Bruno
O local ficava um pouco distante do centro da cidade, o que dificultaria bastante a nossa ação. Minha vontade era entrar e soltar logo uma bala bem no meio da testa de Lucas mas eu sabia que precisaria ser racional e cauteloso para que nada saísse errado, afinal, era a minha mulher e minha filha que estavam correndo risco.
Depois de conseguir o mapa aéreo do local, conseguimos nos organizar em pontos estratégicos caso Lucas tivesse um ponto de saída. Esperaríamos anoitecer e cada hora parecia uma eternidade. Precisava da minha mulher o mais rápido possível.
— Bruno, você precisa ficar calmo ou eu não vou permitir que você entre conosco!
— É a minha filha, minha mulher!
— Eu sei, meu amigo. Mas uma atitude impensada pode colocar tudo a perder.
O momento de invadir a casa estava chegando e meu corpo estava sendo tomado por uma adrenalina intensa. Mesmo depois de anos de experiência, nunca havia sentido de forma tão grande como era naquele momento.
Como não sabíamos quantas pessoas estavam ali dentro, tudo ficava mais difícil.
Conseguia ver Paola sentada na sala de estar enquanto aquele filho da puta estava ao seu lado, acariciando sua barriga como se aquela criança fosse dele. Desgracado!!
A equipe estava dividida em pontos estratégicos e entraríamos pela casa em locais cegos e sem movimento de pessoas.
Paola
Ansiedade definia o que eu estava sentindo naquele momento. Não tinha certeza de nada... Se Bruno havia recebido minha localização ou se algo poderia acontecer nas próximas horas.
Lucas não demorou a voltar da farmácia e logo se colocou ao meu lado na sala de estar. O jeito como ele água diante daquela situação era assustador. Fingindo viver como uma família feliz e sem nenhum problema a ser resolvido. Eu tinha muito medo do que ele era capaz de fazer....
Com todo o nervosismo, senti-me um pouco mal e resolvi subir para tentar descansar. Foi quando ouvimos um barulho vindo do segundo andar. MEU DEUS!
Lucas levantou num pulo e me puxou pelo braço.
— Onde o Richard está? — perguntou a Jurema.
— Eu não faço ideia.
— Porra! Nós acharam...
Jurema correu para a cozinha enquanto Lucas me puxava pela sala de estar. Nesse momento ela já estava com a pistola nas mãos.
— Eu realmente espero que você não tenha nada com isso. — sussurrou em meu ouvido enquanto passou a pistola no meu ventre.
Um frio percorreu a minha espinha quando, num piscar de olhos, presenciei cerca de meia dúzia de policiais armados bem na minha frente.
Lucas destravou a pistola e colocou na minha nuca. Num segundo pude ouvir todos os xingamentos possíveis e existentes saindo da boca dele.
— Solta a minha mulher, seu filho de uma puta! — Bruno surgiu apontando a arma em nossa direção.
— Bruno...
— Acho muito bom você tirar essa droga da minha reta, não esqueça que sua filha está bem próxima da morte.
— Bruno, mantenha a calma. — falou um policial.
— Calma o caralho! Solta a minha mulher!!! — Bruno aproximou-se e Lucas segurou-me mais forte, sempre apontando a pistola para mim.
— Já falei pra se afastar!
Vozes e gritarias.... Era tudo que eu ouvia naquela sala. Quando olhava para Bruno, podia sentir o desespero e medo no seu olhar. O mesmo eu sentia só de pensar que eu poderia perder a minha filha alí mesmo.
Lucas estava disposto a não me soltar. Essa decisão fazia com que tudo fosse ainda pior pois não poderíamos esperar um final positivo. Não vendo mais outra saída, foi disponibilizo um aparelho celular e um carro para que saíssemos dali. Provavelmente ele colocaria em prática o plano que tanto queria. Sair do país.
Eu tinha a opção de não tomar atitude nenhuma e contar com a minha sorte ou fazer algo, mesmo que desse errado.
Mas o que eu poderia fazer?!
Tinha uma arma apontada para mim.
A minha preocupação não era sair dali viva se eu precisasse escolher entre a minha vida e a vida da minha filha.Cada minuto que se passava eu me via mais perto da morte e um filme se passou em minha cabeça....
Tudo o que eu vivi até aquele momento. Minhas conquistas, derrotas, ter conhecido o Lucas e ter vivido o inferno com ele. Mas sem dúvidas, os momentos mais felizes da minha vida foi quando conheci Bruno e quando descobri minha gravidez. Eu jamais poderia imaginar que a felicidade chegaria em mim depois de bater no carro dele.
Quando um dos policiais avisaram que o carro já estava disponível, Lucas se certificou que não haveria perseguição já que de qualquer forma ele teria minha vida nas mãos.
Sem hesitar, Lucas puxou-me para fora da casa e foi em direção ao carro. O que seria de mim agora?!
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Bruno - Série Condenados ao amor
Lãng mạnPrimeiro livro da série: Condenados ao amor. Bruno Garcia, com seus 34 anos é um renomado delegado que parece ser uma pessoa completamente diferentes em situações diversas. No trabalho, Bruno é focado e responsável, por esse motivo, é muito bem suce...