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Transição - O Teatro Mágico.RENATA
Os dias seguiam tranquilos e já havia 2 semanas que Clara fazia parte deles durante as 24 horas. Nossa rotina era leve e descontraída, a morena cada vez mais tomava o meu coração para si.
Estava em frente ao computador resolvendo algumas demandas do escritório e a médica - que ainda estava de repouso - trabalhando no projeto de mestrado na sala. A estudante de medicina veterinária que colaborava com os estudos passou a frequentar o apartamento para trazer resultados e o projeto não ficar estagnado.
- Rê - a mais nova chamou minha atenção enquanto entrava no quarto se aproximando de mim. - Vamos almoçar? - disse enquanto me abraçava pelas costas.
- Vamos! Vocês já terminaram tudo o que precisavam? - perguntei.
- Ainda não... Chamei Luana para almoçar conosco, tudo bem?
- Claro, a casa é nossa. Não precisa nem perguntar - respondi depositando um beijo na sua mão direita, que estava repousada pouco abaixo do meu ombro.
A mesa já estava posta quando fomos para a sala, e o cheiro da comida de Dilma entranhava nas nossas narinas como um convite irrecusável a degustar todas as delícias que ela preparava.
A conversa girou tranquilamente durante o almoço. Luana e Clara respondendo algumas perguntas que eu fazia sobre o projeto das duas e rindo cada vez que eu ficava chocada com os detalhes de tudo que elas exerciam.
- Esse negócio de matar rato não é certo - sentenciei.
- É pelo bem da ciência, Renata - respondeu a estudante rindo. - E não são raros, são camundongos. Ah, e fazemos tudo com respeito! A depender do momento, Clara até chora!
- Chora? Isso eu não me conta, acredita?! - falei olhando para a morena.
- Essa história é péssima - respondeu a médica.
- Quero saber, o que aconteceu? - perguntei.
As duas contaram sobre o dia que Clara estava mais sensível e chorou copiosamente após sacrificar os camundongos que precisava. Terminamos o almoço ainda entre risos e histórias.
- Meninas, vou deixar vocês voltarem ao trabalho. - disse.
Me despedi das duas e voltei para o quarto, enquanto ambas recolocavam o material de estudo sobre a mesa.
O computador alertava sobre um novo e-mail. Um cliente de Maceió estava com problemas e precisava de uma consultoria presencial. Peguei o celular para falar com meu sócio, que me atendeu antes do terceiro toque.
- Fala, gatona! - respondeu do outro lado da linha.
- Recebeu o e-mail de Maurício?
- Recebi sim. E aí, você viaja que dia? - perguntou.
O problema era esse, eu não pretendia sair da cidade e deixar a mais nova sozinha.
- Amigo, você poderia quebrar esse galho pra mim, não é mesmo? - disse incerta. - Eu ainda não queria deixar Clara sozinha.
- Rê, esse cliente você acompanha mais de perto - respondeu. - Pra ser bem honesto com você, nem é um contrato que leio todos os passos.
- É, eu sei... - disse reticente. - Vou ligar para Cleide e solicitar a compra das passagens. Vou e volto o mais rápido possível.
- Tá apaixonada mesmo, hein, minha amiga - falou divertido. - Por que você não chama Clara pra te acompanhar?
- Será, Alex? - essa possibilidade não havia passado pela minha cabeça.
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Minha pele é linguagem
Любовные романыClara, 25 anos, médica e terminando um mestrado, num mundo completamente diferente do dela por causa de um relacionamento. Renata, 45 anos, advogada. Mora com as duas gatas, com uma bagagem de relações (frustradas). Elas se encontram por acaso e a v...