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MARATONA 5/5
RENATA.

- Olha mamãe, que legal! A casa tá cheia de flores. - A Luna disse assim que eu abri a porta de casa e entrei com as duas, tava chocada. O chão da casa tava cheio de rosas. -

- Que chique mamãe! - a Liz falou. -

- Meu Deus, que isso. - Falei com a mão na boca rindo. Depois parei quando vi aquele idiota vindo na minha direção com um buquê de flores enorme, socorro gente. Será que eu morri? -

Eu nunca fui a pessoa mais romântica do mundo, o Felipe muito menos. As vezes a gente tem nossos momentos e tenho que confessar que depois que a gente casou, ficamos mais românticos um com o outro, mas isso era bem raro. Eu tava chocada com ele.

- O papai é um príncipe. - A Luna gritou quando viu o Felipe vindo, que já veio rindo pra mim, coçando a nuca. Gostoso. -

- Pra você, maluca. - Ele disse me entregando o buquê e me abraçando. Tá vendo? O romantismo. Sorri pra ele e lhe dei um beijo rápido. Eu tava boba de verdade gente! Não tava esperando nada disso. -

- Meu Deus, amor. O que é isso tudo? Você aprontou alguma coisa, Felipe?

- Quê? Claro que não, cara. - ele riu. - Feliz aniversário de casamento, doidona. Esqueceu né?

Eu não tinha esquecido, claro que não. Nosso casamento era algo que sempre tinha mantido na memória. Mas na hora da surpresa, falei o que me veio na mente.

- Claro que não amor, até comprei algo pra você. Só não esperava isso tudo. Você é impressionante, que saco. Agora to com vergonha de dar o meu presente. - falei o abraçando. -

- E tem presente melhor do que essas duas coisas danadas aí? Foi tu que me deu, po. Tá no lucro comigo, maluca. - ele disse me puxando pela cintura pra mais um beijo. -

- MAMÃE E PAPAI SÃO NAMORADOS! MAMÃE E PAPAI SÃO NAMORADOS. - as duas ficaram gritando e cantando rodeando a gente. -

- Que presentão, né?! - falei rindo pra ele, que coçou a nuca e piscou. - Agora quero saber quem vai limpar essas rosas todas pelo chão da casa.

- Aou, é a nova decoração amor. Aproveita.

- Te amo! Sério. Não tava esperando por isso, você é doido. - falei o abraçando de lado. -

- Linda! - ele sorriu. - Quem quer ir pra piscina com o papai e a mamãe? - Felipe falou e as minhas pestes já foram gritando e subindo pro quarto. -

Eu nunca me imaginei na minha idade com uma família como a minha formada, nunca foi o que eu esperei ou tivesse planejado pra minha vida. Tudo veio completamente de repente, mas, eu era sem dúvidas feliz pra caralho. Amava demais o marido que eu tinha, mesmo com todas as nossas loucuras. Amava o pai que ele era pras minhas filhas, amava o eterno namorado que ele era comigo. Amava de verdade a nossa vida, não tinha espaço pra querer outra coisa e eu estava completamente realizada em todas as áreas.

- Tá viajando aí amor. - ele disse e eu percebi que estava sorrindo enquanto cheirava o buquê que ele tinha me dado. - Vem, vai lá trocar de roupa pra gente descer com elas.

- Felipe! - ele voltou a atenção pra mim. - Obrigada por nunca ter desistido, tá? Você tentou tanto por nós quando eu não tinha ideia do quanto valeria a pena, eu amo demais você.

- Ô minha loira. - ele disse me puxando novamente pela cintura. - Teu destino era isso aqui, po. Ser a mulher da minha vida. Te amo. - falou me beijando enquanto alisava minha bunda.

Sorri pra ele e subi pro quarto, diz ele que ia ficar pra esperar a comida que ele tinha pedido chegar, vou morrer hoje com esse homem, né? Além de tudo ainda já tinha ajeitado nosso almoço. Troquei de roupa colocando um biquíni e fui no quarto das minhas bebezinhas.

Parei escorada na porta vendo a Liz ajudar a Luna a colocar a parte de cima do biquíni, a Luna era péssima em fazer nó e laço nas coisas, eu e o Felipe já tínhamos tentado ensinar de todas as formas, mas ela era atrapalhada nisso, imagina pra amarrar o biquíni sozinho. Por isso que eu sempre comprava os de colchete ou modelo camiseta já. Mas esse da Barbie elas queriam porque queriam. Fiquei ali, boba, vendo meus bebês se ajudando.

- Luna fica quieta um pouco ou não vou conseguir.

- Tá bom, é que tá coçando minhas costas ué.

- Você ainda tem que me ajudar a pentear o meu cabelo, certo? - a Liz disse e meu coração acelerou. Ouvi a risada da Luna e parecia até que eu tava ouvindo a risada da Rafaella, por um segundo me vi nelas duas, como se fosse nós duas antigamente. senti uma pressão no meu peito tão estranha, que até minha perna bambeou. -

- Eu sei, você sabe que eu amooooooo - ela disse assim mesmo, com um monte de "o" -

Isso fez com que a Liz risse e novamente me vi nelas, lágrimas já desciam pelo meu rosto e eu limpei bem rápido. Eu sempre senti a presença da Rafa comigo, sempre, mas tão forte assim, além do dia da missa do sétimo dia e do meu casamento, eu to sentindo agora.

- Mamãe! - a Luna gritou me tirando do transe. - Você tá chorando?

- Não bebê! Mamãe tava aqui admirando as duas, todas lindas se ajudando. - falei entrando no quarto e me sentando na cama. - Que história é essa de pentear o cabelo da outra? Tão deixando a mamãe de lado? - falei e fiz bico. -

- Não mamãe, - a Luna disse. - lembra que você falou de umas coisas que fazia com a titia? A gente testou e a Liz gosta muito de como eu penteio, né Liz?

- Sim, mamãe. A maninha é a melhor do mundo. Mas não fica triste não, tá? A gente não vai trocar, a gente nem sabe fazer trança que nem a mamãe faz.

Aquilo veio direto no meu coração, meu Deus. Abracei as duas tão apertado, quase sufocando de tanto amor. Meu Deus, muito obrigada por tudo mesmo. Nem nos meus maiores sonhos eu ia imaginar tudo isso pra mim.

- Amo tanto vocês! - falei as soltando. - Agora vão que o papai já tá na piscina, só esperando as duas. - Elas assentiram e calçaram a chinela, saindo correndo logo depois. -

Me levantei da cama e olhei pela janela do quarto pro céu super azul que tava. Observei que uma borboleta tinha pousado na borda da janela e as lágrimas só fizeram cair de novo.

- Eu sei que é você! Você nunca vai sair de mim, mana. Eu vejo tanto da gente nelas, que até me assusta. Eu sei que você vai tá sempre aqui! Te carrego em todos os cantos e em todas as coisas, olha por nós pra sempre. Você é meu anjo, sua gostosa. Te amo tanto que dói no meu peito, te amo tanto que nunca vou me acostumar. - olhei e vi a borboleta voando pra longe, suspirei com a mão no meu peito, próximo de onde era a tatuagem que eu tinha feito pra ela. - Te amo.

Desci as escadas indo pra nossa área de lazer e vi meu marido lá brincando com nossas filhas, se fazendo de bobo pra tirar os maiores sorrisos delas. Com a mesa do nosso almoço já montada. Fui até eles e me sentei na borda da piscina, o Felipe veio até mim.

- Tava chorando?

- Senti tanto a Rafa aqui, você tinha que ver, elas combinado de pentear o cabelo uma da outra. - ele me olhou e assentiu, entendendo o porque da minha cara de choro. - Nossa família é tudo que eu tenho, Felipe. Obrigada por continuar fazendo isso dar certo.

- Te amo, garota. Nada separa a gente.

Falei pra vocês beberem água antes desses últimos capítulos da maratona, né? Demoro mas venho, meus bebês. Aproveitem!

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