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ANDRÉ.
MARATONA 2/5

Todo esse tempo eu tava martelando a ideia da gente começar a procurar casa, fazendo a cabeça dura da Roberta entender que quanto antes melhor, porque depois o barrigão dela iria tá muito maior e iria ser uma pica pra fazer a mudança.

Vou te falar uma coisa, Roberta quando coloca um negócio na cabeça só Deus. Porra! Negócio é que se ela é teimosa, eu sou o dobro. Perturbei, perturbei, até a gente começar a olhar casas. E pô, tinha uma que eu tinha me amarrado pra caraca, era condomínio, tinha um espaço maneiro, fora que se a gente quisesse construir mais quartos no futuro dava, duplex.

- E aí, po?! Gostou? - Roberta tinha vindo com a cara amarrada o tempo todo, porque o dia que a gente tinha consegui pra marcar de ver essa casa, tinha sido justamente no dia da ultra pra saber os sexos. -

Po, nem foi a intenção, sabe? Sei que minha deusa não gosta de fazer nada apressado, mas era nossa oportunidade. Fora que ia da tempo sim de ver os moleques, po! Eu tava nervosao, óbvio que não ia deixar a gente perder isso por nada.

A gente já tinha visto outras casas, mas nenhuma ela gostou ao ponto de querer mudar e pior que eu confesso que até gostava da casa vendo as fotos. mas quando chegava não dava liga, só que essa daqui tava do caralho, pô.

- É linda amor! Eu gostei muito. - falou olhando atentamente algumas plantas que já estavam plantadas ali. -

- Sério? Tu gostou mesmo ou só tá falando isso pra gente ir logo pra consulta? - ela me deu um tapa no braço. -

- Idiota! Eu gostei, tá.

- Sabia po! Sabia que tu ia curtir essa, é a nossa cara minha deusa. - falei alisando seu rosto, enquanto o segurava com as duas mãos. A trouxe pra mais perto de mim e iniciei um beijo rápido. -

- Mas ainda é coisa pra se pensar, amor! Eu to só falando que gostei, não dei certeza de nada.

- Paciência meus filhos, tem que ter muita pra lidar com a mamãe. Mas diz pro pai, vocês se amarram não se amarram? - falei alisando sua barriga e ela só sabia rir. -

Po, eu sempre ficava falando com eles, tinha pegue a mania já. De falar com meus bebês, mas era impressionante, sempre que eles se mexiam ou chutavam, eu não tava. Mesmo eu morrendo de falar com eles. Marrentos po!

Até que eu senti aquela pressão na parte que minha mão estava apoiada na barriga dela. Olhei rápido pra Roberta, que abriu maior sorrisão pra mim.

- Caralho! To maluco não, né, Roberta?! Você também sentiu, né? Eles chutaram, porraaa! - Roberta começou a rir. -

- Sim amor, elas - falou dando ênfase - chutaram. Vocês tão reconhecendo a voz do papai, amores? - ela disse e alisou a barriga. Me abaixei na frente dela, colocando o rosto perto da sua barriga. -

- É o papai! Deem oi pro papai de novo! - senti eles chutando de novo e abri maior sorrisão, ouvindo a risada da Roberta. -

Caralho, tava feliz demais! Meus filhos tão conseguindo reconhecer minha voz, chutaram pra mim, po. Tem felicidade maior que essa não! Não tem. Felicidade maior só quando eles tiverem aqui, papo reto. Pode me chamar de pai babão mesmo, porque eu sou.

- Vamos, papai? A gente vai se atrasar pra saber o sexo desses bebês aqui! - ela disse chamando minha atenção. -

- Vamo po, tu quem manda minha deusa. Vamo logo que a gente tem que decidir o nome dos moleques. - falei me ajeitando e dando um beijo nela. -

Tá maluco eu chegar atrasado na consulta, jamais! A gente saiu da casa e entregou a chaves pra moça da imobiliária. Fomos até o carro e entramos, já tava ligando enquanto a Roberta tava ajeitando o cinto.

- Pode comprar! - ela disse se virando pra mim. -

- An?!

- A casa! Pode comprar. Vamos viver aqui com a nossa família. - ela disse, me arrancando o maior sorriso do mundo. -

- Tá falando sério?

- To! Quero viver aqui com vocês. - ela disse e me deu um beijo rápido. -

- Te amo pra caralho, amor.

- Eu sei! Também amo vocês demais. Agora, pelo amor de Deus, vamos. To tão nervosa.

- Não sei pra que, pô! Já te disse o que é, confia no papai.

Ela só fez rir e balançar a cabeça em negativa e eu liguei o carro, acelerando no caminho da clínica. A gente não demorou pra chegar até lá, porque o pai é chato no volante!

- Amor, para de roer a unha. Não era você que não tava nervoso?! - Roberta disse rindo. -

- Po, mas agora eu to nervosão. Tu sabe que eu fico assim em todas as consultas.

- Lindo! - ela me deu um selinho. - Vamos? Saiu meu nome no televisor.

Entramos na sala e a médica já foi falando várias coisas pra gente, a Roberta mostrou uns exames que tinha feito, ela recomendou uma série de coisas como sempre, fez um batalhão de perguntas e isso sempre só me deixa mais nervoso, porque eu não entendo porra nenhuma dessas coisas.

- Então vamos papais, ver se esses nenens tão colaborando hoje?

- Porra, finalmente! - munirei baixinho e a Roberta me deu um beliscão. - Aí.

Roberta se deitou e a médica passou o bagulho lá, escutamos o coração deles batendo pra caralho, me amarrava demais nisso, papo reto. Ela continuou passando o negócio e mostrando que tava tudo bem, eles tinham se formado perfeitamente bem.

- Vou agora tentar ver, ok? - Assenti com a cabeça. -

- Aqui, esse já tá com as perninhas apertadas, é bem amostrado. E é...

VNCS - Flashs ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora