- O que lia de tão importante que não quis me mostrar? - Sua voz era mansa como um leão a espreita esperando sua presa. Continuei de contas se olhá-lo.
- Nada que seja do seu interesse. - Fiquei sentada na cama o encarando. Ele estava frio, muito mais que o normal. Cheguei perto do seu corpo, o suficiente para sentir que ele havia bebido.
Depois de me encaram ele foi até a minha gaveta e abriu. Aquele era o meu fim. Ele ficou parado imóvel analisando o que via a sua frente.
Pegou a revista, e o álbum com as fotos.
- O que significa isso Surya? - Eu podia correr para tomar de suas mãos, mas seria inútil. Ele abriu o álbum e folheou as páginas de forma ríspida. Sua expressão era de nojo.
Ele olhou para minha direção e jogou o álbum e a revista ao meu lado na cama.
Ele jogou seu corpo contra o meu na cama, pressionando meus braços contra o colchão.
- VOCÊ ACHA QUE SOU UM OTÁRIO? - Ele gritou na minha cara. Fiquei paralisada com tamanha brutalidade.
- ME RESPONTE PORRA!!!- Meus olhos quase saem da caixa. Mas quer saber, se ele quer a verdade, então ela será dita.
- Sim, acho você um idiota, babaca, um cor...- Fui interrompida por um tapa na cara.
Comecei estapiar seu peito para sair, mas foi em vão.
- Eu te odeio, te odeio seu infame. - Vi sair de cima do meu corpo e pegar meu álbum juntamente com a resposta. Comecei esmurrá-lo e fui jogada contra o chão.
- Me devolve Osman, você não tem esse direito. - Estiquei a mão mas ele continuou parado, apenas sorriu antes de virar as costas e jogar tudo na lareira.
- Se encostar já sabe o que acontece com as pessoas que ama. - Falou ele num tom ameaçador agachado com o esqueiro ligado.
Fiquei parada olhando ele pegar uma foto e encostar o fogo na ponta, em questão de segundos ela se foi, depois outra e mais outra. O fogo se espalhou por todo o álbum.
Depois que conseguiu o que queria, levantou e ficou atrás do meu corpo abraçando minha cintura. Não tive reação, apenas fiquei parada sentindo o fogo queimar junto minha sanidade mental.
- Isso aí não faz parte de você. - Ele falou no meu ouvido e saiu do quarto me deixando sozinha.
Fiquei olhando incrédula para o fogo até que tudo não passava de cinzas. Minha mãe sempre me falou que, para toda ação há uma reação.
Chegou a hora do jantar e eu ainda olhava martelava as palavras de Osman na cabeça. Conferi se a porta estava aberta e para a minha surpresa não estava trancada. Fui até a sala e todos estavam sentados começando a jantar. Percebi que meu prato não foi posto a mesa, mesmo assim sentei.
- Achei que estivesse sem apetite. - Justificou Osman a ausência do meu prato.
- Estou faminta. - Sorri e comecei a me servir.
Todos estavam surpresos com minha reação, Osman deve ter falado para os pais do meu álbum, percebi no instante que vi a expressão de vitoriosa de sua mãe. Assim como o filho, ela ama ver meu sofrimento, dessa vez não darei esse gosto.
- Como estão seus pais? - Perguntou Kamal fingindo interesse em saber.
- Ótimos, graças a Alá.
- Fico feliz por estarem bem. - Ele realmente queria me estressar. Por ele meus pais estariam queimando no mármore do inferno.
- Ah é? Eles ficarão felizes de conhecer os pais do meu marido. Não é meu amor? - Olhei para Osman com um sorriso singelo nos lábios. Sua expressão desmomstrava o quão confuso estava naquele momento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ATA-ME
RandomUm romance mesclado ao realismo. Nessa história você vai sonhar com pés fincados no chão. Surya é uma jovem que quando pequena foi vendida pelo pai a uma rica família de Istambul, sendo criada com todo conforto pelos pais adotivos. Quando seu pai...