78☆ A poção

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_ O senhor tem certeza disto?

_ É um fato ao qual tenho que encarar. – respondeu tranquilo. – Podemos mudar o percurso quantas vezes forem possíveis, mas o fim é o mesmo para todos.

Absoluto silêncio. Não era fácil pra mim encarar os fatos. Draco não mexia um músculo sequer, quase nem respirava. Dumbledore a minha frente mantinha sua calma impecável.

_ Entende agora, Violet? – perguntou serenamente. Assenti.

_ Como assim? Você não pode mudar isso?! – Draco se exaltou. – Como fez com seu pai e os Potter...

_ É diferente... – respirei fundo. – Se eu o trouxer de volta, não será o mesmo, apenas um desalmado vagando a terra sem nenhum propósito.

_ Jovem, eu já vivi muito. – Dumbledore ponderou. – Eu estou conformado com meu destino, irá acontecer em breve não importa o quanto eu tente mudá-lo.

Dumbledore levantou sua mão totalmente preta. Malfoy enfim aceitou os fatos. Dumbledore não sobreviveria por muito tempo. Sua busca por destruir as horcruxes de Voldemort, lhe trouxe consequências graves. Sequelas impossíveis de se curar, seja por poções, feitiços ou magias antigas. O único desejo do diretor era que dia morte tivesse algum propósito além de encerrar um período.

Após ser dada por finalizada a conversa, Draco se retirou rapidamente. Eu fiquei mais um pouco. Olhei atentamente para o diretor, não querendo deixar margem para algum equívoco. Sua vida realmente estava no fim, apenas calor emergia de seu peito, sem nada de chamas ou brasa.

Me aproximei cautelosa e o velho sábio estendeu seus braços. O envolvi com um abraço apertado. Não há nada que eu pudesse fazer. E por mais que eu tivesse essa chance, o verdadeiro Dumbledore não pode voltar, e isso seria um desrespeito a memória do grande bruxo que ele é.

_ Te vejo em breve, senhor. – me despedi com um sorriso triste saindo de sua sala pela última vez. (O final nada pode ser mudado.)

_ Ajeita essa postura e volte a a ser o soncerino arrogante que sempre foi. – Ordenei ao ver o garoto do meu lado da entrada do escritório.

Depois de uma longa conversa, que durou a manhã toda, Draco concordou com o plano estipulado por Dumbledore. Além disso eu virei alguns dias em Hogwarts para ensinar alguns feitiços úteis de defesa. Confesso estar curiosa pra saber qual é o Patrono do Malfoy.

_ Eu ainda não entendo, por que preciso desarma-lo? – perguntou um Malfoy mal humorado. – É mais do que óbvio que eu jamais seria capaz de vencê-lo em um duelo.

_ Apenas faça, mais tarde irá saber o porquê, se não acreditarem nas suas capacidades inventamos alguma desculpa. – sorrio.

_ Não está se arriscando muito confiando em mim? Com tudo que eu vi no Largo? – se vira pra mim com sua pose impecável.

_ Relaxe. Aquele lugar é guardado por uma variação do feitiço Fidelius feita pelo próprio Dumbledore, mesmo que tente nunca conseguiria dizer nada. – falei baixo. – A menos que a pessoa já saiba, e mesmo assim quem ouvir não vai entender.

_ Incrível. – murmurou surpreso.

O diretor tem seus truques. Com muitas pessoas frequentando o lugar, foi preciso para que ninguém descobrisse as cinco pessoas que supostamente deveriam estar mortas viverem ali. Se depender de mim, em breve, esse número vai aumentar.

_ Agora me diga, tem certeza que consegue manter o fato de ter mudado a sua lealdade? – questionei. – Porque isso seria realmente um problema.

_ Ao contrário do testa rachada, eu me dedico a oclumência. – levantei uma sombracelhas diante da afirmação.

VIOLET  ҂Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora