Bom dia mundo!

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Minha noite foi um pesadelo. Literalmente.

Meus sonhos febris faziam com que eu acordasse durante a noite toda e, quando acordava, não sabia se estava realmente consciente ou ainda estava dentro de um pesadelo.

E cara... que pesadelos.

Foi a sexta, ou oitava vez, realmente já não sabia mais naquele ponto, que Amanda me acordou chacoalhando.

Eu estava encharcada no meu próprio suor, minha respiração estava tão desregulada quanto a minha cabeça e minha garganta estava seca.

- Pesadelo, Amélia! - Amanda gritou, tentando me segurar no lugar pelos meus ombros. Demorou um tempo para perceber que estava tentando lutar contra seu toque. - Pesadelo! Não foi real Méli, não foi...

Finalmente comecei a observar o meu redor. Tinham me movido para uma parte mais privada do antigo hospital e, por sorte, eu estava só com Amanda e Matthew a maioria do tempo. Ele trocavam turnos para me monitorar, e tentar me fazer dormir um pouco.

Tive que repetir diversas vezes que o líquido que manchava as minhas mãos era suor e não o sangue de Gatto. Lembrar que o zumbido do meu ouvido era de pânico e não por causa de uma explosão. Que a minha dor de cabeça era por causa da febre e não por te-la batido e sonhado com meu irmão.

Minha respiração estava um pouco mais calma, e eu já não estava mais tentando lutar quando voltei meu olhar para minha melhor amiga. Seus olhos verdes pareciam brilhar no escuro, mas era preocupação nítida que lhe dava aquele brilho.

Tentei engolir, mas minha boca estava tão seca quanto areia. Aos poucos, minha mente voltava para meu corpo, meu agora, e deixava meu pesadelo enevoado para trás. Minhas mãos ainda tremiam quando olhei para baixo, para minhas cobertas rasgadas por meus terror noturno.

- N-Nanda... - eu consegui suspirar, trêmula.

Amanda abriu um sorriso fraco, feliz por eu estar voltando para meus sensos. Ela não se levantou ao pegar um copo ao meu lado e me entregar. Eu o acabei em alguns goles.

Quando devolvi o copo, meu corpo já estava um pouco mais calmo, assim como minha mente.  Mas assim que a calma veio, a dor a acompanhou. Meu corpo inteiro estava tenso e dolorido, e meus pontos (que tiveram que ser trocados algumas vezes, já que estavam estourando graças a minha inquietude) estavam tão quentes que pareciam ser a razão da minha febre.

- Q-Que... - eu comecei, tentando me concentrar em minha respiração. Olhei ao redor, e percebi que não havia se passado tanto tempo desde que acordei da última vez. Ainda estava muito escuro... - Que horas são?

- Umas três e meia, mais ou menos... - Nanda falou, sem conferir seu relógio de pulso - Mas você ainda não dormiu o suficiente, Méli. Descansa...

- Não, não... - eu comecei, apesar de meus ossos me implorarem para eu dormir - Você também tem que dormir. E eu não estou tão cansada assim...

- Amélia... - minha amiga começou, mas foi cortada por seu próprio bocejo.

- Viu só? Você ta exausta Amanda! - eu insisti, sentindo a pontada de dor de cabeça vindo me fazer arrepender.

- Mas você ta com febre! - ela rebateu.

E eu não tive uma boa resposta para aquilo. Não tive nenhuma resposta para nada na verdade.

- Amélia... - minha melhor amiga leu minhas expressões - Vem cá.

Ela se ajustou para se deitar ao meu lado, me abraçando e fazendo carinho no meu cabelo. Aninhei minha cabeça no seu peito e respirei fundo, inspirando seu cheiro de alecrim e lavanda.

A Verdadeira História de Uma AssassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora