As coisas estavam bem esquisitas desde o jantar. Talvez fosse a temporada de provas e trabalhos na faculdade, mas eu parecia não ter paciência para lidar com todos aqueles mal-entendidos.
De um lado havia Taehyung, que dizia como eu não poderia nem sonhar em contar para alguém sobre nosso relacionamento. E do outro havia Hoseok que, de repente, passou a me ligar todos os dias para me perguntar como eu estava e me lembrar da promessa que eu havia feito. Eu não sabia qual dos dois mais me tirava do sério.
Após uma semana, quando minha situação acadêmica não estava mais tão alarmante, deduzi que era hora de finalmente cumprir o que eu havia prometido. Aquele era um bom dia para tomarmos uma cerveja juntos e jogarmos conversa fora.
Eu não me surpreendi quando levou apenas um minuto e meio para que ele respondesse minha mensagem, confirmando que poderia me encontrar na loja de conveniência que costumávamos ir há anos, no horário que eu havia sugerido.
Imaginando que eu estava adiantado demais quando me aproximava da esquina onde ficavam as mesas, na calçada, percebi que estava enganado quando vi que Hoseok já havia escolhido um lugar.
Com um grande sorriso em seu rosto, ele me cumprimentou e logo se apressou em entrar na loja de conveniência para comprar nossas bebidas, voltando poucos minutos depois com várias garrafas e um pacote de salgadinhos.
- Ei, já faz um tempo que não fazemos isso, não é? Eu estava sentindo falta de sair com você! - Hoseok disse, sem nunca deixar de sorrir, como ele sempre fazia.
- Eu tenho pena de você, hyung. Por tudo que você terá que ouvir. Eu tenho uma lista inteira de pessoas para podermos falar mal.
Eu sorri com ele, e logo comecei a desabafar. Talvez aquele encontro fosse realmente necessário, independente da carência repentina de Hoseok.
Contei a ele sobre meu vizinho que sempre implicava com o volume do meu som, sendo que ele fazia o mesmo que eu em horários muito piores. Passei alguns minutos explicando como era incrivelmente burocrático iniciar qualquer negociação na empresa em que eu trabalhava. Contei também sobre a garota no meu grupo de pesquisa na faculdade, que sempre fazia perguntas idiotas ao professor apenas para que ele a notasse (talvez eu devesse sentir pena por ela possivelmente ter alguns problemas com auto-estima mas, ainda assim, ela me incomodava). E também precisei dedicar algum tempo para falar sobre meu pai, que ultimamente parecia estar enfurecendo minha mãe com umas ideias idiotas de fechar o restaurante da família.
Uau. Aquilo dava uma ótima sensação. Talvez eu estivesse com meus sentidos um pouco debilitados pela quantidade de bebida que mandávamos para dentro conforme eu tratava de todos esses tópicos, mas eu precisava admitir que Hoseok era um ótimo ouvinte. Eu me contive um pouco quando percebi como eu estava monopolizando aquela conversa.
- Certo, Jimin-ssi. - Ele disse, com uma voz engraçada - Vamos supor, então, que tudo esteja péssimo como você disse...
Eu ri, pois realmente parecia aquilo que eu queria dizer após passar uma hora inteira apenas reclamando. Ele apenas continuou:
- Até agora eu não ouvi nada sobre a sua vida amorosa... isso quer dizer que tudo está muito bem, hein?
Hmm. Bem, ele não estava errado. Tudo ia muito bem com Taehyung. Nós estávamos nos vendo com mais frequência, e em cada encontro eu aprendia mais e mais sobre ele. Não só sobre como era ser um vampiro, mas também sobre como ele lidava com tudo aquilo. Como ele lidava comigo.
- É, ele... hmm... nós estamos nos dando bem, sim...
Hoseok bateu palmas ao ouvir minha resposta, como ele sempre fazia quando se exaltava demais.
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my type
RomanceJung Hoseok chegou a um momento de sua vida em que ele não deveria mais se contentar com o razoável. Essa era a ideia que Jiwoo, sua irmã, tinha sobre seu irmão caçula, mesmo sabendo que ele não pensava o mesmo. E foi com isso em mente que ela reso...