A Ascensão de Líang

Capítulo 27

Respiro fundo tentando aproveitar meu último suspiro enquanto encaro os profundos olhos do homem que amo, meu coração bate forte por o ver, não tenho dúvidas de que é ele. Lágrimas escorrem por meu rosto molhando a terra abaixo de mim elas se misturam com a emoção de ele estar em minha frente e a melancolia. A crueldade de cada pequeno ato que nos trouxe a esse momento trágico, o momento em que meu marido aponta uma espada para meu coração, que o homem a quem amo me olha com olhos de um estranho e não com a ternura que lembrava em cada um de meus sonhos.

Ele olha para mim, sabe quem sou, mas não parece saber o que sou para ele, ou o que fui, o homem que está acima de mim é o mesmo que me levou cativa de minha familia, são olhos de um assassino que me encaram não os do homem que cativou meu coração.

 Nos segundos que se passam após eu dizer seu nome escuto apenas as batidas de nossos corações, a floresta parece ter ficado em silêncio, mas então esse silêncio é cortado, não por palavras mas pelo retinir de uma espada contra a do general o derrubando e me livrando

Ele olha para mim, sabe quem sou, mas não parece saber o que sou para ele, ou o que fui, o homem que está acima de mim é o mesmo que me levou cativa de minha familia, são olhos de um assassino que me encaram não os do homem que cativou meu coração.

Nos segundos que se passam após eu dizer seu nome escuto apenas as batidas de nossos corações, a floresta parece ter ficado em silêncio, mas então esse silêncio é cortado, não por palavras mas pelo retinir de uma espada contra a do general o derrubando e me livrando, respiro fundo sentindo o ar voltar a encher meus pulmões, uma breve sensação de alivio me invade mas tão rápido quanto surgiu ela desaparece. 

- Tiang Ming... é Shang.

Digo com a voz ainda tremula tentanto me levantar mesmo com as pernas bambas, assim que fico de pé o retinir de espadas cessa.

- Tiang Ming? É você mesmo?

 Escuto a voz agora não abafada pela máscara e meu coração palpita mais forte em meu peito.

- Mestre...

Minha visão falha fica ainda pior embaçadas por lágrimas, não importa como ele voltou, apenas que ele está aqui na minha frente, Tiang confirma isso, a sensação de quase morte desaparece por um longo momento enquanto fico cheia de alegria.

- Tiang Ming você cresceu.... eles falaram que estava morto... mas você está aqui...

 Escuto os passos quando os dois se encontram e abraçam.

- Mestre pensamos que tivesse morrido.... como sobreviveu?

Dou um passo na direção dos dois e sinto os olhares se voltarem para mim porém não consigo dizer nada, são muitas perguntas e uma emoção que parece trancar em minha garganta.

- Você nos traiu? Luta por essa mulher?

Escuto Shang falar com a voz mais grave mostrando seu descontentamento, uma mudança sutil que poucos notam.

- Jamais o traíria.. lhe devo minha vida mestre... foi sua ordem para que eu protege-se a senhora com minha vida... 

 Um frio percorre minha espinha ao ouvir a resposta de shang ao que Tiang Ming relata.

- E por que eu diria para proteger essa mulher? Ela é de Líang, filha do homem que matou meus pais... não tente me enganar Tiang Ming.

 Dou mais um passo sentindo as folhas se partirem abaixo de meus pés e o vento soprar contra meu rosto, levando as lágrimas.

- Shang... O que aconteceu? Como pode não saber quem sou?

Pergunto temerosa e em minha mente consigo rever os mesmos olhos assassinos do dia em que nos conhecemos. Ele não lembra de nós... lembra apenas do ódio.

- Sei quem é você... é Líang Mei, primeira princesa do estado de Líang. Não passa de uma ratinha que logo será exterminada.

 Sinto como se o mundo parasse, não sinto minhas pernas, levo a mão até a cabeça dolorida.

- Sinto muito mestre... mas não posso permitir que cumpra tais palavras, não deveria falar assim com a senhora... por favor vamos até a casa e lá poderemos esclarecer a historia.

- Onde está a criança?

Escuto a voz de Tiang Ming distante e me sinto tonta e como se meu coração estivesse sento apertado. Escuto Shang perguntar de meu filho e antes que consiga falar algo sinto minhas pernas cederem.

- Senhora!