Estágio: Parte 5

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Matthew

Passamos por toda a maldita cidade antes de meus irmãos decidirem dar uma pausa. Meu olhos não deixavam a figura de Amélia, mesmo quando entramos em um shopping.

Já faziam algumas horas, mas Amélia continuava pensativa. De alguma forma, isso me deu um sentimento ruim e... incerto.

Querendo ou não, a partir de hoje nós seriamos parceiros. Acho que é um instinto meu querer proteger meus companheiros. Principalmente um gracinha como essa.

Então eu decidi fazer alguns movimentos. Ela só ficava ainda mais linda quando ria...

Eu na verdade gostei da compania dela. Amélia podia ser fechada e meio grossa, mas tinha um ótimo senso de humor e era até que legal.

Uma amizade colorida não faz mal a ninguém...

O dia foi se acabando e finalmente voltamos para o hotel. Mas eu tinha que saber o que estava se passando na cabeça de Amélia. Eu apenas... tinha!

- Até mais, Pirralha! - disse Gatto quando chegamos no hotel de Amélia.

- Falou, Méli! - disse Vic.

- Tchau gente! Até amanhã - ela respondeu, um grande sorriso estampado no rosto.

Meus irmãos se foram, provavelmente voltando para algum esconderijo, prontos para discutir toda e qualquer informação de Amélia com Prata. Mas eu fiquei para trás, apenas observando a menina na minha frente.

- Posso te ajudar? - ela perguntou, sem entrar no hotel.

Eu não respondi. Apenas andei na direção dela. Eu sabia que essa garota não falaria assim, do nada.... eu tinha que fazer um esforço para ela se abrir. Seus olhos dourados estavam tão lindos contra o sol, mas eu tinha que focar no agora.

- O que ta te incomodando? - eu perguntei com a voz baixa.

Um estranho brilho percorreu seus olhos, mas logo se apagou. Ela se recusava em me deixar ver o mínimo de reação dela. Menina esperta...

- Não é nada... É só impressão minha - ela era uma ótima atriz, mas eu era bom em ler as pessoas.

Ela estava muito incomodada com alguma coisa, mas mesmo assim forçou um sorriso. Ela inclusive tentou se fazer de inocente. Eu gosto de jogos, mas isso estava começando a me deixar impaciente.

A encarei com tudo, como se soubesse os piores segredos que guardava. Eu nunca insisti tanto assim para saber alguma coisa, principalmente por que eu normalmente já tinha as respostas. Mas com essa garota...

- Escuta aqui, Princesa - eu vi que ela não tinha gostado tanto do apelido, mas a ignorei. Eu a empurrei contra a parede da entrada do hotel, a preensando... Sem escapatória - A partir de hoje, nós somos parceiros. E eu nunca vou deixar uma intuição passar assim...

A nossa distância estava quase inexistente. Nossos olhos não ousavam desviar um do outro e nós compartilhavamos a mesma respiração. Seu cheiro de lavanda e cravo era quase intoxicante, quase l suficiente para me fazer perder o controle completo. Eu criava uma sombra para ela, mas seus olhos ainda brilhavam como se fossem o próprio sol.

- Então, ou você me fala ou... - eu sorri.

Eu sempre gostava de brincar com as minhas vítimas, principalmente quando eu queria algo delas. Mas meu auto controle estava se esvaindo com o tempo. Eu nunca fiquei tanto tempo sem algo que eu queria, e eu queria ela. Naquele instante. De preferência implorando.

- Ou o que? Vai me bater? - ela ironizou, debochando de mim.

Grande erro. Ela queria um jogo e eu estava mais do que disposto a jogar com ela. A única coisa era que eu não estava acostumado a perder. E eu não achava sua idéia assim tão ruim.

A Verdadeira História de Uma AssassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora