Capítulo 29

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A fúria com que Anahí abriu a porta fez com que Poncho e Luísa olhassem em sua direção. Ele conhecia aquela expressão, a conhecia o suficiente para entender que ela estava puta da vida.

Anahí: Precisamos conversar, agora! – bateu a porta e o encarou séria.

Alfonso: Lu, vai para o seu quarto...

Luísa: Não quero que briguem – disse com um bico se formando, o rostinho estava com manchinhas vermelhas pelo choro.

Alfonso: Só vamos conversar... – a menina encarou Anahí e se levantou, não iria desobedecê-lo, estava com medo.

Anahí: Você se acha no direito de dizer tudo isso para mim? – soltou ao escutar a porta do quarto de Luísa fechando.

Alfonso: Você se achou no direito de pegar a minha filha e levar para a porra da casa da sua mãe! – ambos falavam irritados, mas não gritavam.

Anahí: Isso não te dá o direito de falar comigo como bem quer! Eu só fiz o favor de cuidar dela! Porque eu cuidei dela! Se ela está chorando agora é porque você foi um escroto idiota!

Alfonso: Fui mesmo, não quero minha filha perto de pessoas como vocês! – ela o encarou decepcionada. Mais uma vez ele a comparava com Marichelo.

Anahí: Não sei por que perco meu tempo, você nem sabe o que está dizendo – os olhos já soltavam as lágrimas que tanto tentou segurar – não faz ideia...

Alfonso: Vocês não mereciam ser mães... – olhou a barriga dela com rancor, e soltou toda a raiva que sentia de anos tentando entender o porquê de ela ter abandonado Luísa.

Anahí: Você é desprezível!– estava ferida, a vontade de despejar todas as verdades na cara dele era bem menor do que a dor que sentia com aquelas palavras. Por isso deu de costas para ele e caminhou em direção à porta.

Alfonso: Sei que teve uma filha... – disse baixo, mas não ao ponto de deixá-la terminar de abrir a porta e ir embora para nunca mais voltar – eu sei de tudo Anahí...

Ela arfava sem nem sentir o quão acelerado estava o seu coração, aquilo a pegou totalmente desprevenida. Ela entrou disposta a jogar na cara dele tudo o que tinha passado, mas ele sabia!

Alfonso: Fico me perguntando como é que teve coragem de me esconder algo tão importante... – engoliu seco, e ela fechou os olhos revivendo toda a dor.

Anahí: Não foi fácil como parece Alfonso... – sussurrou ainda de costas.

Alfonso: É como parece que foi... – colocou as mãos no bolso da calça antes dela virar para encará-lo – nem de longe parece que um dia teve uma filha...

Anahí: O sentimento não é como antes, naquela época foi muito pior... – ela se referia da dor da perda, ele, do abandono.

Alfonso: Você devia ter me contado!

Anahí: Mas eu tentei! Eu te liguei para contar que estava grávida e você estava na cama com a Manuela!

Alfonso: Eu nunca fui para a cama com ela, eu estava bêbado e acabei dormindo no quarto dela porque meu irmão e a Dulce estavam no meu!

Anahí: É Alfonso, acontece que só descobri isso agora! Desculpa se não tenho como voltar ao passado!

Alfonso: Olha só como você fala... Parece que nem arrependimento sente... – riu decepcionado.

Anahí: Se quer que eu diga que estou arrependida da minha decisão, pois não estou! Fiz aquilo que achei ser o melhor para mim – ela dizia da decisão em esconder a gravidez, e ele, do abandono.

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