Capítulo 3 - Floresta da Morte (Parte I)

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Harumi gemeu e escondeu o rosto entre as mãos. Isso era uma loucura sem cabimento. Quem em sã consciência jogaria três adolescentes em meio a uma floresta?

Cada barulho que ouvia, a fazia apertar mais a kunai em sua mão e gemer.

Ela sempre sentiu uma ligação profunda com a natureza, mas aquela floresta estava lhe dando uma sensação de mal agouro.

Harumi não sabia nem por onde começar. Todo aprendizado na academia parecia não valer de nada naquele momento.

Após percorrer duas horas sem parar, ela não encontrou nenhuma pista dos seus companheiros. A garota chegou a cogitar que eles haviam abandonado-a ali para morrer.

Parou e olhou ao redor. As árvores eram extremamente altas e com troncos grossos. As copas das folhas faziam sombras não permitindo muita entrada de luz. O chão estava úmido e coberto de milhas, musgos e pedras. Os sons dos animais eram o mais assustadores. Todos pareciam famintos e ansiosos por carne.

Harumi pegou a garrafa de água, porém, quando a virou, apenas uma gota caiu. Ela chegou a chacoalhar para ver se saia algo.

Nada! Estava sem água.

— Estou tão ferrada! — ela reclamou, e a sua resposta foi o baraulho de um galho se quebrando.

A garrafa caiu no chão e a kunai foi levantada por uma mão trêmula. Ela recuou alguns passos para trás a medida que olhava ao redor. Estava pronta para correr, quando algo agarrou o seu braço esquerdo e sua boca foi tampada. Seu grito morreu contra a palma da mão suada e com gosto salgado.

Harumi moveu o corpo e direcionou sua faca afiada para o seu atacante, todavia, o seu pulso foi apertado, forçado-a largar a arma.

— Fique quieta, — A voz fria de Sasuke serviu como bálsamo. Saber que era seu companheiro, lhe deu um certo alívio. Entretanto, tal alento durou três segundos, pois seus olhos se arregalaram com a visão de enorme cobra.

A criatura tinha mais de dez metros e seu corpo era da largura das frondosas árvores. Suas escadas brancas deslizam contra o chão de folhas secas, e seus olhos mortos pareciam assassinos.

Harumi não sabia explicar o porque, mas sempre teve enorme pavor de cobras. Enquanto as outras meninas gritavam por ratos ou baratas na infância, ela congelava diante da visão das serpentes, não importava o tamanho.

Sasuke manteve segurando a menina contra seu corpo e tampando a sua boca. Ele usou um genjutsu simples para esconder a presença deles daquele animal vicioso que parecia estar buscando alimento.

Após vários minutos, quando estavam confiantes que o animal estava longe, os dois adolescentes suspiraram aliviados.

Harumi bateu a mão no braço de Sasuke, sinalizando para ele a liberar.

Sasuke corou devido à posição. Ele soltou a garota e deu alguns passos de distanciamento.

— Obrigada! Você... eu odeio cobras — disse Harumi sem jeito. Não era fácil admitir suas falhas.

— Hn! Tem água? — Sasuke perguntou.

Harumi procurou em seus bolsos pela garrafa, mas lembrou que a deixou cair. Ela olhou ao redor, e se apressou para pegá-la.

— Desculpa, está vazia. Devemos procurar por um rio?

— Temos que achar comida também — sugeriu Sasuke.

Harumi acenou e seguiu o garoto sem questionar. Seus pés latejavam de andar considerando que percorreu um longo trajeto mais cedo. Ansiava por descansar, mas eles precisavam encontrar água e comida, e ainda, localizar Naruto.

A garota do time 7 - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora