Hoseok

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- Hobi, você tem conversado com Jimin? - Jiwoo perguntou, sentada no chão, à minha frente e abraçando seus próprios joelhos.

- Jimin? Um pouco. Você sabe que ultimamente eu não tenho tido muito tempo para sair com ele. Por que pergunta?

- Eu não sei muito bem. Você se lembra aquela vez que você ficou tão febril a ponto de ter alucinações? E que ligou para nossa tia em Gwangju gritando por ajuda?

- Sim, eu me lembro! - Eu respondi, bloqueando meu celular ao colocá-lo sobre a mesa entre nós. - Até hoje eu tento me lembrar o que diabos se passava pela minha cabeça naquele dia.

- Pois é. Ele estava daquele jeito. Pelo menos eu sei que ele já estava em casa. O que acha de passarmos lá amanhã e vermos o que está havendo?

- Eu acho uma ótima ideia.

Aquilo era muito estranho, sem sombra de dúvida, mas não seria a primeira vez que Jimin ficava doente e nós ficávamos sabendo apenas meses depois. E por todas essas vezes eu me sentia culpado, já que Jimin sempre era o primeiro a tentar nos alegrar quando algo não estava bem.

Jiwoo assentiu, observando algo em mim que não era o meu rosto...

- Ei, e essa sua alergia? Eu preciso saber se há insetos aqui em casa e, você sabe, agendar um dedetização.

- Oh, isso... - Eu automaticamente levei minha mão ao meu pescoço, que agora tinha apenas pequenas marcas avermelhadas realmente parecidas com picadas de inseto.

- Isso não foi nada... - Eu continuei, pensando em uma saída - Eu creio que isso aconteceu no dia em que eu passei pelo parque ao lado do meu bloco da faculdade... mas isso não importa, certo? Vamos, Jiwoo, quando é que eu vou saber mais sobre o seu grandioso projeto?

Seus olhos se iluminaram ao ouvir aquilo, e pude discretamente suspirar em alívio.

- Eu nunca imaginei que as coisas tomariam proporções tão grandes, Hobi. É sério, ainda essa semana eu recebi duas ligações do... ei... você sabe que eu não posso falar sobre isso! - Jiwoo agora se levantara a minha frente, apontando seu dedo para o meu nariz.

- Não pode? Ou não quer? - Eu disse, levantando uma sobrancelha e sorrindo com ela.

- Argh, Hobi. Não é assim que as coisas funcionam. Se eu contar algo para você, vou atrair má sorte para o meu projeto. E você sabe quantas pessoas estão envolvidas nisso? Sabe quantas pessoas teriam azar por minha causa?

- Eu nunca saberia, já que você não me dá nenhuma informação!

Joguei meus braços ao alto, inconformado, fazendo Jiwoo sorrir novamente.

Nossas gargalhadas foram, então, interrompidas pelo som da campainha.

- Deve ser a nossa janta. Vá atender a porta. - Jiwoo ordenou, apontando para a entrada de nossa casa.

- Eu? Não, vá você. - Retruquei, cruzando os braços.

- Hoseok-ah! Vá atender a porta, eu sou sua noona! - Jiwoo gralhava dessa vez.

- Noona, você já está em pé!

Jiwoo caiu de uma vez, sentada no chão.

- Não estou mais. Vamos, vá buscar a nossa comida.

Revirei os olhos, ainda resistente, e ergui o meu punho.

- Pedra, papel e tesoura. Melhor de três.

Ela ergueu seu punho também e eu facilmente venci as duas primeiras jogadas, tornando desnecessária uma terceira. Gargalhei alto o bastante para nossos vizinhos ouvirem, batendo palmas para tornar o barulho mais estridente ainda. Jiwoo revirou os olhos, indo em direção à porta enquanto eu me recuperava de meu ataque de risos.

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