Dia 45 - Não faz drama, Brandon

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7 de abril

Querido Diário,

Eu não acredito que ainda tem gente que faz piadinha no dia da mentira... é... eu cai em algumas há uma semana. Não vale a pena falar de todas, mas eu deveria ter me acostumado em algum ponto, mas a que vale ressaltar é a que Kyle Langford fez comigo e que quase me matou do coração.

Eu estava dormindo pleníssimo na tarde seguinte aos jogos em Charleville. E eu aproveitava meu sono da beleza no ápice, sei que sonhava que estava andando de carro entre as nuvens e tinha uma descida... então quando eu passei pelas nuvens eu estava num jipe e estava em uma estrada de areia e tinha mar azul cristalino para todo o lado ― foi um pouco confuso na maior parte do tempo, mas eu só sei que me sentia o todo poderoso no sonho... então Kyle me acordou.

Ele me olhava assustado enquanto suas mãos me sacudiam no braço. Engoli em seco e sai atropelando as palavras e perguntando:

― O que foi? O que foi?

― Eles estão por toda parte... ― Kyle tem uma cara de pânico que me faz criar pânico.

Arregalo meus olhos, acordando completamente.

― Eles? Eles quem? Explica direito, Kyle! ― com “eles”, Kyle está se referindo a Rebelião? Já sinto o ar mais difícil nos meus pulmões. Eu sou sedentário demais? Só pode, ô meu pai...

Então Kyle começa a rir e meu cérebro tem o maior bug do dia.

― Kyle? ― pergunto.

Ele continua rindo e me olha... a gargalhada de Kyle é contagiante, mas ainda estou em choque e o máximo que eu faço é esboçar um sorriso enquanto ele gagueja as palavras ― e mais uma batalha para que eu as entenda, até que...

― Peguei você, bobo! É primeiro de abril...

Revirei meus olhos e me joguei na cama bufando.

― Uau, Kyle de oito anos, parabéns. ― digo me virando de costas para ele.

Ele me abraça e diz:

― Não faz drama, Brandon... é só uma brincadeira.

― Só uma brincadeira. ― balbucio de mau humor.

E é isso, uma montanha-russa de um segundo ao outro.

Mas na terça eu já estava de bom humor com Kyle Langford e foi também quando ele chegou depois do treino de handebol todo sorridente dentro do quarto.

― Está tudo bem? ― perguntei quando ele riu sozinho, escorado na porta.

― Você não sabe o que me aconteceu... ― ele sorri.

Sento na cama e espero ele prosseguir. Kyle se aproxima e se senta no tapete entre nossas camas.

― Peter me pediu em namoro. ― ele diz calmamente erguendo a mão direita com um anel prateado no dedo anelar, mas antes mesmo que ele possa terminar a frase direito, nós estamos gritando histericamente, como duas menininhas excitadas.

― Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus... ― enquanto digo balanço minhas mãos no ar tomando todo o fôlego possível. ― Eu estou tão realizado como membro oficial do S.A.C.K.P.! ― grito.

― AAAAA! ― grita Kyle.

E ele me explica como foi o pedido.

Lá estava Kyle e Peter caminhando para a Academia depois do treino, quando o Dalmechior goleiro disse:

“Vamos dar uma volta pelo nosso lugar secreto.”

E meu amigo, dizendo que não estava fogoso nem nada, aceitou. Os dois se embrenharam em uma trilha curta e foi quando eles pararam em frente a clareira que se tornou o lugar dele e Kyle, sempre tímido, segundo a narrativa dele ― o que eu duvido um pouco, não negarei ―, perguntou:

Diário de um jovem (príncipe) gay - 01 | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora