38.

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Acordei com o despertador bem cedo, nosso voo era de manhã e se a gente chegasse atrasado já era, íamos pra Jericoacoara e pra conseguir outro horário de pouso no aeroporto de Jeri é chão.

- Bernardo! - O chamei e ele resmungou se virando pro lado, até ri, porque o mesmo movimento que ele fez e parou a Anto ainda dormindo repetiu. Não aguento, viu? - Bernardo acorda! A gente vai se atrasar.

- Ah mano...

- Ah nada! Anda, acorda a Antonella e coloca ela no banho que eu vou me adiantando. A gente não pode atrasar amor.

Fui pro banheiro e deixei ele fazendo o que ele tinha que fazer, meu pai ia passar aqui pra levar a gente pro aeroporto. Tomei um banho rápido, sem molhar o cabelo já que não ia da tempo secar. Coloquei um conjunto de moletom preto da nike e calcei minha chinela da gucci que não sai do meu pé, passei uma make bem leve, tanto dia pra fazer frio nesse Rio de Janeiro e me inventa de fazer hoje, fui logo pro quarto da Antonella, não dava pra deixar o Bernardo arrumando ela porque ele deixava ela vestir o que ela quisesse, a última vez que deixei ele fazer sozinho, a coordenadora da escola me ligou porque a Antonella tava com a roupa da Frozen e uma bota de cowboy, que raiva. Enquanto ia pro quarto dela, mandei mensagem pro meu pai pra ele ir logo se adiantando.

- Chegou na hora certa, amor. - ele disse passando por mim e indo em direção ao nosso quarto.

- Não demora.

- Bom dia, mamãe.

- Bom dia, minha gatinha. - falei dando um beijinho de squimó nela. - Vai ficar com muita saudade?

- Muita!

- Muita muita ou muita pouca?

- Muita, muita, muita.

- Te amo.

Coloquei uma legg preta, com uma blusa de mangas pretas também que vinha até o pescoço, ajeitei o all star pra ela calçar e separei um casaco pra ela colocar por cima.

- Vem filha, vamos lá pra sala pra esperar o vovô. -

Minhas malas e as bolsas de documento, assim como as do Bernardo e a malinha da Anto, já estavam todas no quarto de baixo pois eu já tinha ajeitado antes. Ouvi a porta se abrindo, olhei e era meu pai entrando, Antonella que viu ele no mesmo momento que eu, já foi correndo pra agarrar o vô dela. -

- Vovô! - ela disse enquanto ele pegava no colo. -

- Cheguei pra te salvar dessa casa, gatinha. - minha filha gargalhou e eu olhei pra ele, que tava rindo de mim. -

- Muito engraçado, velho.

- Para de me chamar de velho na frente da criança ein, pivete.

- Opa! - Bernardo falou descendo pra sala, tava tão gato meu marido, todo de preto do jeitinho que eu me amarro. Uma bermuda moletom preta e um blusão todo preto. - Bom dia, vovô. - ri da cara do meu pai, aposto que ele queria xingar o Bernardo mas não podia porque a Anto tava aqui. -

- Me estressa não, moleque.

Bernardo e meu pai foram colocar as malas no carro, enquanto a Anto ficava perguntando se eu ia mesmo deixar ela ir pro aeroporto deixar a gente.

- É claro que você vai, filha. Depois você vai voltar com o vovô e aproveitar muito com ele e sua vovó.

- Queria que o Guigui fosse também, ia ser muito bom, mamãe.

- A tia Mari pode ser que leve ele um dia, mas a vovó não pode ficar com os dois todos os dias.

- Bora? - Bernardo apareceu nos chamando e segui em direção ao carro, trancando a casa. Como eu já tinha previsto, já que não ficamos enrolando, conseguimos até chegar mais rápido que o normal. -

Íamos ficar esperando pelo nosso voo e então aproveitamos pra pedir comida. Sentamos os quatro juntos da mesa e fomos pedir café da manhã, até porque a madame da minha filha não tinha comido nada. Fizemos os nossos pedidos e eu tava simplesmente morrendo com as caras que a Anto tava fazendo, minha filha quando tá cheia de sono é engraçada demais. Tirei um monte de foto da minha princesa, comemos rápido e assim que acabamos o nosso voo foi chamado, ai que saco, já queria chorar.

- Vem cá, gatinha. - falei trazendo ela pro meu colo. - mamãe já vai, tá? Mas vai passar muito rápido e a gente vai tá grudadinhas de novo. - ela assentiu balançando a cabeça e me dando um abraço. - Se comporta na casa do vovô, tá bom? Obedece a sua vó e não vai na onda do seu avô não. - ela riu. - Ouviu, né?

- Tá bom. Tchau mamãe. Te amo. - Dei um abraço apertado nela e depois deixei ela com o Bernardo, ao contrário de mim, ele tem mais experiência em despedida. -

- Boa viagem coisa feia. - Meu pai disse me abraçando. -

- Toma cuidado com ela, tá? - eu disse olhando pra ele. - Não deixa ela ficar sozinha, tira uma parte do dia pra da atenção e não vai fazer suas maluquices com ela.

- Relaxa filha - ele riu. - ela não vai deixar de te amar porque você vai passar uns dias fora. - senti a mão do Bernardo abraçando minha cintura. - Vão la! Aproveitem. Vem com o vovô gatinha. - meu pai segurou na mão dela e eu dei tchau, andando agarrada com o Bernardo enquanto ele carregava o carrinho com nossas malas, virei meu rosto e meu bebê ainda tava ali dando tchau pra gente. -

- Não vai chorar ein, amor.

- Idiota! - dei um tapa nele. - Vou morrer de saudade dela, era pra gente ter trago amor.

- Relaxa, cara. Vamos aproveitar e na próxima a gente traz. - eu assenti. -

VNCS - Flashs ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora