DE VOLTA

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Toquei o interfone várias vezes, sem nem mesmo falarem comigo escutei o portão se abrir.

- Çagatay!!!! - Sorri ao ver o segurança mais antigo da minha casa.

- Menina Surya!!! Ah meu Deus quanto tempo! - Deixei as lágrimas correrem e o abracei. Ele sempre foi como um segundo pai, todos os funcionários de casa sempre foram muito legais. Sentia tanta falta deste ambiente familiar leve e solto.

- Vamos, entre. - Pediu Sorrindo.

Entrei em casa e abri a porta devagar sentindo meu coração explodir de alegria.

Antes mesmo de abrir totalmente minha mãe empurrou a porta escancarando e me abraçou forte deixando os soluços inundarem a casa, papai veio em seguida abraçando nós duas.

Ficamos vários minutos em soluços, até que nos desprendendo e enxugamos as lágrimas uma da outra. E papai retirando as lágrimas do canto dos olhos.

- Vou matar Zeki por não me falar nada que vocês estavam envolvidos nisso! - Falei sorrindo e tirando os resquícios de lágrimas dos olhos.

- Ele fez bem. Sabe o quanto te amamos e queremos o seu bem. - Sorri e os abracei novamente.

- Sente-se. Quero que nos explique tudo que aconteceu e o que aquele desgraçado fez com você. - Meu pai puxou para o sofá e nos sentamos os três.

- Minha menina, nos perdoa por não ter te ajudado antes que se casasse com este monstro. - Pediu após escutar tudo o que aconteceu sem deixar passar nada.

- Filha, basta você dizer que sim e eu continuo com o processo. - Disse papai pegando em minha mão com os olhos fixos esperando minha resposta.

- Não papai, fazer isso significa não só acabar com Osman mas também toda a cidade. E  eu...eu preciso falar algo, algo que sequer Zeki sabe. - Baixei a cabeça e depois de pensar muito resolvi falar logo.

- Eu...eu tô grávida. - Levantei e quando finalmente olhei na direção dos dois que  estavam sentados no sofá assustados. Grávida de um homem que me quer somente por posse.

Antes que falassem algo continuei.

- Eu não queria isso. Pedi a uma amiga minha para comprar pílulas mas a mãe de Osman trocou por outro remédio. Parece surreal isso, mas ela fez por que deseja um neto, um herdeiro. - Fiz aspas com os dedos na última palavra e revirei os olhos. Fiquei de costas com a mão na testa massageando as têmporas.

- Você quer tirar filha? - Perguntou surpresa.

- Não! Jamais faria isso, a senhora sabe. Eu sei que mãe solteira não é algo visto como uma coisa boa, mas eu farei de tudo por esta criança, não importa o que os outros pense.

- Estou muito orgulhosa de você, você é muito corajosa, espero que ele puxe isso de você. - Ela tocou em minha barriga e percebi seus olhos marejados.

Percebi meu pai levantar e começar rodar de um lado para o outro nervoso. A tensão se formou na sala.

- Ele virá a sua procura e você deve estar preparada para isso. - Falou minha mãe pegando em minha mão, sabendo que era por isso que meu pai estava agoniado.

- Quanto ao contrato, e se ele tiver direito sobre a VIAT de alguma forma papai? - Perguntei preocupada, Osman não pode conseguir tirar o que meu pai lutou para construir.

- Ele jamais terá direito. Não se preocupe quanto a isso. Ah, e suas coisas estão prontas, amanhã mesmo irá viajar.

Concordei com a cabeça e subi para o meu antigo quarto.

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