Capítulo 36

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A ala infantil ficava no quarto andar do hospital, as paredes coloridas e com desenhos dava vasão a um lugar divertido e acolhedor em detrimento as paredes brancas frias e impessoais do restante do hospital. Mas nem mesmo isso fez com que Luísa cessasse com o choro quando Miranda começou a examiná-la novamente. O choro estava tão intenso e persistente, que Luísa chegou a vomitar, o que serviu para que a médica a instalasse em um dos quartos daquele andar.

Miranda: A alta dela depende de como vai se comportar nas próximas doze horas. Existem diversos níveis de traumatismo, e ainda bem que o da Luísa não é um dos mais graves – observou a menina deitada no ombro da madrinha enquanto o soro corria na veia – ela chegou aqui consciente, o que já é muito bom, mas referiu dor de cabeça e vomitou...

Dulce: Certo... – balançava o corpo de forma lenta na intenção de acalmar a afilhada.

Miranda: Vou fazer a internação dela... – encarou o Ipad que continha os prontuários eletrônicos dos pacientes – você me disse que a avó está a caminho, é isso?

Dulce: Sim, é... O responsável dela é o pai... – Miranda assentiu com a cabeça, Jô já havia deixado a equipe ciente que os dois acidentados eram seus amigos de infância – mas eu gostaria de ficar responsável por ela, porque o avô está internado em um outro hospital, em outro munícipio e não sei se a avó vai conseguir acompanhá-la caso a internação se estenda...

Miranda: Oh, eu sinto muito... – suspirou – ficar aqui com ela, acompanhando a internação, não tem problema nenhum, mas na alta a criança só pode ser liberada pelos pais, avós ou responsáveis legais... Então eu te oriento a procurar o serviço social caso a avó não esteja aqui na alta...

Dulce: Perfeito! – concordou com a cabeça – farei isso.

Miranda: Vamos aproveitar que ela deu uma relaxada, para assinar os papéis da internação? Eu só preciso de um documento seu... – disse ao observar Luísa dormindo entre as fungadas de um choro recente.

Dulce: Preciso pegar na bolsa que ficou lá embaixo... – encarou a pequena dormindo em seus braços e decidiu ajeitá-la na cama. A menina chegou a abrir os olhos, mas logo Dulce a balançou fazendo com que dormisse novamente.

Miranda: Assim que voltar, só procurar pela escriturária Márcia, tudo bem? Ela vai finalizar o processo e te dar o papel da internação – disse ao saírem do quarto. Dulce concordou e seguiu para o elevador em busca de seus documentos.

(...)

Manuela ateou o fogo e foi embora deixando as chamas acessas. Havia se vingado de Alfonso da melhor forma possível. Christopher conseguiu segurar Anahí a tempo antes do corpo tocar o chão, e Maite tentava abafar sua confusão interna diante de todas aquelas coisas ditas; duas enfermeiras do andar notaram a situação e logo correram até eles para ajudar. Percebendo que havia sido um desmaio, orientaram a deitá-la no sofá.

Enfermeira: Os batimentos dela estão normais, foi só um desmaio...

Maite: É que ela está grávida! – disse aflita.

Enfermeira: É muito normal, ela já vai voltar... – disse ao perceber que a palidez do rosto de Any ia diminuindo aos poucos – vou pegar um copo com água, ela pode voltar um pouco confusa, não deixem que ela levante – disse caminhando pra um dos balcões da enfermagem.

Anahí sentia a cabeça zonza e uma náusea insuportável quando foi voltando do desmaio. A primeira reação foi apoiar as mãos no sofá para que pudesse levantar.

Maite: Não Any... – a impediu colocando as mãos em seus ombros – espera, foram pegar uma água para você...

A enfermeira chegou com o copo com água e auxiliou Any a se sentar, lhe entregando o copo na sequência. Devido a boca seca e o tremor pelo corpo, ela não hesitou em virá-lo de uma vez, agradeceu e encarou Christopher, se aquilo que Manuela acabava de dizer era verdade, ele era o único ali que poderia confirmar.

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