Yoongi

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O sentimento que eu tinha não era o de que o vampiro que me criara estava bem ali, tão próximo de mim, dentro da minha própria casa. Eu me sentia como se precisasse ser babá por um tempo indeterminado.

Por ainda não conhecê-lo tão bem, Seokjin era uma incógnita para mim. Por mais que, naqueles primeiros dias ele estivesse se mostrando ser um tanto inofensivo, eu me sentia constantemente na obrigação de saber exatamente onde ele estava, e o que estava fazendo. E aquilo estava começando a me deixar louco.

Eu ainda tinha músicas para compor e uma empresa para comandar. Tudo aquilo já era trabalhoso demais sem Seokjin. Pelo menos eu sempre tinha Hoseok ao meu lado, para amenizar o meu estresse. Nos momentos em que eu estava com ele (mesmo que estivéssemos decididos a manter um certo nível de profissionalismo), eu conseguia direcionar meu foco em apenas um ponto: Hoseok.

Nós poderíamos estar completamente absortos em um assunto tediosamente corporativo, mas eu sabia que, ao mesmo tempo, ele estaria com suas mãos em meus ombros, ou afagando meus cabelos. Durante aqueles dias nós parecíamos estar muito mais próximos do que o normal, possivelmente aguardando pelo primeiro momento de paz que pudéssemos ter.

Eu já estava aceitando que eu não tinha mais a privacidade do meu apartamento inteiro para estar com Hoseok, então no final daquele dia eu o aguardava no banheiro de minha suíte. Por já fazer muito tempo desde a última vez que eu usara a jacuzzi, pensei que aquele seria o momento certo para matar a minha saudade. Aquilo poderia ser útil para, enfim, acalmar os nervos que eu acumulava por tanto tempo.

Àquela altura, Hoseok provavelmente arrumava seu escritório para encerrar mais um dia de trabalho. Sabendo disso, eu enviei uma mensagem em seu celular corporativo, pedindo que ele viesse ao meu quarto em cinco minutos. Deixei meu telefone sobre o aparador do closet, me despi e finalmente entrei na banheira, que agora estava aquecida e cheia de borbulhas. Oh, sim. Aquilo era ótimo.

Escorregando minhas costas até o fundo até ficar totalmente imerso na água, decidi ficar ali por um tempo. Era interessante sentir todo o meu corpo sendo aquecido pela água, como se esta pudesse fazer o meu sangue um pouco menos frio do que realmente era. Por não ser necessário, para mim, respirar, fechei meus olhos e estendi minha imersão.

Com o pensamento fixo no humano que estaria ali em alguns instantes, eu corria minhas mãos por todos os meus pontos mais sensíveis, sentindo o meu próprio corpo. Mesmo que ele estivesse ainda apenas em minha mente, Hoseok conseguia fazer com que meu sangue parecesse ser quente. No entanto, eu sabia que aquilo era apenas uma ilusão e, quando ele chegasse, eu me lembraria o que é, de fato, ter sangue quente e fresco tão próximo de mim.

Senti que ele se aproximava, e logo pude ouvi-lo ao entrar em meu quarto:

- Ei, hyungie... - Sua voz era sugestiva e cômica, já que ele imaginava qual era o meu intuito ao chamá-lo.

Voltei à superfície e o avisei:

- Certifique-se de trancar a porta depois de entrar.

Ouvi o pequeno "clique" e aguardei mais alguns segundos até que Hoseok encontrasse a origem de minha voz.

Ao finalmente chegar até mim, não só sua voz, mas sua expressão também era engraçada.

- Oh uau, isso é... hmm... Nós nunca... Eu acho que eu vou...

Foi difícil de segurar um sorriso quando Hoseok começou a se despir, com muita pressa e totalmente desnorteado. Também o ouvi praguejar quando, ao perceber que ele me observava, eu apoiei meus braços na beirada da banheira, jogando meus cabelos encharcados para trás logo em seguida.

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