- Tem certeza de que não esqueceu nada? - Amanda perguntou na estação.
Ela, Tia Diane e a professora Chloe foram as únicas que me acompanharam hoje. Como previsto, as encatações da minha família acabaram uma semana antes de eu viajar.
- Se precisar de qualquer coisa, eu e Nanda estaremos a poucas horas de você - disse Tia Diane.
E era verdade. Firefalls era uma das cidades vizinhas de Bloody Rise, e eu tinha certeza de que se eu ligasse para qualquer uma das duas, elas estariam do meu lado antes de eu desligar o celular. Elas eram uma família melhor que a minha própria.
- E se tiver qualquer complicação, você pode me ligar também! - disse minha professora, colocando um braço em meu ombro.
Ela ainda era um mistério para mim, não vou negar. Mas ainda assim, ela foi uma das pessoas que mais me ajudou, apoiou e amou. Eu sinto como se ela fosse uma irmã mais velha ou coisa assim.
- Pode deixar! - eu respodi com um sorriso nervoso.
Não vou mentir, essa pode ser a viajem da minha vida. Eu estava suando a frio apenas com a ideia de ir para Bloddy Rise. Imagine quando eu chegar cara a cara com Gatto, um dos subordinados do grande Prata.
Minha melhor amiga viajaria de carro com a mãe até Firefalls, e eu viajaria sozinha de trem até Bloody Rise. Chloe se ofereceu para me levar até o trem, me deixando na boca da estação para me despedir de Amanda.
- Me manda mensagem, okay? Se precisar de qualquer coisa eu vou correndo pra lá, ta bom? E vai me contando como o estágio é; se tem algum gatinho, essas coisas... - Amanda disse, me puxando para um abraço apertado.
- Pode deixar - eu disse rindo, era típico de Nanda perguntar essas coisas - O mesmo vale para você, já sabe né?
Eu separei o abraço e limpei uma lágrima que estava escorrendo pelas bochechas de Amanda. Dei um sorriso fraco e nervoso, mas com amor para ela. Ela só não estava nervosa por que estava com a mãe, mas eu conhecia muito bem a minhas melhor amiga.
- Bom, é hora de ir! - eu disse, pegando novamente a minha bagagem do chão - Tchau Nanda, se cuida! Tchau Tia Diane!
As duas deram um 'tchau' antes de seguirem para o carro. Mantive o meu olhar no chão, pensando e repensando sobre tudo.
Como será que Bloody Rise é? Será que a gangue vai me acolher? Será que eles são legais? Será que eu vou descobrir que eu não tenho estômago para ser assassina? Será que eu to fazendo a coisa certa?
Minha professora percebeu meu desconforto e abriu um sorriso terno. Ela me deu um abraço de lado e um beijo no topo da cabeça.
- Não se preocupe Amélia! Gatto é um dos membros mais carinhosos... Eu tenho certeza que tudo vai dar certo!
Engoli em seco, mas ainda assim abri um sorriso esperançoso.
- Professora...
- Pode me chamar só de Chloe! - ela me interrompeu rindo.
- Chloe... Como você conhece Bloody?
Ela abriu um novo sorriso. Um misterioso e divertido. Era com certeza um segredo, mas ela parecia disposta a me contar.
- Logo você entende! Mas o que eu quero agora é que você tenha uma boa viagem! - ela disse ao chegarmos na porta do trem - Tente descansar e não se estressar. Vai dar tudo certo, e se precisar de qualquer coisa, é só me ligar!
Eu concordei, dando um aceno tímido com a minha cabeça. Ela novamente beijou o topo da minha cabeça antes de se despedir.
Não se estressar... Molezinha, né?
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A Verdadeira História de Uma Assassina
ActionEm uma realidade distante, onde você é livre para escolher o seu futuro, a jovem Amélia Stones entra na sua faculdade dos sonhos. Para a infelicidade da família, ela escolheu a carreira de assassina profissional. Com uma inteligência sem igual e uma...