Capítulo 38

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- Sente-se.

O homem aponta para a cadeira em frente à sua mesa, então mais do que depressa o obedeço e me sento.

Ele pega uma folha ao lado, que provavelmente é meu currículo, e começa a observá-la atentamente.

- Você não tem experiência alguma com o trabalho, então por quê eu deveria te contratar? - Ele pergunta.

- Preciso do emprego exatamente para adquirir experiência senhor. - Digo.

Ele sorri de canto, e eu torço para que esse gesto seja porque achou minha reposta boa, e não ao contrário.

- Você se saiu bem durante seus estudos, mas isso não quer dizer que vá se sair bem trabalhando na área.

- Se me dar uma oportunidade farei o que tiver ao meu alcance para ser uma boa...

- Promessas vazias não muda o fato de ser completamente inexperiente senhorita. - Ele me corta.

- Não foi uma promessa vazia. - Falo. - Como o senhor está falando sou inexperiente sim, e posso me sair muito mal no trabalho, mas se isso acontecer não será por falta dos meus esforços.

Mas uma vez ele sorri de canto, e tenho que admitir que minha vontade é de socar a cara dele na mesa.

Passei por tantas entrevistas para chegar até aqui, para no final das contas o imbecil me julgar antes mesmo de eu mostrar o que sou capaz.

Eu sei que é seu trabalho ser rigoroso, mas como eu teria experiência na área se ninguém me contratar? Como poderei mostrar que me sairei bem se não me dá uma chance?

- Acho que irei te dar uma chance senhorita. - Ele fala me olhando.

- Obrigada. - Agradeço aliviada.

- Você é uma mulher bonita. - Ele sorri com malícia. - Gosto de contratar mulheres bonitas.

Como assim sou uma mulher bonita? Serei contratada apenas por isso? Não acredito que esse idiota acabou de falar isso, o que faz eu sentir ainda mais antipatia por esse ser humano desprezível.

- Desculpe... O que você disse? - Pergunto incrédula. - Vai me contratar apenas por quê me acha bonita?

- Exatamente. - Ele confirma com a cabeça.

- Então eu acho que esse trabalho não para serve para mim senhor. - Digo com tranquilidade. - Quero ser contratada por ser boa no que faço, e não por minha aparência.

Me levanto da cadeira, em seguida ajeito a alça da bolsa em meu ombro, e então falo:

- Agradeço pela chance que iria me dar, mas eu terei que recusar.

- Posso saber o por quê? - Ele questiona.

- Porque não estou disposta a me vender por causa de um emprego. - Respondo.

Sei que não posso me dar ao luxo de negar nenhum emprego no momento, mas eu sei o que me espera se eu aceitar esse trabalho.

Se ele já está me contratando apenas porque me acha bonita, não vai demorar muito até querer algo em troca, e eu jamais me rebaixarei a esse ponto por qualquer emprego que seja.

O homem em minha frente é muito atraente, e talvez algumas mulheres aceitariam facilmente o que se passa em sua mente, mas eu não sou essa tipo de mulher, e nunca serei.

- Se o senhor me der licença, irei embora agora. - Digo. - Tenha um bom dia.

Me viro em direção à porta do escritório e então começo a caminhar até ela, e assim que me aproximo levo a mão a maçaneta e a abro.

Um Amigo Irresistível (Livro 8)Onde histórias criam vida. Descubra agora