Código Azul

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Era gigante e, de alguma forma, ainda mais frio.

Depois de entrar pela porta cheia de códigos, havia apenas uma grandiosa escada levando até a área principal e completamente aberta onde antes era a área de espera para os trens.

O teto era alto, o ambiente era bem iluminado e espaçoso, nas paredes era possível de ver escritórios, como em um empresa de verdade. Os trilhos abandonados serviam como passarela para todos, um meio de se locomover dentro do quartel, junto com algumas máquinas de venda e outras peculiaridades para diversão.

- Uau! - me escutei exclamar, o sentimento ecoado por Matthew que agora andava do meu lado.

Lucas olhou para trás, um sorrisinho convencido estampado em seu rosto ao ver nossa reação conforme descíamos as escadas.

- Pra lá... - começou ele, apontando para os trilhos da esquerda no sentido norte - Estão as alas hospitalares, quartéis de treino e armamentos.

- Pro lado oposto ficam os quartos dos novatos ou de membros que tem preguiça de ir pra casa. - Gatto completou, falando sobre o sentido sul - Junto com uma cantina, banheiros e uma academia.

- Já desse lado... - Vic continuou pelo irmão, indicando o sentido sul do lado direito - Temos os escritórios de hackers, informantes, sala de disfarces, garagem e laboratório para desenvolver venenos, curas e etc.

Não pude resistir e pensar em Nanda, em como ela amaria isso mais do que tudo. Será que poderia mandar uma fotos desse lugar pra ela depois?

- E por fim, se você continuar reto por esses trilhos encontrará uma biblioteca com registros da Bloody e técnicas para muitas coisas, mais um campo de treinamento, armazém de mantimentos e uma sala de reuniões. - Chloe disse, me tirando dos meus pensamentos.

- Tem várias salas de descanso, escritórios e salas vagas no meio do caminho também. Os trilhos são muito longos... - Gatto completou, as mãos nos bolsos da jaqueta.

Assenti, tentando memorizar e criar um mapa de onde cada coisa estava. Quase tropecei nos degraus da escada e saí rolando no processo, e ainda por cima não consegui fazer nada com as informações.

- E o que tem mais a frente? - Matthew perguntou sobre o final da área principal, onde parecia ter uma espécie de arco para outra parte.

- Nós chamamos aquela área de Arena. - Lucas explicou, quase no final das escadas - E é exatamente o que parece. As vezes ficamos entediados e precisamos descontar um pouco de energia em lutas. 

- Se existe alguma rixa dentro de Bloody, é só se dar algumas porradas na Arena e ta tudo resolvido! - Vic disse orgulhosa.

- La via italiana... - Chloe murmurou e fiquei orgulhosa ao enter que esse era o jeito italiano de resolver as coisas.

Pensei ter ouvido Matthew engolir em seco ao meu lado, mas quando me virei para ele, ele parecia o mais confortável possível em um ambiente como aquele.

Ele não parecia chocado ou animado ou minimamente interessado. Só estava calmo, casual naquele ambiente. Me lembrei de que eu também teria que ter um semblante parecido naquela ocasião, principalmente andando ao lado de Prata.

Concertei minha postura novamente, lutando —  com mais afinco do que achei necessário — contra os meus músculos faciais na esperança de parar de sorrir como uma criança em uma loja de doces.

Acho que deu certo, mas isso me garantiu uma leve dor de cabeça.

Estava focada no meu redor, analisando as pessoas mais antagônicas possíveis trabalhando no mesmo espaço de maneira tão dedicada, quando senti o aperto reconfortante.

A Verdadeira História de Uma AssassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora