Quando a Vida Escolhe ❥

Capítulo 34

Lexie encarou Alfonso confusa, se Anahí já havia conversado com ele sobre Giullia, qual era o motivo de tamanho espanto? O semblante dele não parecia ser de alguém que já tinha sido anunciado sobre a morte da filha. Com muito receio, ela decidiu questioná-lo. Talvez Any não tivesse dito exatamente tudo a ele. Será que havia dito mais do que deveria?

Lexie: Você já sabia, não sabia? Porque se ela não te contou, ela deve ter tido os motivos dela, tudo isso ainda a machuca demais... - o encarou, ele tinha as mãos apoiadas no joelho enquanto o olhar parecia vago - Poncho? - chamou atenção dele para si.

Alfonso: Nós conversamos... - balbuciou, a adrenalina a qual passava seu corpo impedia que formulasse uma frase maior. Era isso, exatamente isso que Edgar o queria dizer! Anahí não sabe que a neta está viva! Ela não sabe! Então se aquilo era a história verdadeira, Anahí jamais abandonou Luísa!

Lexie: É que não está parecendo, você está inclusive me deixando preocupada com essa cara de quem acaba de descobrir algo terrível...

Alfonso: É realmente terrível, ela não me disse que a Giullia tinha "morrido" - disse frisando.

Lexie: Como assim? Se você sabia que ela engravidou, e se na sua cabeça a criança não morreu... Onde você imaginou que ela estivesse agora? - sua pergunta tinha um tom de ironia, mas decidiu prender a risada devido a seriedade da conversa.

Alfonso: Não imaginei nada Lex, porque sei exatamente onde ela está... - a encarou sério, o que a fez fechar o sorriso dos lábios.

Lexie: Que papo sinistro é esse Alfonso?

Alfonso: Nossa filha está no apartamento ao lado, sempre esteve... - agora foi a vez de Lexie puxar uma cadeira e se sentar atônita.

Lexie: Está querendo dizer, que aquela menininha cara de Anahí, é a filha de vocês? - se não estivesse tão estupefata com aquilo tudo, se vangloriaria por quase ter descoberto tudo, e correria para gargalhar na cara de Maite.

Alfonso: Exatamente isso... Há seis anos Maria apareceu no meu apartamento com um neném nos braços, dizendo ser minha filha e de Anahí... Foi categórica ao dizer que a ela não quis a criança... Eu jamais abriria mão de um filho, e por isso cuidei dela, fiz e faço o melhor que posso até hoje... - Lexie o encarava boquiaberta.

Lexie: Não pode ser... Tem algo muito errado nisso aí, Poncho! Nós enterramos uma criança, nós a vimos, nós choramos em cima do seu corpinho!

Alfonso: Sim, houve um erro mesmo, mas só um. Isso significa que ou o neném que a Any enterrou não era nosso, ou o neném que me entregaram há seis anos não era a nossa filha, e você acabou de dizer que a Luísa é a cara da Any, então só podemos deduzir que o erro está no que foi enterrado... -

Lex o escutava tentando encaixar as peças daquele quebra cabeça, repassava cada momento daquele dia terrível em que Any soube da morte de Giulia, e ao se lembrar das atitudes de Marichelo, entendeu que como dois mais dois são quatro, só Marichelo poderia ter feito a troca das crianças, pois apenas ela e Anahí estavam no pré e pós-parto e apenas a avó da criança quem manteve contato com a equipe de saúde.

Lexie: Mas que velha desgraçada! - soltou revoltada - ela superou todas as minhas expectativas de "filha da putagem", porra, eu não consigo nem respirar! - puxou o ar.

Alfonso: Agora eu consegui entender tudo Lex - levantou num pulo e levou as mãos no cabelo o penteando para trás - durante todos esses anos eu me odiava por nem sequer por um minuto conseguir odiá-la, e graças a Deus não consegui, porque eu nunca precisei - sorriu - obrigado Lex! - puxou a morena para um abraço - eu preciso falar com ela - dizia em êxtase - não posso deixar a Any embarcar em avião algum sem saber de toda a verdade! Eu vou lá - caminhou rapidamente até a porta a abrindo - vou ir atrás dela!