Love is composed of a single soul inhabiting two bodies. Aristotle.
33.
Os dias passavam em Sophia prazerosamente. Eram bons demais. Era por isso que cada instante era gravado com amor no coração. Eu só posso revelar que, pela primeira vez, o mundo fez sentido para mim. Aquela vida na ilha era mágica. Percebia que os líderes cuidavam de alimentar o corpo e a alma sempre em busca de uma evolução constante, cuidando de se desafiar e fazer aquilo que amavam com liberdade. Foi a época mais feliz que vivi. Acho que Caim percebeu, pois propôs que nos casássemos na ilha. Seria maravilhoso casar naquele lugar mágico.
No dia do casamento, Caim saiu cedo para a casa de Horus. Eu tinha ficado na nossa aconchegante casa grega. Algumas líderes da Ordem foram me preparar para o ritual do casamento. Elas passaram um óleo delicioso no meu corpo com um perfume suave. Então, elas prepararam meu cabelo, prendendo rosas vermelhas. Pintaram-me de uma maneira exótica, acredito que à moda egípcia antiga. Elas me vestiram com um manto de seda branco bordado com símbolos da beleza, da fertilidade e do amor e prenderam um cinto vermelho em volta da minha cintura. Por fim, me perfumaram, enfeitaram-me com joias e uma fina e delicada coroa de ouro e brilhantes. Eu me olhei no espelho, estava linda.
No horário esperado Caim me aguardava no portão do que estava sendo nosso lar. Ele vestia um manto vermelho com os símbolos da fertilidade e do amor bordados em branco, assim como seu cinto. Ele também tinha seus olhos maquiados e usava uma coroa viril. Caim estava ainda mais lindo.
Como era da tradição, eu e Caim, de braços dados, fomos caminhando pelas ruas da cidade de mãos dadas, enquanto os líderes jogavam rosas vermelhas a nossa volta, floreando todo o nosso caminho.
Após cerca de uma hora, chegamos ao Gazebo no qual os casamentos eram consagrados. Tudo estava pronto para nossa cerimônia íntima. Trepadeiras e rosas vermelhas enfeitavam completamente as paredes e teto do gazebo, até o chão tinha sido cuidadosamente revestido com uma relva verde.
Estávamos sozinhos. Na Ordem, os casamentos dispensavam qualquer sacerdote. Olhamos para o céu e vimos Vênus brilhando. Foi natural a forma como Caim conduziu a cerimônia e eu fui sendo orientada por ele para cumprir a minha parte no ritual. Caim e eu compartilhamos o vinho na mesma taça, ele colocou a aliança em meu dedo anular esquerdo, beijou minha mão esquerda e meus lábios, e estávamos casados.
Caim sorriu para mim, delicadamente retirou meu manto e fiquei nua. Eu também tirei seu manto e admirei sua corpo musculoso e bronzeado. Nos amamos sob o brilho de Vênus e sobre a macia relva. Após sentirmos o cansaço no corpo, adormecemos abraçados no gazebo.
Caim foi o primeiro a acordar. Ele vestia seu manto de seda vermelho e tinha um olhar jovial com muito brilho e alegria. O sol estava nascendo.
— Diana, vista-se! Quero te dar meu presente!
Achei melhor ir rápido, pois Caim estava ansioso e excitado. Coloquei logo meu manto e partimos.
Caim me levou a um lindo jardim, não muito longe do gazebo. Ele soltou minhas mãos e saiu correndo em direção à estátua que havia no centro do jardim, no meio de um canteiro circular de flores.
— Venha ver, Diana.
Corri em sua direção e tão logo cheguei ao seu lado lágrimas involuntárias escorriam de meus olhos. Na placa de metal apoiada sob uma pedra ao pé da escultura estava escrito: Minha Diana. Logo embaixo estava a assinatura de Caim e a data do nosso casamento. A escultura era eu. Eu estava magnífica, parecia uma deusa. Abracei forte Caim.
— É o melhor presente que já ganhei — falei emocionada.
Caim me abraçou sorrindo, parecia uma criança satisfeita consigo mesmo.

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Pacto Secreto
Paranormal*** VENCEDOR DO WATTYS 2020*** CATEGORIA PARANORMAL Algo terrível aconteceu que mudou completamente a vida de Valentina e de sua família. Em uma noite, surge um homem misterioso e sedutor e faz uma oferta tentadora à Valentina: tudo o que ela...