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Become who you are. Friedrich Nietzsche.

20.

Acordei nos braços de Caim que tinha me consolado à noite por Sara ter me julgado tão mal. Eu o abracei forte. Foi de Caim que eu mais senti falta. Queria poder dizer a ele que eu tinha receio que Sara pudesse me trair e contar toda história de como eu não assinei o pacto à Lilith. Eu me sentia mal de esconder isso dele, mas eu sabia que não era só minha vida que estava em jogo, mas a da irmã também. Eu a amava e a protegeria até o fim. Aquele segredo teria que continuar entre a gente. Ele se levantou para preparar o café forte que eu tanto gostava e sorriu satisfeito de me ver em sua cama.

— Eu sou muito feliz — falei sorrindo antes de ele sair do quarto.

Ele me olhou daquele jeito intenso que ele tinha e pulou em cima de mim.

— Foi você quem pediu. — Apertou seu corpo contra o meu em um abraço apertado e me beijou com vontade.

— Sabe, você fez muita falta — disse e o abracei também com bastante intensidade.

— Claro que sei. — Ele riu e se vestiu.

Saí atrás dele para a cozinha e procurei ajudá-lo com a mesa do café.

— Sabe, eu gostei de lá, consegui entender muita coisa — contei animada.

— Pode parecer estranho para você, Diana, que fez tudo parecer tão fácil, mas são poucos que de primeira vão até o fim da segunda prova — ele disse me puxando em direção a ele para mais um beijo.

— É mesmo estranho, não foi fácil, mas dava para fazer — comentei descontraída entre seus braços fortes.

Eu olhei para ele e vi que seus olhos brilhavam e ele sorria para mim, do mesmo jeito que ele sorriu no dia em que fui iniciada. Eu podia sentir que ele me amava muito e queria o melhor para mim. A noite com ele havia sido mais um presente. Estar ao lado dele era minha definição de paraíso. Eu sentia uma paz e uma alegria enorme. Dividir aqueles momentos com ele, tê-lo à vontade ao meu lado, sem reservas, era o que me deixava feliz. Ele era meu novo lar. Foi dele quem mais senti falta.

Tinha até deixado a história de Sara e Lilith de lado, não queria mais me preocupar tanto. Depois eu tinha que dar um jeito de abrir os olhos de Sara, e logo para que ela não contasse nada do pacto para Lilith. Não, me repreendi, Sara pode ser ingênua e acreditar no que dizem a ela, mas ela jamais me trairia.

— Diana, você pega as frutas e o queijo na geladeira? — ele me pediu me trazendo de volta à realidade.

— Claro — respondi abrindo a porta da geladeira.

— Hoje vai acontecer o ritual de consagração da segunda prova — ele comentou.

— De uma prova? — estranhei e abri um armário que estava na minha frente, mas só tinha copos. — Ué, onde ficam as xícaras?

— Deixa comigo. — Ele abriu o armário certo e pegou as duas xícaras que faltavam para deixar a mesa posta. — Sabe, é muito importante, pois são realmente poucos iniciados que passam para a terceira prova, por isso que a elite da Ordem faz questão de homenagear quem passa na prova — ele contou animado. — Todos, inclusive Lux, ficaram impressionados com sua performance. Parabéns! — Ele me deu mais um beijo.

Ele preparou um expresso para mim e outro para ele. Depois se sentou à mesa comigo.

— Eu adoro ficar sozinha, acho que isso ajudou — comentei. — Por que as pessoas desistem?

— Não é por uma coisa só. — Ele deu alguns goles do café. — Odeiam ficar sozinhas, a mata cerrada, os bichos, e daí algo dá muito errado e elas piram.

Pacto SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora