Capítulo 29

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( Shang Lín )

As palavras de Tiang Ming ainda reçoam em minha mente, não consigo e não quero acreditar no que diz porém ele cresceu em minha casa e eu o conheço... ou conhecia, nada mais faz sentido sinto que esqueci coisas importantes e os fatos dela ter me reconhecido e eu exitado em a matar me dizem que ela fez parte desses anos perdidos, porém nada no mundo poderia me convencer em casar com tal mulher, só de olhar para ela as memórias de uma criança vendo sua famílha ser morta voltam a aparecer como um pesadelo que nunca se vai, uma agonia que nunca sai de meu peito.

 Observo a mulher de longe sem que me veja, ela voltou a usar a venda sobre os olhos e desde que seu filho chegou ela fica por perto, percebo por sua postura que ela está alerta, o que eu deveria fazer agora? Deveria cumprir minha missão? Deveria levá-los para Yan? Por que o imperador não me disse que ela já esteve em meu poder? E se ela esteve por que não a usei para conseguir minha vingança antes que Yang Shun tirasse minha chance?

- Mama... aquele homem era mau? 

 Escuto a criança perguntar enquanto desenha no chão usando um graveto, troco o pé de apoio enquanto espero pela resposta da mulher que dizem ser minha esposa.

- O que?!... É complicado Xiaofeng... lembra quando encontramos o passarinho machucado?

 Ela responde se abaixando proximo a ele e me interesso em saber a onde ela quer chegar com sua resposta.

- Ele bicou meu dedo mas depois que a gente cuidou ele ficou bom e pode voar.

 O pequeno responde enquanto tenta cravar o graveto no chão e mesmo longe consigo ver a mulher sorrir para ele.

- Shang Lín é igual... ele pode machucar as pessoas mas ele não é mau... ele só está machucado.

Viro as costas assim que escuto sua resposta, meu sangue ferve em minhas veias e não consigo entender o misto de sentimentos que estão em meu coração porém sua resposta não me agradou, não sou um passáro machucado, porém antes de sair da casa olho para trás vendo através da janela a mulher se afastar com o garoto a puxando pela mão.

- Está tudo bem... ela não vai fugir.

Escuto passos e a voz feminina entrar no pequeno comodo e me viro vendo a outra mulher desconhecida que também mora nesse lugar.

- Sou Xiaojiao... pensei que talvez estivesse com fome... sinto muito estamos sem carne para oferecer.

Vejo que em suas mãos a uma tigela e ela a estende para mim onde vejo um simples ensopado de macarrão. Quando não o pego ela o leva até uma pequena mesa.

- Por favor... eu ouvi centenas de histórias sobre suas habilidades e feitos... Não tente machucar Mei ou Xiaofeng, eu não quero que Tiang Ming se machuque... 

 Assim que a mulher se vira para sair eu a interrompo segurando por um braço.

- Espere! Quero que me conte sobre a mulher, o que Tiang Ming não contou ou diga o que não é verdadeiro em suas palavras.

 Digo ainda segurando em seu braço  e a vejo sorrir, ela não parece estar com medo.

- O senhor é igual a como ela contava... não houve nenhuma mentira, e sobre a Senhora... não houve uma única noite que ela não chorasse baixo por sua morte, ela o ama... e pelo que ouvi o senhor a ama tanto quanto.... porém mesmo sem as memorias se não consegue perceber ou sentir isso então é um homem tolo.

Ela fala firme olhando para meus olhos e então abaixa a cabeça parecendo envergonhada pelo que acabou de dizer, aperto mais seu braço pensando em como uma mulher como ela ousa falar comigo de tal maneira. 

- Cuidado com suas palavras garota, não pense que por que deixei minha espada com Tiang Ming eu não consiga machucar qualquer um de vocês... não tenho nada contra você então fique fora de meu caminho.

Digo baixo olhando em seus olhos.

- Sinto muito... com licença.

Escuto sua voz sair mais fraca e a solto, depois de uma breve reverência ela sai. Há coisas que não fazem sentido para mim, o branco em minha memória fica cada vez mais confuso e me deixa mais intrigado em descobrir, talvez deva dar alguns dias e tentar descobrir mais sobre meus anos perdidos antes de concluir por fim a missão, e sei quem eu farei que responda todas as minhas perguntas.

Saio na mesma direção em que vi Líang  Mei ir e logo a vejo apenas caminhando lado a lado com a criança, não parece estar fugindo, ao me ouvir chegar porém sua postura muda e ela puxa a criança para trás de si a protegendo, tento analisar sua reação e seu comportamento que não me parecem de uma princesa.

- Mande a criança embora... quero apenas conversar por hora.


A Ascensão de LíangOnde histórias criam vida. Descubra agora