O Sol já estava dando as caras quando Edgar se levantou da cama decidido a ir conversar com Alfonso sobre a conversa que teve com Maria. Ruth ainda dormia agarrada com Luísa. Era até bom que todos ainda estivessem dormindo, pois ninguém entenderia a ida dele até São Paulo, e ele não falaria nada sobre o que sabia antes de Alfonso autorizar. Durante a noite que passou em claro se pôs a pensar que talvez o filho sequer daria relevância para aquilo tudo. Até porque Anahí morava em outro país, e a vida de Luísa mudaria drasticamente com os pais vivendo em continentes diferentes. Caberia então ao Alfonso decidir o que faria com aquela informação. Quando Ruth acordou foi logo procurando o marido, e achou estranho o bilhete que ele havia deixado sob a mesa da cozinha.
Ruth,
Tive que resolver um assunto importante, mas devo retornar no final da tarde.
Peça desculpas pela minha ausência no almoço.
Beijos,
Edgar.
A mãe de Alfonso estranhou a atitude do marido que sempre compartilhava com ela todos os assuntos e problemas que apareciam pelo caminho, mas logo tratou de seguir para a cozinha para que pudesse deixar a mesa do café pronta, e iniciar os preparativos para o almoço.
(...)
Anahí foi a primeira a acordar pela manhã, a cabeça estava pesada, assim como o braço de Alfonso por cima de sua barriga. Fechou os olhos ao perceber que realmente estava na cama ao lado do homem pelo qual jurou nunca mais se deixar sentir qualquer coisa que fosse. Não podia jogar a culpa completamente na bebida, sabia disso, tudo o que fez foi de forma consciente e por puro desejo. Mas talvez sem as doses que virou, não tivesse ido tão longe nas provocações.
Ela virou o rosto levemente para que pudesse encará-lo, céus, ela estava realmente na cama de Alfonso Herrera, seis anos depois. E ele estava lindo de morrer. Tentava lembrar quantas vezes se amaram naquela noite, e sequer lembrava se dormiram antes de fazer amor ou antes de confessarem a solidão que sentiam longe um do outro, a única coisa que ela sabia era que permanecia loucamente apaixonada por ele, e que seu coração não estava divido, estava totalmente entregue a ele!
Acontece que não eram mais dois jovens iniciando a vida, eram agora dois adultos com a vida formada, cheios de responsabilidades que deveriam ser colocadas acima do amor. Então, como se houvesse uma chave que pudesse ser virada em seu coração desligando aquele amor, ela decidiu que estava na hora de voltar para vida real, e nela, Alfonso seria nada além de lembranças de uma noite boa. Seus pensamentos foram dispersados pela voz rouca dele acordando.
Alfonso: Onde pensa que vai? - sentiu ela erguer o braço dele com cuidado, mas foi em vão.
Anahí: Oi - sorriu sem graça - não queria te acordar...
Alfonso: Devo ter algumas horas antes do dia acabar... - firmou os braços na cintura dela para que a trouxesse mais para perto.
Anahí: Herrera... preciso ir embora, agora...
Alfonso: Sua crise moral já apareceu? - suspirou a soltando.
Anahí: Eu não vou me desculpar por isso, Alfonso - suspirou se sentando na cama e puxando o lençol para cobrir os seios - deixei claro desde sempre que sou casada e que seria só sexo.
Alfonso: Não diz isso - retrucou sentido - nunca será apenas sexo, porque entre a gente existe verdade, e existe amor... mesmo que sejamos igualmente sujos em ficarmos juntos estando com outras pessoas.
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Quando a Vida Escolhe ❥
Fanfiction"Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo..." Anahí Portilla. "E eu, no fundo, te perdoava, te entendia, te amava cada vez mais. Você me mandou embora da sua casa...