24.2⛧ A conversa

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O quinto ano chegou, após novamente uma seção de tortura, ao ficar presa em casa. Com o novo ano, um novo professor de DCAT, o que em si não era novidade. Porém ela descobriu que este era também muito parecido consigo.

Uma descoberta que trouxe incerteza sobre como seguiria o ano. Mas claro que Dumbledore já tinha tudo planejado. Sem espaço para discussão, o diretor e sua melhor amiga resolveram o assunto.

O professor Lupin era de longe o
melhor que já teve. Se preocupava com Anne a cada conversa que tinham.

Porém na aula sobre bicho-papão, seu medo veio a tona. Ela viu a sua frente a única pessoa que se importava com ela, morta por suas própria mãos. Após desorientar a criatura ela correu pra se esconder, e chorar.

Violet obviamente foi atrás, não deixaria a amiga sozinha desse jeito. E então Anne lhe contou um pouco do que sofreu. Violet lhe sugeriu uma fuga, mas ela não queria causar mais problemas para a amiga. Mas aceitou o convite de natal.

O feriado foi o melhor de sua vida. A senhora Black era tão incrível quanto sua filha. Tratando as duas igualmente. Um dia antes de voltarem, Violet contou à mãe sobre Anne. Rose ficou sem palavras no início.

Depois chamou Anne até os jardins, para conversarem. Anne estava com medo que ela a tentasse afasta-la da filha. Porém foi o posto, ela lhe perguntou sobre como se sentia, como era em casa. Anne contou caindo no choro.

_ Minha querida, você nunca pensou em sair daquela casa? Eu sei que são sua família, mas é um jeito horrível de se viver. – Rose fala preocupada.

_ Sim já pensei, mas não acho que conseguiria.

_ Se for por não ter onde ficar, sempre será bem vinda aqui.

_ Violet já me ofereceu isso, mas não quero dar trabalho.

_ Sei. Bem eu vou lhe contar uma história então. – Rose mudou de assunto tão facilmente que espantou Anne. – Há um tempo atrás um jovem garoto, de uma família muito tradicional e poderosa no mundo bruxo, fugiu de casa, se abrigando com seu melhor amigo.

_ O que levou ele a fazer isso? – Anne quis saber.

_ Em casa ele era maltratado, sua mãe o batia com frequência, por ele ser diferente da família. No seu último dia em casa ele foi torturado com a pior das maldições, Cruciatos. Saiu do lugar mal podendo andar, com a intenção de jamais voltar. E assim fez, com dezesseis anos passou a morar com o melhor amigo, e alí encontrou uma família para si, que o amou de verdade.

_ E quem era ele?

_ Meu marido, sei que Violet lhe falou que ele não é como dizem ser.

_ Eu acredito nela. – Rose sorriu ao ouvir a pequena falar com tanta certeza.

_ Bem, ele realmente tinha medo de ser mal igual a família. Porém com a ajuda dos amigos, ele compreendeu que família é bem mais que sangue, é um laço de amor. E que ele não precisava ser igual ao resto daqueles que um dia foram considerados seus pais.

_ E o que isso tem haver comigo?

_ É isso que quero lhe mostrar. Você não precisa ser igual a eles, não deve na verdade. E que tudo sempre fica mais fácil quando temos amigos.

_ Sim, mas eu não...

_ Não quer atrapalhar, essa parte eu já entendi. Mas você tem que entender que não lhe fará bem morar num lugar tóxico. Tem que prezar pelo que é melhor pra você.

_ Mas...

_ Me diga, consegue aguentar mais dois anos naquela casa? Quando ficar mais forte, conseguiria se controlar e não ataca-los?

_ Acho que não...

_ Então, o que acha melhor, sair de lá enquanto ainda não se tornou o que vivem falando que você é, ou ficar e acabar pior que eles?

Anne pensou muito sobre, enquanto Rose apenas a observava. Considerando que se continuasse naquele lugar se tornaria realmente um monstro, não se viu em outra escolha.

_ A senhora tem razão. Não posso continuar lá.

_ Aqui você será sempre bem vinda. Não ficará sozinha, podemos ajudar durante as noites.

_ Tudo bem, mas como?

_ Atrás da casa tem um porão onde Remus ficava, quando ele ainda estava na cidade. Pode usá-lo, e tem o quarto ao lado do de Violet que você pode ocupar. Tinha planejado para quando tivesse um outro filho, nas não deu tempo.

Assim com uns ajustes elas planejaram a fuga de Anne, a garota sentiu tamanha felicidade em ter a chance de encontrar uma família que não conseguia mais esconder o sorriso.

Durante a noite, Anne e Violet conversaram sobre os mais variados assuntos. Antes de ir dormir Violet lhe fez uma proposta.

_ Que tal se você contar a mais umas pessoas também? Como Angelina, Lino, George e Fred, eles entenderiam tenho certeza.

_ Não sei, e se depois eles se afastarem?

_ Se isso acontecer eu mesma apago a memória deles, e tudo volta como antes.

_ Ok. Mas terá que prometer uma coisa.

_ Qualquer coisa.

_ Se quando Katia descobrir não aceitar, terá que prometer apagar a memória dela.

_ Eu prometo, mas só farei isso se ela não quiser mais te ver, ok?

_ Certo.

Ao voltarem elas chamaram Angelina, Lino, Fred e George para lhes contar o que acontecia com Anne. Ela estava sem coragem, então Violet começou. Contando cada parte desde o clube de duelos.

_ ... Então é por isso que sumimos uma vez por mês. – ela terminou examinando as reações de seus amigos.

Angelina ficou com um pouco de pena da garota, Lino disse que já desconfiava, ele sempre foi o mais atento do grupo, Fred e George acharam incrível ter uma lobisomem como amiga.

Depois de rirem muito, eles se comprometeram a ajudar Anne no que fosse possível. A menina não se conteve e começou a chorar, nunca teve tantas pessoas que se importavam com ela.

No dia seguinte à volta para Hogwarts, Rose saiu de casa determinada, deixando as meninas sozinhas durante algumas horas. Seu destino foi primeiramente o Ministério onde registrou uma queixa contra os Nober. O que deu início uma grande disputa judicial. Esta duraria meses, até se dar fim com a desistência de guarda por parte dos Nober. Iniciando agora a adoção da pequena Annete, que em pouco tempo se tornaria uma Black.

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Esse foi o resumo da vida de Anne, isso explicará um pouco da história a longo prazo.

VIOLET  ҂Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora