Quando a Vida Escolhe ❥

Capítulo 1O

O fim de ano em Londres era absolutamente nostálgico com as decorações nas ruas e espaços públicos. O clima era frio, mas não nevava. Anahí e Lexie decidiram dar uma pausa nas comprar para tomarem um café na tentativa de se esquentarem. Adentraram a pequena cafeteria, fizeram o pedido no balcão e se aconchegaram em uma mesa que estava próxima da lareira que decorava o lugar.

Anahí: Jamais pensei em dizer isso, mas que saudade daquele calor insuportável que suava a gente até no banho – gargalhou tirando as luvas.

Lexie: Credo Any! – acompanhou na gargalhada – estou gostando do friozinho daqui, é ótimo pra dormir agarradinha com o meu gostosão!

Anahí: Hum, eu bem vejo – tirou os braços da mesa para que a garçonete servisse seu café – quase três dias que nem aparece em casa...

Lexie: Pode parecer que estou indo com muita sede ao pote, mas nunca conheci alguém tão, tão – gesticulava as mãos tentando entrar a melhor palavra.

Anahí: Tão gostosão? – riram.

Lexie: É! Exatamente! – colocou um biscoito na boca – mas ele é muito mais que isso, me encantei mesmo – dizia quase suspirando.

Anahí: Quem te viu e quem te vê, hein? Era toda fechada pra viver paixões... – abriu dois sachês de açúcares despejando em sua bebida – a Maizita precisava estar aqui pra ver essa sua cara de apaixonada.

Lexie: O problema nunca foi eu! – deu um gole no seu café – eram os homens que apareciam como opção... Falando em opção, olha só quem está ali – deu um risinho irônico e inclinou a cabeça pro lado da porta.

Anahí: Aí não – jogou o cabelo pro lado e virou levemente o rosto se escondendo – ele não para de me mandar mensagem – cochichou como se Ian pudesse ouvir da imensa distância que estavam.

Lexie: Como pode resistir a um cara desse Any?! – questionou com indignação – vai ser lindo na minha cama!

Anahí: Lex, eu namoro! – revirou os olhos.

Lexie: Namora? Eu pensei que estivessem dando um tempo...

Anahí: Dar um tempo não é terminar, é dar um tempo! – disse óbvia.

Lexie: Significa que deram uma pausa no namoro, para depois decidirem se voltam ou se terminam de vez – comeu mais um biscoito – isso não é namorar.

Anahí: Mas isso também não é estar totalmente livre! – assoprou as mãos tentando aquecê-las – quer dizer que tenho um quase relacionamento.

Lexie: Tá bom Any, dar um tempo significa uma porrada de coisas – encarou-a – eu espero que a definição pro Poncho seja a mesma que pra você... – não é que Lexie não gostasse de Alfonso, ou que torcesse para que eles não ficassem juntos. Ela só era racional demais pra apoiar um namoro a distância por sabe-se lá quanto tempo.

Anahí não rebateu o comentário, o qual a deixou pensativa. Por mais que a vontade fosse imensa de ter procurado por ele um dia depois da discussão, a mágoa de lembrar que havia mentido era bem maior naquele momento. E ela ainda permanecia por ali, dentro dela, impedindo que fosse procurá-lo. Mas agora pensando bem, talvez já estivesse na hora dos dois conversarem.

Lexie: Preciso ir ao banheiro, aí podemos ir pra casa – interrompeu os pensamentos de Anahí que apenas balançou a cabeça concordando.

Enquanto a amiga ia ao banheiro, ela resolveu ir até o caixa pagar a conta. Agora que estava decidida a ligar para Alfonso queria chegar em casa o mais rápido possível.