Ele apenas sorriu e continuou parado impedindo que encostasse na porta. Parecia até um muro.
- Você ignora o que aconteceu ontem. - Ah então era isso, cruzei meus braços e revirei os olhos.
- Me deixa sair. - Ele não me obedeceu então resolvi afrontá-lo. Fui para cima dele depositando vários socos em seu peito para ele sair da minha frente e fui logo impedida, ele segurou meus braços e me jogou na cama, caindo por cima de mim e prendendo meus braços com suas mãos.
- Caralho! Assume que deixo a porra da sua calcinha molhada! - Meus olhos quase saem para fora da caixa. Imaginava tudo, menos escutar aquilo de Osman. Parei de tentar me soltar e olhei em seus olhos, desci até a boca, aquela boca corada que só fala merda.
Deixei que ele me beijasse, recebi seus lábios macios com desejo fugaz. Retribuí com mais afinco quando lembrei de papai falando que não foi ele o causador do acidente. Interrompi o beijo e fiquei a admirar queles olhos negros.
- Que bom que não foi você. - Passei a mão em sua barba que estava começando crescer. Ele entendeu do que se tratava.
Apenas ficou alguns segundos me olhando com um sorriso de canto. Tentei sair mas seu corpo me prendeu novamente.
- Sua cama é muito macia, quero aproveitar um pouco. - Falou em meu ouvido. O que ele pretendia com isso?
- Osman o que está acontecendo com você? Me solte? Está com abstinência das mulheres que você usa nas ruas? - Imediatamente ele me largou e ficou de pé me encarando.
- Quem disse isso? - Agora sim era o Osman que eu conheço, frio e insuportável.
- Não sou inocente, sei muito bem dos seus esquemas. Ainda vem me ordenar a tirar as fotos do meu noivo.
- Ele não é seu noivo a muito tempo. - Falar de Asad o transformava, claro né, ninguém quer dividir o brinquedo, porque é assim que ele me vê.
- Você que pensa. - Abri a porta o deixando sem reação. Saí do quarto e fui até mamãe para me despedir.
Depois que nós despedimos de todos entrei no carro com uma carranca na cara. Ele acha mesmo que vou continuar a ser sua esposa, para falar a verdade não vejo a hora de sumir para nunca mais soltar na cara dele e de sua família.
Osman é um homem nebuloso, basta um erro e eu já sinto suas mãos na minha cara. Sinto ódio do meu corpo por deixar ele me beijar mesmo depois de tudo que já me fez.
Estávamos sendo acompanhados por mais um carro com seguranças. Olhei em volta quando vi que paramos, não era o hotel... uma empresa.
- Porque paramos aqui?
- Me aguarde no carro. - Ordenou como se eu fosse um cachorrinho. Quase enfio meu dedo do meio na cara dele.
Assim que entrou naquele prédio enorme cheio de vidros, percebi que a porta estava destravada. Olhei para trás e os seguranças estavam fora do carro entre risos conversando algo bem empolgante.
Calculei o que poderia acontecer se eu saísse correndo, o máximo que poderiam fazer era correr atrás de mim, acredito que Osman não deixaria eles atirarem em mim, espero não estar errada.
Abri a porta devagar olhando através do retrovisor se estavam ainda conversando. Abri lentamente um pouquinho da porta e fechei, saí agachada para que eles não notasse minha presença fora do carro.
Arranquei o véu e os saltos ainda atrás do carro, quando percebi que seriam empecilhos para minha fuga.
O medo transbordava meu corpo, mas eu tive que engolir e sair correndo feito louca para o jardim logo a frente. Ainda correndo ohei para a entrada da empresa e Osman vinha saindo com um homem ao lado. Meu corpo tremeu quando percebi que ele me viu e ordenou os seguranças a virem atrás, os mesmos sequer tinham notado minha ausência.
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ATA-ME
RandomUm romance mesclado ao realismo. Nessa história você vai sonhar com pés fincados no chão. Surya é uma jovem que quando pequena foi vendida pelo pai a uma rica família de Istambul, sendo criada com todo conforto pelos pais adotivos. Quando seu pai...