Capítulo 35

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Anahí sem pensar empurrou algumas pessoas a fim de chegar perto de Luísa, o corpo estava tremulo com aquela cena horrível de Alfonso e Lexie caídos no chão, um pouco mais a frente, mas naquele momento sua intenção era proteger e tranquilizar Luísa; Maite percebendo que Any daria conta da criança, correu para ver os amigos.

Luísa: Nahí, cadê o papai? – as lágrimas iam rolando pelo rostinho num choro silencioso e aquilo estava matando Anahí por dentro.

Anahí: O papai vai ficar bem amor... – disse ao se ajoelhar diante dela.

A intenção era examiná-la a fim de identificar alguma possível lesão, mas a menina se levantou rapidamente se agarrando no pescoço de Any. O corpinho tremia de medo. Escondeu o rostinho na tentativa de se proteger de todos aqueles olhares sobre ela.

Anahí: Vai ficar tudo bem, Lully – sussurro enquanto se levantava a segurando. Enquanto um dos braços sustentava a criança, a mão livre acariciava o cabelo de Luísa.

Passou os olhos pelo local e percebeu que já haviam levado Lexie e Poncho para dentro das ambulâncias. Caminhou em direção a Maite que conversava com um grupinho de adolescentes.

Maite: Esse é o número... Se puderem me passar o vídeo, eu vou ficar muito agradecida!

Anahí: Como eles estão Mai? – Maite se despediu da menina e encarou Anahí, o semblante dela não estava nada bom, os olhos já estavam vermelhos pelo choro.

Socorrista: Senhora, você a conhece? – apontou Luísa – falaram que ela estava com o casal acidentado, precisamos levá-la...

Anahí: Sim, somos amigas dos dois... – trocou Luísa de braço devido ao peso, e isso fez a menina se agarrar ainda mais nela, passando as duas pernas pela cintura de Any, o rostinho permanecia escondido, fazendo Any sentir a blusa já molhada pelo choro da pequena – posso acompanhar vocês com o nosso carro?

A técnica de enfermagem vendo que Luísa não largaria Anahí achou melhor que ela então fosse junto na ambulância. Maite optou por seguir com seu carro até o hospital a ir à ambulância com Lex, mas pediu que levassem os amigos para o hospital em que Meredith trabalhava, o que não foi um obstáculo, já que a unidade de saúde era bem próxima ao local do acidente.

Luísa não relaxava um minuto sequer no colo de Anahí, mesmo com as perninhas e as mãos ardendo, o medo de lhe tirarem daquele colo a fazia ignorar toda a dor e se prender ali. Quando Anahí subiu na ambulância se deparou com Alfonso completamente machucado e sendo preparado para receber o cilindro de oxigênio. Anahí logo se identificou como médica, e questionou a saturação de Poncho. O quadro dele não era dos piores, mas a oxigenação estava baixa demais.

A técnica ia preenchendo o formulário da ocorrência para que deixasse uma das vias com a equipe do hospital.

Técnica: Você sabe a idade dela? – questionou Anahí se referindo a Luísa.

Anahí: seis, ou sete... – tentou se lembrar, mas sua mente parecia não funcionar naquele momento – seis, coloca seis, eu não lembro exatamente...

Técnica: Certo – sorriu – pensei que fosse a mãe dela quando me aproximei de vocês – encarou as duas, e Any sorriu e apoiou o rosto na cabecinha de Luísa.

Aquele barulho insistente da sirene e a corrida em alta velocidade até o hospital foram terríveis para Anahí, foi um gatilho para se lembrar do dia em que sofreu o acidente que teve como consequência a morte de sua bebê. Sentia o nó na garganta, mas o corpinho quente de Luísa juntinho do seu parecia afagar aquela dor imensa que sentia. O caminho até o hospital pareceu uma eternidade para Any que observava cada vez mais a equipe preocupada com as medições que faziam em Alfonso. Queria poder ajudá-los, questioná-los, mas não o fez por Luísa estar atenta a tudo, mesmo com o rostinho encaixado no pescoço dela. Agradeceu quando o carro parou no estacionamento do pronto-socorro.

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