Vida Bandida

Prólogo

• Cinco anos atrás •

Rebecca 🎀

Eu andava pelo Morro tranquilamente, sempre morei aqui desde que me conheço por gente, aqui era um pouco tranquilo só ficava mais agitado pós-invasão ou quando eles sabiam que ia ter invasão.

Eu mexia com as pessoas que eu conhecia e olhava as velhas fofoqueiras sentadas na calçada tomando sua cerveja.

Apesar daqui ser Rio de Janeiro, mas conhecido como calor do inferno, estava em uma temperatura perfeita, um feio maravilhoso que eu amava.

Cheguei no bar e pedi o que minha mãe mandou eu comprar, suco.

Eu tenho apenas quatorze anos, não era daquelas meninas que se achavam que tinha dezoito, que perde a virgindade com treze e fica pegando esses bandidos do morro que tem mais de vinte anos, e esse tipo de garota aí é a minha melhor amiga, Júlia.

Eu amo estudar, aliás por que eu não ia gostar de uma coisa que ia me ajudar no futuro? Não curto bailes, é muito gente se encostando, eu sou o tipo "nerd", não tenho muito amigos, apenas a Júlia, falando nela.

Júlia: fala piranha. - chegou do meu lado e peguei a sacola com o suco e paguei a mulher que estava no caixa.

Rebecca: eai Jú, tá sentindo frio não Júlia?

Júlia: e desde quando piranha sente frio?

Rebecca: Meu pai amado. - coloquei a mão na testa rindo.

Júlia: Mana, nem te conto, fiquei com um bofe mara. - se abanou e nós saímos do bar, eu sentia olhares sobre mim mas nem fiz questão de olhar, pois se eu olhasse com certeza iam piscar pra mim.

Rebecca: e ele tem mais de vinte anos, acertei?

Júlia: não, ele tem dezenove, muito gato, a rola dele então. - fiz careta. - Pedro quer ficar contigo.

Rebecca: que Pedro Júlia?

Júlia: O Pedro, aquele repetente que estuda com nois. - outra coisa que eu odiava era errar a palavra na hora de falar.

Rebecca: é nós Júlia, nós.

Júlia: ah tanto faz, mas eai, vai pegar?

Rebecca: O Pedro?

Júlia: não, minha mãe. - revirou os olhos e eu fiz careta. - Claro que é ele né becca.

Rebecca: Não, obrigada.

Júlia: tá perdendo.

Rebecca: perdendo um marmanjo, magrelo, traficante e de maior? Nossa, tô perdendo muito.

Júlia: claro que tá, aquele olhar dele de marmanjo que não trabalha e que mora com a mãe, nossa, só de pensar calcinha chegar a molhar.

Rebecca: nossa Júlia. - ela fez careta.

Júlia: oh vou embora agora, mas pensa, todo magrelo tem uma pica enorme, uns vinte e quatro centímetros por aí.