Capítulo 43

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No dia seguinte Luísa foi a primeira a acordar, estava ansiosa para que a mãe a levasse até o colégio. Anahí preparou o café da manhã da pequena antes de aprontá-la para a aula. No caminho até o colégio a menina ia falando sem parar e a mãe ouvia tudo maravilhada com o jeitinho todo espontâneo dela.

O colégio de Luísa era particular, por isso Alfonso precisou entrar em contato com a secretaria autorizando o acesso da Any as dependências da escola, tendo em vista que a menina não se contentaria com a mãe a deixando apenas no portão. Sendo assim, foi necessário que parassem na portaria para realizar um breve cadastro da Anahí e em seguida foram liberadas. A escola era gigantesca, e Luísa ia apontando cada cantinho para situar a mãe.

Luísa: Oh, ali – apontou uma mini recepção – fica a natação e a ginástica artística, só que eu não faço nenhuma... – sentou-se no banco do enorme pátio a céu aberto, devido a escola ser vinculada a igreja católica, havia uma imensa escada ali que dava acesso a capela da instituição.

Anahí: E você gostaria de fazer? – disse olhando onde a filha apontava.

Luísa: Sim, porque minhas amigas fazem os dois! Mas só que o papai disse que agora não dá... – ergueu os ombrinhos não dando muita bola. Era notável pela estrutura física do colégio, que a mensalidade deveria ser bem significativa.

Anahí: Podemos conversar com seu pai de novo sobre isso... – a menina a encarou com brilho nos olhos – ele pode mudar de ideia, né?

Luísa: Nahí, se você falar com o papai eu acho que ele deixa! – exclamou contente se encostando de ladinho na mãe.

Anahí: Eu vou falar com ele sim, Lully... – disse sorrindo passando o braço em volta da filha.

Luísa: É a professora Dani! – apontou uma moça que caminhava junto de uma menina um pouco menor que Luísa – DONA DANI! DONA DANI! – era a forma que os alunos eram ensinados a chamar os professores.

A professora sorriu e veio em direção as duas. Ao se aproximar Luísa já foi logo soltando em disparada que Any era a sua mãe. Fazendo as duas rirem com a empolgação da menina. Não demorou muito para que as amiguinhas de Luísa rodeassem a professora como faziam um pouco antes da aula. Como havia ao pai, Luísa dizia a todos que ali estava sua mãe. A professora e Any trocaram algumas palavrinhas antes do sinal bater, chamando a atenção de todas. Luísa tratou de abraçar a mãe antes de sair correndo com as amiguinhas para formarem a fila junto da auxiliar de classe.

Anahí: Foi um prazer te conhecer, Dani – disse sorrindo simpática para a professora.

Daniele: Eu digo o mesmo, Any – sorriu encarando a classe em fila, um pouco distante delas – eu espero que com você presente, a gente consiga trabalhar um pouquinho o comportamento da Lu... É o primeiro ano dela com a gente, mas já percebemos a resistência que ela tem em vir pro colégio, já conversamos muitas vezes com o Alfonso e com a Dulce ao longo do ano letivo...

Anahí: Ela comentou algumas coisas comigo, mas ainda está sendo tudo muito novo para nós duas... – a professora balançou a cabeça concordando – mas adoraria estar a par de tudo que estiver acontecendo com ela.

Daniele: Claro Any! – encarou novamente a turma – deixa eu ir, senão essa fila vir uma roda em breve – riram e se despediram.

Anahí retornou para casa pensativa, os anos de separação entre ela e Luísa havia impactado totalmente a forma de ser e se relacionar da pequena, e agora ela teria um longo percurso pela frente para que todos os anos de sua ausência fosse suprida aos poucos na vida da filha. O que a deixava desesperada era imaginar as estratégias que teria que tomar para que permanecesse próxima de Luísa e ao mesmo tempo garantisse que o novo serzinho que viesse a fazer parte de sua vida também crescesse com a presença da mãe e do pai.

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