VIAGEM

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Chegou domingo, o dia da abençoada viagem e Asad desde a então discussão não falou comigo. Eu tive que avisar todos os convidados do adiamento do casamento, tendo que deixar claro não ser o término e sim um adiamento.

Não foi fácil justificar as minhas futuras faltas na faculdade, mas no final com uma boa conversa, a reitora acabou me ajudando para que eu conseguisse adiantar algumas avaliações.

Meu orgulho não me deixou ligar para Asad estes dias, acreditei mesmo que ele fosse me apoiar e tentar entender.

Estava pensando em toda a situação que eu me encontrava sentada na beira da cama, mas meu celular tocou na bolsa avisando a chegada de uma mensagem. Meu pensamento me direciona a Asad, no entanto me decepcionei.

-Merda!! Não é ele, mensagem de um número desconhecido novamente. - resmunguei em voz alta.

Você perdeu faz muito tempo.

Erraram de número novamente, sequer me preocupei de responder, bloqueei o número.
Pensando bem, melhor eu esquecer meu noivo durante esta viagem, quando eu voltar me resolvo com ele.
Dormirei um pouco antes de ir, falta uma hora para sairmos, e tudo que preciso é esquecer isso. Deitei na cama abraçada a um travesseiro.

- Vamos meu amor! - Gritou minha mãe atrás da porta. Ainda faltavam 20 min para sairmos, mas como sempre minha mãe a apressada.

Joguei o celular na bolsa, peguei minha malas e desci as escadas.

- Você? - parei no mesmo ponto piscando várias vezes para acreditar.

- Me perdoa? - Lá estava Asad parado com um buquê de rosas vermelhas em mãos.

Não esperei muito e já estava em seus braços enchendo seu rosto de beijos. Nem precisava dizer nada, foi o bastante para ele entender que eu estava só esperando ele pedir.

Peguei uma rosa e coloquei no livro que escolhi para ler no avião. Assim eu teria ela comigo durante estas duas semanas.

- Eu vou esperar você voltar para remarcarmos a data. - seus dedos passaram por minha testa colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Fechei meu olhos pensando na saudade que irei sentir daquele homem.

- Tenho 20min para sair. Queria você antes de ir. Encostei meu rosto, colocando nosso nariz de encontro. Enquanto minha mão passeava em seu pescoço e cabelos.

- Surya, Surya... Seu quarto está disponível?

- Para você, sempre.

Na velocidade da luz chegamos no quarto, totalmente desesperados pelo corpo um do outro.
Fui jogada bruscamente contra a porta já fechada, sua língua explorava minha boca com desejo fugaz jamais visto naquele homem, meu Asad.

Em questão de segundos estávamos sem roupas, meu corpo implorava por aquela ereção dentro de mim.

Aaaah Asad por favor! - gemi num momento de desperto. Minhas mãos presas acima da cabeça enquanto recebia mordidas, beijos e leves sugadas no meu pescoço.

Num movimento rápido fiquei frente para a porta. Sua intimidade estava como pedra, roçando na minha bunda. Empinei o máximo que pude para sentir ele dentro de mim.

- você quer todo? Sua voz estava rouca e baixa pertinho do meu ouvido, senti meu corpo explodir de vontade.

- Sim, quero todinho dentro de mim. - falei em meio ao gemidos.

Fui tomada com força naquele momento, suas estocadas eram fortes me penetrando por inteira, preenchendo minha intimidade com a sua.

Uma mão segurava minha cintura, enquanto a outra massageava meu pontinho de prazer.

- Surya! - Uma voz feminina me chamou parecendo estar longe, Asad continuou com as estocadas parecendo não escutar.

- Surya acorda meu amor ou vamos nos atrasar! - num salto levantei da cama.

- Meu Deus mamãe! - coçei meus olhos para voltar a realidade. Era um sonho, não acredito. Estava molhada de excitação.

- Você estava dormindo pesado em, te chamei várias e várias vezes.

- Tive insônia. - Estava zonza ainda de todo aquele sonho maluco, fui até o banheiro para lavar o rosto.

- Asad passou aqui, deixou uma carta junto a uma rosa. - senti meu corpo gelar com aquelas palavras. Fui imediatamente pegar de suas mãos.

- Ele não falou nada mamãe?

- Perguntou por você, como sei que você não raciocina direito quando é acordada, por isso não te chamei para ir falar com ele. E pelo jeito vocês estão precisando ter um bom tempo de conversa.

- Se veio com carta é porque não queria falar comigo. Obrigada mamãe, mas também não estava a fim de falar com ele. - Menti mais para mim que para ela.

- Assim que voltarmos da viagem vocês tem que resolver isso. Não quero me meter, mas de uma coisa eu tenho certeza, vocês se amam.

- Tá mãe. Vou só me ajeitar e desço.

Abri a carta, parecia até uma redação de tão grande. Nela Asad se redimiu de tudo que havia feito, sobre a viagem e Zaki. Suas palavras foram carinhosas e no final me desejou boa viagem dizendo já estar sentindo saudades.

Peguei a rosa e a coloquei dentro de um livro que ainda não havia lido. Levarei o livro para ler no avião como fiz no sonho. Por falar em sonho pelo menos uma coisa se tornou realidade, a rosa dentro do livro.

Porque o resto ainda está na mesma, não vai ser uma carta que vai me fazer derreter e esquecer tudo, sei que errei com o beijo mas ele já havia errado muito feio comigo.

Coloquei as bagagens no porta malas do carro junto com as outras e entrei no carro, meus pais entraram em seguida. Assim que no banco de passageiro ao lado de seu Aslan, o motorista, percebi um carro prata, o mesmo carro...

- Aqueles olhos eu conheço. - Pensei tão alto que acabou saindo pela boca.

- O quê? - Perguntou Seu Aslan olhando na direção que meus olhos seguiam.

- nada demais, só estava pensando se esqueci algo. - Dei um sorriso tentando parecer o mais convincente possível.

Era ele, o homem que encontrei na loja, e quando voltei com Zeki. Era ele, mesmo que me olhava através da vitrine. Ele estava num carro próximo a minha casa. Não era coincidência... Não podia ser, três vezes que o pego me observando.

Meu corpo foi tomado por uma tensão enorme, as perguntas surgiam e eu não conseguia respostas. Alá, será que eu estava ficando louca?

Chegamos ao aeroporto Ataturk com 20 min de antecedência ao vôo. Meu corpo exalava tensão, consegui relaxar quando entramos no avião. Passei o olho em cada canto, averiguando se havia a presença de alguém estranho me observando.

Todos ali tinham cara de pessoas normais apenas viajando. Não acredito que estaria escrito na testa se estava me seguindo ou não, mas o fiz por desencargo de consciência.
Li um pouquinho do livro que havia levado e logo peguei no sono.





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