72.

5.5K 313 224
                                    

MARATONA. 2/5

Cheguei e já tinha pegue a chave do chalé da entrada mesmo do hotel, entrei no carro novamente e fui seguindo até lá.

- Ei cara, acorda. - falei alisando seu ombro, ela se espreguiçou ainda de olhos fechados e coçou os olhos pra enfim os abrir. - A gente chegou já, vamos descer. - falei abrindo a porta do carro e descendo, apertei no botão pra abrir o porta malas e tirei a bolsa de lá. -

- Bernardo, onde que a gente tá? - ela disse ainda dentro do carro, tava atordoadazinha aquela maluca. -

- Desce, po! Não tá reconhecendo não? - eu ri e ela abriu a porta descendo. -

- Bernardo... - falou colocando a mão na boca. - Garoto?!

Sorri pra ela passando a mão na sua cintura, tinha feito o desenrolo do caralho pra conseguir uma vaga bem em cima, mas consegui po. Ou não me chamo Bernardo, né? A gente tava no hotel da festa mais inesquecível da minha vida, mais conhecido como Hotel Rio (quero ver quem vai lembrar, rs).

- Curtiu?

- Como você conseguiu isso, cara? Você é maluco. - ela disse rindo e eu segurei seu rosto pra um beijo. -

- Tá achando que só você que mexe com eventos tem os seus contatos? - sorri. - Queria te trazer aqui po e consegui. Teu primeiro sim pra mim foi aqui e acho que a gente tá merecendo pra caralho isso. - ela me olhou boba. -

Tinha trago a Valentina pra onde tudo aconteceu, só Deus sabe o quanto eu ralei praquele pedido de namoro sair e por pouco não vai tudo pro caralho. Mas isso aqui era especial demais pra gente, a primeira vez que ela de fato me aceitou na vida dela, na verdade... nem se ela não quisesse, papo reto. Já tava preso a mó tempão.

- Vem, vamo entrar. - falei entrelaçando minha mão na dela e colocando a chave cartão na porta pra gente poder entrar. -

- Não acredito ainda que você conseguiu até o mesmo quarto. Meu Deus, tá tudo igual. - ela falou depois que eu liguei as luzes. -

A última vez que a gente tinha vindo pra cá, tinha de fato sido naquela festa. Com o passar dos anos nunca mais a gente tinha brotado, até mesmo porque não teve mais o evento, só um parecido mas em outro lugar. Minha sorte é que naquele dia a gente tinha tirado foto pra caralho, em todos os lugares desse quarto e deu pra da uma busca legal.

- Você é maluco, meu Deus. - ela falou sentado na cama. me enfiei entre as suas pernas e alisei seus ombros. -

- Gostou não? - falei cheirando o seu pescoço. -

- Gostei muito, né! Mas você tinha que ter me avisado, não disse nada, cara. Nem trouxe nada, a gente vai ficar quantos dias?

- Hoje e amanhã depois do almoço. E relaxa, trouxe tudo que a gente vai precisar naquela bolsa ali. - ela me olhou desconfiada mas depois sorriu. - Agora, troca de roupa lá e coloca um biquíni que eu vou pegar uma parada pra nós. - ela me olhou ainda com aquela cara de surpresa e sem saber o que fazer que de vez enquando -raramente- e foi em direção ao banheiro. -

Liguei na recepção pra pedir as coisas que eu tinha encomendado e fui ajeitar a jacuzzi, ela ficava com uma vista pra sei lá se essa porra é um jardim, mas ela não ficava no banheiro não. Era como se fosse uma piscina na "varanda" do quarto, mas não dava pra ninguém ver né.

Ouvi o baralho do chuveiro e em seguida bateram na porta, abri e o rapaz entrou com algumas coisas que eu tinha pedido, como fondue, uma mesa de frios e uns petiscos. Também trouxe três baldes de cerveja, pronto. Tava do jeito que eu sabia que a gente gostava. Dei a gorjeta pro rapaz e tirei minha roupa, ficando só com a cueca boxer que eu tava. Graças a Deus não tava tão frio e também a jacuzzi era aquecida, entrei e já fui abrindo uma latinha da minha cerveja.

A porta do banheiro se abriu e a Valentina saiu de lá vestida num roupão. Deixou o chinelo ao lado da jacuzzi e tirou o roupão. Não é por nada não, mas minha mulher é gostosa pra caralho, porra. A mais braba.

- Hmmm, tudo isso é pra gente? - ela falou entrando e fazendo um coque no cabelo, pegando um salame e comendo. -

- Claro, po. Vem cá... - eu chamei e ela ficou entre as minhas pernas, logo sentando no meu colo, pegou uma cerveja e abriu. -

Eu me amarrava em tudo na Valentina, do jeito que tínhamos crescido juntos, a forma como ela não era aquelas minas com frescura pra tudo, aliás, nunca foi. Po, a gente saia no nosso namoro pra assistir futebol, tomar cerveja e resenhar, pra ela só aquilo já era perfeito. Era a mulher da minha vida, não tinha pra onde correr. Fiquei ali viajando nela enquanto ela tava bebendo a latinha e eu alisava suas costas.

- Amor, eu to amando isso tudo, mas sério... porque a gente tá aqui? Assim... do nada?! - ela falou me olhando enquanto comia um morango misturado com chocolate. -

- Achei que tinha que te trazer aqui po, eu sei que você ainda tá bolada com a nossa discussão...

- Amor, não precisava, sério... - ela falou me interrompendo e eu a interrompi. -

- Não, claro que eu precisava. Eu sei que eu vacilei e tudo que eu menos quero é vacilar contigo. Te amo pra caralho. Na hora da briga a gente fala um monte de coisas sem sentido, mas uma coisa que você me falou ficou pra caralho na minha cabeça, você disse que achava que tava me privando...

- Eu...

- Não, pera. Deixa eu falar. Amor, - falei colocando um fio de cabelo dela atrás da orelha. - eu lembro de tá aqui, nesse mesmo hotel, olhando nos teus olhos e te pedindo, pedindo não, - me corrigi - te implorando pra você me deixar voar com você. Essa foi uma das primeiras coisas que me fizeram apaixonar por você, seu jeito pipa de ser. Aqui, eu te entreguei um cordão de pipa e desejei mais do que tudo que você me levasse pra todos os lugares do mundo com você, pra poder te dar impulso pra voar, pra gente voar juntos.

Ela tava com um sorrisão no rosto, a ponta do nariz vermelho de quando prendia o choro e os olhos brilhando pra caralho.

- E foi exatamente isso que você fez, você me permitiu fazer coisas que eu nunca sonhei na vida. Em todos esses anos você segue me ensinando a voar sem medo, me mostrando que a gente junto somos capazes de tudo. Você me tira o chão, Valentina. Eu não sei de verdade como é que todas essas sensações significam que você tá me privando de algo. Pelo contrário, isso nunca nem passou pela minha cabeça, quem dirá no meu coração.

Segurei na mão dela e beijei, ela também beijou a minha.

- Você me mudou, me transformou no homem que eu sou. Sem você eu não sou nada, porque foi contigo que eu aprendi a ser o que eu sou hoje. Com você, com a nossa filha. Eu sei que eu erro pra caralho e provavelmente meus erros não vão parar por aqui, da mesma forma que você também é passível a erros. Mas eu to aqui, sempre. Do mesmo jeito que eu sei que você vai tá pra mim, porque nosso amor é assim. Eu te amo demais pra deixar que qualquer coisa nesse mundo fique entre a gente. Eu jamais me perdoaria se isso acontecesse. Eu só tenho olhos pra você, coisa mais maluca que me apareceu nessa vida.

Ela passou as pernas pela minha cintura, se ajeitando mais no meu colo, segurou as laterais do meu rosto e iniciou um beijo. Me deixando até tonto. Não existe amor no mundo igual esse daqui.

- Você é o amor da minha vida, você sabe disso né? Eu não tava mais magoada com você, no momento em que você marcou e eu te vi tentando, já tinha passado. Mas muito obrigada por fazer isso pela gente, por cuidar assim do nosso amor. Te amo demais coisa trabalhosa da minha vida. Eu sou sempre ser tudo que você precisar que eu seja. Entendeu? - ela ainda segurava a lateral do meu rosto quando eu assenti. - Agora vem aqui e me da um beijo... maluco! - ela sorriu e eu passei a mão na nuca dela, puxando alguns cabelos e beijando aquela boca gostosa que sempre seria minha. -

+100

VNCS - Flashs ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora