18☆ O dementador

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Muito antes de chegar à estação de Hogsmeade, o trem estranhamente começou a parar. Do lado de fora uma chuva forte batia contra as janelas. As luzes se apagaram, dava pra ouvir o baque de algumas malas caindo. O ar começou a esfriar drasticamente, condensando com as respirações na cabine (por favor, tudo menos isso).

A porta se abriu, e por ela adentrou um ser coberto totalmente por uma capa esfarrapada, uma mão que brilhava em cinza, com aparência viscosa e cheia de feridas como algo morto que decompusera na água, se estendia em nossa direção. A felicidade foi se esvaindo, era um dementador.

Saindo de minha paralisia, balancei a varinha, lembrando de momentos felizes e intensos. Uma luz forte rompeu da ponta da minha varinha, junto dela um cão pastor-belga prateado que latia silenciosamente para o dementador o afugentando.

Depois do perigo ter passado, me largo no banco sobre os olhares assustados dos outros presentes. A expressão de Ange mostra claramente que ela tá se perguntando "COMO?", exatamente assim.

_ Feitiço do Patrono. – a um momento de silêncio.

_ Mas você nem falou nada. – Fred parecia tentar raciocinar.

_ Pode ser "não verbal" só exige mais preparo, não acho que conseguiria pronunciar uma palavra sequer. – ele assente, estava tão mudo quanto qualquer outro.

_ Mas esse feitiço é muito avançando, como sabe... – George nem consegue terminar a pergunta, mas entendo.

_ Você lembram que eu comecei antes do tempo normal a escola? – os três apenas confirmam com a cabeça, Lee já sabe a história. – Era porque minha magia tava fora de controle, fui para treinar de todas as formas um modo de acalma-la.

_ Mas... o Patrono entra aonde? – dessa vez é Angie que fala.

_ O Patrono é um desses modos que aprendi, ele não só espanta dementadores, mas também faz companhia, acalma o poder que há dentro de nós. – falo calma. Ela parece perceber que Lee não se espanta com o que eu disse.

_ Lee... Como não tá surtando com isso? – é, ele realmente surtou quando eu contei.

_Bem, eu já sabia. – os outros me olham e eu dou um sorriso me desculpando. O trem volta a andar e o resto da viagem eles me enchem de perguntas.

・*:.。. .。.:*・゜゚・*☆⏳

Durante o jantar o diretor passou a dar seus avisos de costume. Ao chegar na parte que proíbe a entrada na floresta próxima ao castelo, ele direciona o olhar especificamente para nosso grupo que disfarça:

Eu observo atentamente minhas unhas, Lee olha para o teto achando-o incrivelmente interessante, George assobia olhando para seu garfo e Fred olha para o diretor com o rosto estampando uma falsa inocência. Já é como uma tradição nossa de início de ano. Dumbledore apenas nos dá seu sorriso doce.

Os anúncios seguem, Dumbledore pronuncia sério que a escola passou a abrigar alguns dementadores a mando do Ministério da Magia. Alguns me olham torto, já imaginando o motivo das criaturas estarem aqui. Depois de um silêncio desconfortável o diretor continua.

_ Agora, falando de coisas mais agradáveis, tenho o prazer de dar as boas-vindas a dois novos professores este ano. Primeiro ao Prof. Lupin, que teve a bondade de aceitar ocupar o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

O alunos o saudam com palmas, enquanto eu o olho meio aturdida, só agora percebendo o homem loiro com enormes cicatrizes no rosto. Ele está aqui. Ao perceber que eu o encaro, me lança um olhar culpado.

_ Quanto ao segundo contratado. – continua Dumbledore após as palmas cessarem. – Bem, lamento informar que o profº. Ketrleburn, que ensinava o Trato das Criaturas Mágicas, aposentou-se no fim do ano passado para aproveitar os membros que ainda lhe restam. Portanto sua vaga será preenchida por ninguém menos que Rúbeo Hagrid.

Desta vez acompanho os aplausos, que são mais tumultuosos na mesa da Grifinória.

・*:.。. .。.:*・゜゚・*☆⏳

No outro dia acordei atrasada para o café, então vou até o escritório da Minerva pedir meus horários. Começam com Feitiços, ao qual há um discurso de Flitwick sobre a importância dos NOM's, que se repetem em Transfiguração, porém Minerva é bem mais dura em seu falatório.

No almoço Linx vem até mim com um recado do diretor.

"Senhorita Black, gostaria que comparecesse no meu escritório junto da Senhorita Nober ao término das aulas de hoje."

Após comer, ando receosa até a mesa da Lufa-lufa, e devagar chamo a menina baixinha que está de costas para mim. Ela se vira e rapidamente se levanta vindo me abraçar.

_ Acho que é minha vez de não te abandonar. – seguro para não chorar e a aperto mais.

_ Obrigada. – falo assim que nos separamos, lhe entrego a mensagem do diretor e ela fica nervosa e eu a tranquilizo. – Calma, deve ser apenas uma pequena questão à resolver.

A aula de DCAT, passou de forma lenta, não que Lupin fosse um mau professor, muito pelo contrário. Eu não conseguia parar de pensar no fato dele estar aqui, faz tempo que não o vejo e ele simplesmente aparece como meu professor.

O sinal bate, todos se retiram de modo nada organizado. Continuo sentada até que o último aluno saia. Ele evita me olhar, caminho até sua mesa.

_ Violet, me per...

_ DOIS ANOS- não o deixo terminar- DOIS ANOS QUE NÃO TEMOS NOTÍCIAS SUAS. – estou quase chorando pela segunda vez hoje, isso não é normal pra mim. – Você simplesmente sumiu...

_ Era melhor assim...

_ Não, não era. Mamãe ficou muito preocupada, você sabe que ela poderia te ajudar. – mas ele é teimoso claro, igual Anne, agora sei porque mamãe se irritava tanto com Remus. – Nem ao menos sabíamos se estava vivo ou não, e agora você aparece aqui. Como meu professor.

_ Me perdoa. – ele está com a cabeça baixa de novo. Não aguento mais e corro até ele o abraçando forte. Depois de um momento de susto ele retribui.

Tinha meu último período vago. Ele me chamou até seu escritório e conversamos um pouco mais l, agora com calma.

_ Me prometa, que não irá se arriscar, indo atrás de seu pai. – (fácil falar).

_ Não posso prometer nada, e sabe disso.

_ Apenas tente não se arriscar, ao menos. – não é como se eu tivesse uma das maiores fixas de detenções da escola, que sai toda lua cheia para ajudar uma amiga com seu problema peludo (bem, é exatamente isso).

_ Vou tentar. – minha resposta é vaga, pois sei que não tem como eu cumprir seu pedido.

Após mais uns minutos vou a procura de Anne para que possamos falar com o diretor. Meu palpite que Remus participará da conversa é grande.

VIOLET  ҂Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora