Eu não sabia se era certo se sentir feliz com a situação ou até mesmo se sentir aliviado. O fato é que mesmo não sabendo se era o certo, eu tava feliz pra caralho de tá vendo aquela garota ali, com o braço engessado, um olho roxo e um corpo acima da sobrancelha. Porra, aquilo pra mim tava perfeito, antes isso que algo pior.
- Você vai né matar cara! - Falei indo na direção dela e alisando seus cabelos. Ela já chorava e eu dei um beijo rápido na sua boca. - To falando sério, amor. Quase que meu coração para. Como foi isso, cara?
- Não sei, amor. Foi muito rápido, eu tava passando o cruzamento, mas eu tava certa, não tava infringindo nada. Ai bateu na lateral do carro, graças a Deus que foi tudo do meu lado e não no dos meninos, fiquei com tanto medo, tanto, tanto. Só não desesperei mais porque ouvi ele falando.
- E o cara po? Não prestou socorro? Que caralho é esse?
- Não, a gente ficou um tempo lá até as pessoas virem oferecer ajuda.
- Pau no cu do caralho, vou atrás po! Vou arranjar as câmeras de segurança desse cruzamento, não fode. Se tivesse acontecido alguma coisa com vocês, ele tava fodido. Fodido e morto.
- Desculpa por isso. - ela falou fazendo bico. - Nunca na minha vida que eu colocaria nossos filhos em perigo, fiquei com tanto medo por eles...
- A culpa não é sua, tá maluca? Nossos filhos estão bem, não se preocupa. Só você que tem que melhorar logo, esquece isso de pedir de desculpas, aconteceu, acidentes acontecem.
- Eu sei, mas...
- Mas nada, amor. Tá doida?! Culpa é daquele filho da puta, não sabe dirigir não dirige, não fode. Graças a Deus não aconteceu nada demais com vocês, ou... - senti ela apertar minha mão com o braço que não tava imobilizado. - Foi mal... não se preocupa, - senti meu celular vibrar e peguei vendo que era mensagem da Valentina, avisando que o médico tava no quarto com os meninos pra da alta a eles. - venho já, tá? O médico tá dando alta nas crianças, vou pegar eles e trazer pra cá, aproveito e vejo se consigo entrar em contato com o médico que te atendeu e saber mais ou menos como você tá.
- Não quero que eles me vejam assim...
- Amor, relaxa! O Vinicius já enfaixou o braço, ele sabe o que é isso. Fora que eles tão preocupados com você, vai ser bom pra eles verem que você tá bem. Porque você tá e vai ficar melhor ainda. - ela assentiu e eu lhe dei um beijo. -
- Adivinha só quem a gente vai ver agora? - falei com o Vinícius no colo enquanto segurava na mão da Júlia. -
- Mamãe! - Vinícius falou levantando o bracinho sorrindo. -
- Quando a gente entrar no quarto, não vamos poder abraçar a mamãe apertado, ok? Tem que ser devagar e com muito cuidado. - Eles assentiram, saímos do elevador e eu abri a porta do quarto, entrando com eles e colocando o Vinícius no chão. Os dois correram até a Isadora e ficaram dando beijos no rosto dela. -
Fiquei ali, parado próximo à porta de braços cruzados, admirando a cena, com o coração tranquilo de ter as pessoas que eu mais amo bem. De saber que minha mulher e meus filhos estavam seguros. Nada mais importava, agora eu já podia respirar aliviado.
Senti uma mão no meu ombro e sorri olhando pra Valentina que estava atrás de mim...
- Vai lá aproveitar eles, vou atrás do médico pra saber como é que ela tá realmente.
- Te amo pra caralho, tu sabe né cabeça. - ela sorriu em resposta e saiu do quarto e eu fui até eles. -
- Pai, a gente vai poder desenhar no gesso da mamãe todinho. Vou fazer muitas flores, mamãe. Das que você mais gosta. - Júlia falava enquanto sorria e eu me escorei perto da cabeceira da cama, alisando os cabelos da Isadora. -
- E eu vou escrever meu nome várias e várias vezes, você gosta do meu nome que eu sei, mãe!
- Eu amo, filho. Amo demais.
- Sabe quem escolheu teu nome, Vini? - ele balançou a cabeça que não. - Foi a Juju. Ela disse que queria que o irmão se chamasse Vinícius! - falei e os dois sorriram e continuaram falando das inúmeras coisas que eles colocariam no gesso da Isa. -
Ela olhou pra mim e sorriu, silabei um "eu amo você. muito." pra ela e beijei sua testa.
- Você vai receber alta só amanhã, amiga! - Valentina disse depois de falar as coisas que o médico tinha falado pra ela. - Parece que você tem que ficar pelo menos uma noite em observação, o gesso no seu braço não é muita coisa e graças a Deus quando você tava passando o cruzamento tava bem reduzido.
- Não acredito que eu vou ter que ficar aqui. - Isadora bufou, jogando a cabeça pra trás e soltou um "aí". -
- Ta vendo porque você tem que ficar aqui, teimosa?! - eu disse. - Ainda tá sentindo dor, tem que ser observada. Tina, faz o favor, cê leva eles pra casa? Tem como eles dormirem na sua hoje?
- Claro que tem!
- Nada disso, Kaio! Você vai pra casa com as crianças, eles precisam ficar em casa, descansar. O dia foi estressante e traumático pros dois e como eu não posso ficar em casa, você fica com eles.
- Não vou te deixar aqui sozinha, Isadora. Não pira.
- Não estou discutindo isso com você, você tem que ir pra casa e cuidar dos meninos que é o mais importante. Liga pra minha mãe e informa a ela,
- só ai que eu percebi que nem com a minha sogra eu tinha falado nada. - que ela vem passar a noite comigo.- Mas a gente quer ficar aqui. - Júlia disse. -
- Mas não podem meu amor, vocês precisam ficar com o papai em casa. A mamãe tá bem, não ta? - eles assentiram. - Então, vão com o papai que amanhã a mamãe vai tá em casa com vocês e vai ser muito bom.
Como manda quem pode e obedece quem tem juízo, eu deixei a Isadora lá depois que a mãe dela tinha chegado do hospital e fui pra casa com as crianças. Coloquei eles pra banharem, já que já estava tarde, só ia restar preparar a janta. Tomei um banho também pra tentar tirar o estresse e depois respondi o pessoal no grupo falando que ela já estava bem e todas as atualizações.
Os dois já estavam brincando no quarto da Júlia, então eu desci pra fazer a comida deles. Sou péssimo, de verdade. Esse bagulho sem dúvidas não é pra mim. Mas fiz um macarrão ao molho com calabresa pelo menos pra enrolar a fome deles e a minha.
Já estava deitado na cama, tinha acabado de ligar pra Isadora pra saber como ela tava e ia passar a noite, ela já estava sem sentir dor a algumas horas e isso me deixou mais tranquilo com toda essa situação. Me remexia pra caralho na cama, porra, maior espaço sem minha mulher aqui. Não dá nem pra dormir.
Sou apegado pra caralho mesmo, por ela, eu sempre fui! Ia passar a noite sem conseguir pregar o olho, já que minha gata tava longe pra caralho. Ouvi a porta abrindo e aquelas duas pessoinhas paradas.
- Que foi?
- A gente não consegue dormir. - Vinícius falou já subindo na cama. -
- To com saudade da mamãe, queria que ela tivesse aqui e tivesse jantado a comida ruim do papai com a gente. - Júlia disse subindo na cama também e fazendo bico, eu ri dessa abusada chamando minha comida de ruim. -
- Posso contar um segredo? - eles assentiram. - Também não consigo dormir sem ela aqui!
- Será que a gente não pode ir no hospital? - Júlia falou. -
- Não meu amor, a gente não pode. Mas a gente pode se agarrar bem juntinhos os três aqui, pensar bem muito que a mamãe vai ficar bem e tentar dormir, pode ser?
Os dois assentiram, Vinícius feio de um lado e a Júlia do outro, os dois se agarraram em mim e eu fiquei tentando cantar alguma coisa baixa pra ver se eles dormiam.
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VNCS - Flashs ✨
Fanfiction💛 não é minha primeira web. 💛 isso NÃO é uma segunda temporada, apenas um especial, com alguns flashs. 💛 pretendo ser rápida, mas não deixar pontas soltas e atropelar a história. 💛 plágio é crime, se for repostar, fale comigo antes. 💛 up são ma...