Capítulo 39

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Toda pessoa que parte, deixa um pouquinho de si e leva um pouquinho das pessoas com as quais conviveu. Era dessa forma que Anahí se sentia, como se Lex tivesse levado um pedaço dela junto consigo. Permaneceram um tempo no hall do hospital inconformados com tudo que estava acontecendo, até que Meredith precisou resolver as questões burocráticas referente ao óbito.

Foi quando Anahí desejou ir embora, Maite ainda insistiu para que passasse pelo pronto-socorro da obstetrícia antes de partirem para casa, mas ela recusou veemente a ideia. Nem mesmo ousou em retornar ao quarto de Luísa para vê-la; estava se sentindo tão despedaçada que acreditou que não faria bem para a filha se aproximar naquele estado. Acreditou em Dulce quando esta garantiu que a pequena estava bem melhor, e que a previsão de alta era para o dia seguinte.

Não queria permanecer nem mais um segundo naquele hospital, recusou inclusive em ir até Alfonso quando soube que ele a chamava após ser acomodado no quarto pós-cirurgia. Ela não sabia dizer se o que a impediu foi a falta de coragem em encará-lo, ou se temia que acontecesse a mesma coisa que aconteceu quando foi ao encontro de Lex.

Sua cabeça não estava sendo capaz de processar tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e por isso, só se deu conta de que suas malas haviam sido despachadas quando entrou em seu quarto provisório e pensou em tomar um banho quente para aliviar seus músculos que pela dor parecia que havia disputado uma briga e sido completamente arrebentada.

Maite: Toma Any – entrou no quarto entregando um pijama para a prima.

Anahí: Obrigada Mai – sorriu de leve pegando a peça – me disseram que o prazo para retornarem com a bagagem é de 72 horas – suspirou colocando o celular sobre o criado mudo – e a Sophi?

Maite: Está no banho... – sentou-se na cama encarando o teto – estou com a sensação de que cada segundo que passa tudo fica mil vezes pior... – engoliu seco afastando o choro.

Anahí: Quem fez isso precisa pagar, precisa pagar bem caro por tudo! – disse firme, nos olhos faiscavam a raiva, nem de longe parecia a Anahí frágil que estava aos pedaços no hospital.

Maite: Você ouviu o que a Ruth estava falando com o Mark?

Anahí: Sim, mas não sei... Quem poderia querer matar o Edgar e o Alfonso? Em troca de quê? – Maite a encarou, queria ter coragem de dizer o que estava pensando, mas Anahí já estava recebendo pancadas demais pra lhe dar mais uma.

Maite: O que pensa em fazer em relação à Luísa? Como vai fazer agora? Você não vai voltar, né?

Anahí: Não sei Mai, não tive sequer tempo de pensar no que fazer, eu só sei que não quero mais perder tempo nenhum longe dela – Maite sorriu enquanto concordava com a cabeça.

Maite: Vai tomar seu banho... – suspirou levantando-se da cama – vou olhar a Sophia, você precisa descansar. Todos nós na verdade... – relaxou os ombros – amanhã não vai ser fácil...

Anahí: O Chris está com o Mark? – Maite afirmou com a cabeça e ela suspirou aliviada, estava preocupada pois o amigo se recusou a subir com elas pro apartamento quando chegaram do hospital.

Os gritos de Sophia chamando Maite fez com que esta saísse do quarto para ir ajudá-la a se vestir. Sophia ainda não tinha se dado conta da gravidade de tudo que acontecia ali, acompanhou Mark até o hospital e percebeu os choros e desespero dos adultos, mas não sabia distinguir exatamente o que significava uma pessoa estar morta. Por isso, questionou algumas vezes onde estava Lex, mas o que havia lhe deixado mais impactada era ver todos aqueles rostos conhecidos chorando intensamente.

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