Capítulo 5O

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Alfonso percebeu que a conversa não havia sido nada tranquila pela cara com que Any entrou no carro.

Alfonso: Tá tudo bem? – encarou o envelope na mão dela antes de dar partida.

Anahí: É provável que não fique... – suspirou colocando o cinto – são documentos feitos pelo Sebastian, irmão do Stefan e advogado...

Alfonso: Você conversou com o seu pai? – ela concordou com a cabeça – vai ficar tudo bem sim! – disse tentando animá-la, mas não tinha tanta certeza do que dizia.

Naquela noite Luísa não demorou muito a dormir, só por ter saído de sua rotina já era motivo o bastante para deixar a pequena cansada. Any procrastinou enquanto pode para não ler o documento, mas Alfonso a puxou pela mão e juntos tiveram a ciência do que já imaginavam: Stefan pedia a guarda total do filho.

Anahí: Eu não acredito que ele está fazendo isso! – murmurou, em tom de raiva e ao mesmo tempo desespero.

Alfonso: Mas ninguém vai conceder esse pedido, isso é loucura... – dizia encarando as últimas linhas do processo – ninguém vai tirar o filho de uma mãe!

Anahí: Já me tiraram uma vez... – soltou um riso nervoso enquanto se levantava do sofá.

Alfonso: Mas não assim, Any... – a encarou – o que fizeram com você e com a Lu foi covardia, foi um crime! É bem diferente!

Anahí: Não sei Poncho... Eu de verdade, não sei o que pensar... – respirou fundo pegando sua bolsa no balcão – eu vou... vou pra casa e vou tentar falar com o Stefan, ou com o Sebastian, não sei... – estava perdida.

Alfonso: Amor... – levantou-se do sofá e caminhou até ela – acha mesmo que essa é uma boa ideia? Hum?

Anahí: Se eu tivesse certeza do que seria uma boa ideia eu não estaria tão preocupada... – ele balançou a cabeça concordando e se encostou no balcão – desculpa... – disse ao notar que estava sendo um pouco rude – sei que quer me ajudar, mas eu realmente estou com medo, o Sebastian é muito – frisou – muito bom no que faz!

Alfonso: Pelo seu nervosismo eu posso imaginar... – batucou os dedos de leve sobre o mármore do balcão – só acho que não adianta ficar assim, você é médica e eu sou jornalista... só podemos ter noção do que pode acontecer diante desse pedido de guarda depois que consultarmos um advogado, e eu não consigo imaginar que o advogado da outra parte possa te deixar tranquila, porque a intenção deles claramente é te desestabilizar, e pelo visto, estão conseguindo.

Anahí: Acha que não é motivo suficiente para me desestabilizar? – o encarou indignada – claro, não é seu filho!

Alfonso: Em momento algum eu tentei minimizar a gravidade da situação, Anahí – a encarou decepcionado – apesar de não ser meu filho eu estou tão preocupado quanto você, eu não estava brincando quando te disse que queria vocês dois na minha vida!

Ambos se encararam em silêncio; estavam juntos há menos de uma semana e não conseguiram enfrentar juntos algo que seria para a vida toda. Stefan era pai do filho de Anahí, e aquilo não iria mudar, ele sempre estaria ali, entre eles, mesmo que a guarda ficasse com Any num primeiro momento, certamente ele não facilitaria as coisas, e ela aguentaria aquela pressão de viver sob a ameaça de "perder" o filho?

Alfonso: Não estou pedindo para não se importar com esse monte de papel – apontou o envelope sob o sofá – só acho que temos que falar com o advogado do seu pai e ouvir a opinião dele, antes de falar com o Stefan ou com o irmão dele... Precisamos ouvir a orientação sobre como devemos nos portar, antes de agir por impulso, é só isso...

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