou a irmã, enquanto mordia o pêssego novamente.

Cristina: Eu fiquei exatamente assim, - Ela indicou o pêssego que Meredith tinha nas mãos – Quando estava esperando o meu Miguel. – Disse, encarando a irmã.

O farfalhar das arvores, lá em cima, parou bruscamente. Quase pode se ouvir o clique na cabeça de Meredith, quando ela entendeu o que Cristina queria dizer. Tinha chance de ser verdade. Com a vida sexual que ela e Finn tinham, podia muito ser. Um novo herdeiro.

Finn: Grávida? – Perguntou, agora sozinho com Meredith no chalé. Tinha um sorriso estranho em seu rosto, meio distante.

Meredith: Como eu não pensei nisso antes?! – Se perguntou, completamente alterada.

Finn: Mer, um bebê. – Repetiu. Gostava da idéia. Podia ver um menino loirinho como Meredith, correndo pela mansão. – É meu? – Perguntou, cautelosamente. A ultima coisa que queria agora era que ela explodisse.

Meredith tomou impulso pra responder “é claro que é, o que você acha?”, mas então se lembrou do seu aniversário. Derek. Maldição.

Meredith: Finn. Há algo que eu não te disse. – Ela começou, procurando as palavras.

Finn: Dormiu com ele? – Perguntou, observando-a.

Meredith: Não! – Se defendeu, de imediato. Finn riu. – Eu não queria que você brigasse com ele. Não mudaria nada. – Ela disse, mais pra si mesma.

Finn: O que houve?

Meredith: No dia do meu aniversário. Você saiu pela manhã. – Ela hesitou. Finn assentiu, incentivando-a – Derek me ouviu dizer a Cristina que já havia alguém que me quisesse, que me desejasse. – Finn sorriu torto, e ela não se lembrava o que tinha dito.

Finn: E...?

Meredith: Nós brigamos. Eu o enfrentei. E ele... ele me violentou. – Ela viu o sorriso de Finn morrer, e o rosto perfeito ser inundado por raiva – Finn, não! – Tentou acalma-lo. Ele assentiu, proibindo-se de ir atrás do irmão, e dessa fez jogar-lhe um tijolo na cabeça, ao invés de um simples bloco de papel – Ele é mais forte que eu. Você não estava em casa. Owen tampouco. Ninguém teria coragem de interferir. Então eu não fiz nada. Eu tentei me defender, mas foi inútil. Por fim, eu decidi não contar nada. Não ia mudar as coisas, eu não queria uma briga. Não tinha importância. Eu tomei banho, e lavei a pele com toda a força que consegui. Você percebeu, minha pele estava machucada. – Finn assentiu, se lembrando da vermelhidão na pele pálida dela – Mas agora, perante isso, pode ter sido importante, afinal.

Ela ficou enjoada em pensar nisso. Amava Derek. Mas seu primeiro filho, ser fruto de violência? Devia ser por amor. Porém, se animou. Havia muito mais chance de ser filho de Finn. Não devia se animar, seria um problema se o menino se parecesse mais com o tio que com o pai, mas ela preferia pensar assim.

Finn: Ei, não pense nisso agora. – Ele se aproximou dela, erguendo o queixo dela com o dedo – Há alguém novo aqui. Alguém que precisa de você. Que precisa de nós dois. Não importa se é meu ou dele. Terá o mesmo sangue, afinal. – Ele sorriu, animando-a – O que importa é que há alguém.

Meredith sorriu, confortada, e ele a beijou apaixonadamente. Havia amor ali. Não era paixão, ou desejo. Era amor. Havia amor. E havia uma também uma vida, esperando pra acontecer.

continua...