Anahí e Luísa se encararam em silêncio por alguns instantes. Aquela por estranhamente reviver a sensação que teve há anos enquanto encarava os olhinhos de sua Giullia momentos antes dela ser retirada de seus braços para uma cirurgia sem sucesso, já Luísa olhava com curiosidade Anahí, lembrava-se dela de algum lugar, mas não conseguia distinguir de onde.
Anahí: Cuidado mocinha - disse sorrindo - pode se machucar correndo por aí - abaixou para pegar os doces que haviam caído da mão da pequena ao se chocar com ela. Luísa a observava encantada.
Luísa: Brigada tia - esticou o braço para pegar os doces que Any lhe entregava - eu sou a Luísa - deu um sorriso fofo.
Anahí: E eu sou a Anahí - riu do jeito da menina se apresentar.
Luísa: Nahí! - fez uma leve careta achando o nome divertido.
Anahí estava prestes a questionar se ela estava perdida, quando ouviu alguém chamar por Luísa. Naquele momento sentiu as pernas enfraquecerem e um arrepio percorrer cada parte do seu corpo. Era ele, ela tinha certeza disso. O coração batia em uma alucinante ausência de sincronia. Sentia falta de compostura, de sobriedade. Então, era isso que lhe era familiar vendo os olhos daquela menina. Era a filha de Poncho, aquela criança da foto que lhe tirou do eixo. Por um momento lhe faltou coragem para dar meia volta e encará-lo.
Foi o tempo de Alfonso solicitar os frios no balcão para que Luísa sumisse. Ao dar pela falta da filha o moreno abandonou o carrinho com as coisas que havia pegado e entrou no corredor de doces, onde imaginou que ela estaria, mas não obteve nem rastro da menina. Sentindo a adrenalina subir, tratou de olhar o corredor ao lado a chamando, e então notou que ela conversava com uma mulher, suspirou aliviado. O que não imaginava era que a pessoa com quem Luísa conversava iria lhe tirar totalmente aquela sensação de alívio.
Para que conseguisse se erguer devido a tensão que sentia, Any precisou buscar apoio na prateleira do mercado. A sensação era que o momento acontecia em câmera lenta, mas tudo aconteceu de forma bem mais rápida do que parecia. Ao se manter em pé, a morena virou o rosto para que pudesse encará-lo, e então, pela segunda vez em menos de dois dias sentiu a respiração sumir ao sentir aquele olhar esverdeado sobre ela, que ao identificá-la, ficou repentinamente acinzentado. Luísa observava os dois se encarando em silêncio, ajeitou os doces os apoiando em seu corpo e deu alguns passos ficando entre os dois.
Luísa: Por que "cês" tão assim? - questionou fazendo com que os dois desviassem o olhar um do outro e a encarasse.
Alfonso: Eu posso saber o porquê saiu de perto de mim sem avisar? - olhou sério para menina ignorando a pergunta.
Luísa: Peguei pra você oh - esticou um chocolate pro pai tentando aliviar seu lado, o que fez Any sorrir vendo a expertise da menina.
Alfonso: Sei... - pegou os doces que a filha segurava e colocou a mão no ombro dela a puxando para perto, ter Luísa tão próxima de Anahí lhe dava calafrios, não sabia como agir diante da situação, não queria conversar com Any como se a conhecesse, pois sabia que a filha os encheria de perguntas.
Anahí: Então você mora por aqui? - disparou encarando Alfonso ao vê-lo puxar a menina.
Alfonso: É... - disse desconcertado, e ela perplexa diante da falta de limite da vida ao levá-la no mesmo mercado, na mesma hora em que Alfonso estava.
Anahí: Legal... - disse sem saber ao certo o que dizer.
Luísa: Cê conhece meu pai, Nahí? - questionou curiosa com a cabeça inclinada olhando os dois.
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Quando a Vida Escolhe ❥
Fanfiction"Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que irônico: pra viver eu precisava perdê-lo..." Anahí Portilla. "E eu, no fundo, te perdoava, te entendia, te amava cada vez mais. Você me mandou embora da sua casa...