Capítulo 2

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Meu coração martela em meu peito assim que escuto as servas se curvar porém não ergo meus olhos, apenas puxo minhas pernas para mais perto de meu peito.

- Saiam!

Fecho meus olhos conforme escuto seus passos se aproximarem, sinto seu dedo erguer meu queixo e me forço a olhar para ele.

- Eu já a indiquei como uma de minhas consortes... Por que não me trata como seu rei quando chego?

Suspiro cansada, me sinto fraca e abatida.

- Por que me daria esse título? Eu não o queria, que mulher aceitaria dois maridos? Nunca foi e nunca será meu rei.

Em um movimento rápido ele coloca a mão atrás de minha cabeça segurando meus cabelos, fecho os olhos.

- Não se esqueça que fui eu que permiti que ficasse com seu filho bastardo.

Sinto minha respiração acelerar ao ouvir suas palavras e abro meus olhos olhando nos seus.

- Ele não é bastardo e filho meu e de meu marido Shang Lín.

Ele puxa minha cabeça para mais perto do seu rosto fazendo um pequeno grito abafado escapar por meus lábios.

- Nunca mais diga o nome daquele homem... Se quiser ter esse filho terá de dizer a todos que é meu!... Entende isso?

Consigo sentir sua respiração próxima a meu rosto, seguro meu abdômen.

- Sim.

Respondo baixo, preciso garantir que meu filho viva, em minha atual circunstância não tenho forças para lutar, não tenho por onde lutar e meu único motivo é a vida que cresce em mim, então preciso o proteger com qualquer força que me reste.

- Bom!

Não consigo desviar meus olhos dos seus, olhos que são tão familiares mas que agora parecem fazer meu ser arder em chamas, me faz agonizar e desejar a morte a cada inspiração.

- Quero que saiba quem é seu rei.

Ele fala e então solta meus cabelos se afastando ligeiramente ele sorri para mim, um pequeno sorriso de canto que me trás memórias dolorosas de quem um dia chamei de irmão.

- Um dia perceberá que sempre estive ao seu lado, nunca desejei que se machucasse Mei Mei.

Ele volta a aproximar seu rosto do meu, vejo seus olhos fixos nos meus, seus dedos acariciam meu rosto me causando náuseas.

- O que fez com meus homens e os homens de Yan?

Pergunto tentando o afastar e descobrir onde está Tiang Ming, Qin Tiao e os outros que foram trazidos com eles, ainda estarão vivos?

- Eles estão na prisão imperial... Se quiser e se comportar posso levá-la para vê-los em dois dias.

Ele fala e volta a aproximar seu rosto do meu, viro meu rosto antes que seus lábios toquem os meus. Ele suspira e se afasta.

- Um dia vai deixar de me odiar e talvez me aceite em seu coração, vou tentar ser mais paciente e lhe esperar... Se me aceitar eu a farei minha rainha.

Ele levanta e se vira em direção a porta. Sinto as lágrimas escorrem e soluços escapam por minha garganta.

- Espere...

Chamo entre lágrimas e ele se volta para mim.

- Pode devolver minha flauta? Me sentiria melhor com ela.

Digo baixo esperando por qualquer empatia de sua parte.

- Vou mandar alguém lhe trazer.

Ele diz antes de se virar e sair.

- Não deixem que ela saia e garantam que se alimente.

Escuto ele falar do corredor e volto a me encolher sobre a cama na mesma posição em que estive nos últimos dias.

A Ascensão de LíangOnde histórias criam vida. Descubra agora