Bloody Rise

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Como suspeitei, na manhã seguinte a diretora me chamou. Mas para a minha surpresa, não foi sobre o acidente involvendo a garota do primeiro ano. Ela havia me chamado para perguntar sobre o meu intercâmbio.

Claro que fingi ainda estar um pouco perturbada sobre os acontecimentos do dia anterior, deixando a minha história mais verídica, mas não consegui esconder o tom de ansiedade de quando eu falei de Bloody Rise.

Essa era uma cidade que a minha professora havia destacado muito no panfleto. O ninho dos assassinos.

Bloody Rise era conhecida como a cidade mais perigosa do mundo, com o maior índice de assassinatos, roubos, sequestros e vendas. Ali era uma constante zona de guerra entre gangues e cartéis, e cada um estava por si.

Isso era antes da Nova Era, pelo menos. Agora, a cidade continua sendo a mais perigosa do mundo, mas só para aqueles que quiserem. As gangues estão em "paz", evitando lutar sem ter um real motivo, e estão acolhendo pessoas para intercâmbio.

Entre elas, a gangue que domina Bloody Rise, da medo no mundo inteiro, é conhecida como o medo número um do governo e a parceira principal da OUS: Bloody.

Graças a essa gangue, a cidade que antes se chamava Rise virou a temida Bloody Rise. Ela era composta de assassinos de classe SS e SSS, vendedores e inúmeros criminosos. Nunca houve um caso sequer de alguém que sobriviveu a eles.

A melhor parte é que, apesar de serem 'criminosos', eles absolutamente não acitam estupradores e abusivos. Eles são de um nível competamente diferente.

Nunca ninguém viu o rosto do chefe da gangue, o temido Prata. Dizem que a última coisas que suas vítimas veem são seus cabelos platinados. Da arrepio só de pensar...

Minha diretora parceu um pouco decepcionada com a minha escolha, mas seguindo a lei não falou nada.

Em menos de duas semanas, eu estaria pronta para ir para Bloody Rise, o ninho dos assassinos e a cidade mais temida do mundo. 

Em menos de duas semanas, eu encontraria algum lugar para fazer estágio e descobrir se o meu lugar é realmente como uma assassina. Ou se eu realmente levo jeito para isso.

Mas como diabos eu seria capaz de entrar em um estágio? Eu não poderia simplesmente chegar na cidade e dizer: "Olá, meu nome é Amélia e eu sou uma aluna no último ano do ensino médio! Eu não faço a mínima ideia se eu realmente quero ser uma assassina profissional, mas do mesmo jeito eu vim para essa cidade no fim do mundo por um mês para descobrir. Por favor me aceite em sua gangue/agência para eu descobrir se eu realmente quero fazer isso!"

Dei um tapa na cara mental enquanto andava de volta para a sala.

A professora ainda estava deixando a gente fazer pesquisas sobre tudo, mas todos pareciam mais focados. Mais de metade da sala não estava, provavelmente tinham ido para outro lugar. Amanda parecia tão focada quanto qualquer um daquela sala.

Ninguém parecia precisar da ajuda da professora, mas mesmo assim ela passava de carteira em carteira vendo como todos estavam.

Os três pirralhos me encararam, ainda lívidos, quando eu me sentei bufando. Não era hora de eu me preocupar com outros.

COMO CARALHOS EU VOU ACHAR UM ESTÁGIO?

Eu resmunguei enfiando a minha cabeça entre os meus braços.

- Amélia? - chamou a minha professora, com um tom doce e gentil - Está tudo bem?

Levantei minha cabeça e encontrei seus olhos verdes e gentis. Minha professora era relativamente nova e muito bonita. Suspirei ao me ajeitar na cadeira.

A Verdadeira História de Uma AssassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora