-Capítulo Vinte e três-

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Vin narrando

— Só mais três vai! — Falo me incentivando a terminar as vinte flexões que faço toda manhã. Me empurro para cima vendo uma gosta de suor cair da ponta do meu nariz. Solto uma lufada de ar já muito cansado.

Acabo meus exercícios e vou para o banheiro tomar um banho gelado. Ligo o chuveiro e deixo que a água fria caia sobre meus ombros e depois minha cabeça. Todos os dias eu acordo umas cinco da manhã para me exercitar, eu saio e corro pelo menos cinco quarteirões, depois eu volto e faço algumas abdominais sempre fazendo flexões depois. Assim que termino escovo meus dentes e vou para o closet escolher uma roupa, acabo vestindo uma blusa branca, uma calça preta justa nos lugares certos e por cima uma jaqueta preta, pego minhas coisas e desço para a cozinha.

— Bom dia ma... pai? — Junto as sobrancelhas estranhando a presença do meu pai a essa hora da manhã em casa, ele deveria estar no trabalho ou em algum lugar do tipo.

— Bom dia filho. —Diz tomando um gole do seu café favorito em seguida, ele adora essas marcas francesas.

— Não era para estar trabalhando? —Pergunto me servindo com suco que peguei na geladeira. Ele me encara diz calmo como sempre:

— Acordei tarde hoje. — Junto as sobrancelhas novamente e o encaro. Ele nunca se atrasa para nada, meu pai sempre foi pontual, nenhum minuto a mais, nenhum minuto a menos. Às vezes eu acho que ele tem um relógio implantado no cérebro.

— Vai estar livre hoje? —Ele pergunta me fazendo o olhar ainda mais confuso e surpreso.

É estranho receber esse tipo de pergunta do meu pai, ele nunca foi do tipo que leva o filho para acampar ou joga futebol junto, ele sempre foi um homem muito dedicado ao trabalho. Ele nunca foi um marido ou pai ruim, ele apenas não participa muito da minha vida, eu sempre tive sua presença apenas nos jantares ou quando a gente se esbarra como aconteceu agora. Meu avô que tinha esse papel, ele... esquece. Olho para meu pai e respondo:

— Talvez, por quê? — Apoio minhas mãos na bancada.

— Nada muito importante, e que eu vou levar sua mãe para jantar hoje. — Algo bem pequeno no meu peito murcha e se esconde atrás dos milhões de sentimentos que reprimo. Solto a respiração e me afasto da bancada.

— Tchau pai, eu vou para escola. —Saio da cozinha com uma certa amargura.

(...)

— Estou te falando cara, você tinha que ter visto aquela corrida. — Jack fala da corrida que ele foi ontem com sua família. Durante toda a conversa eu só conseguia focar em uma pessoa.

Verônica... não paro de pensar nela... e nele... ele.

— Cara, você está me escutando? — Jack me dá um soco no ombro chamando a minha atenção para si.

— Sim. — Suspiro e procuro outros lugares para olhar em vez dela.

— Que foi cara? — Ele pergunta.

— Nada, eu só... eu quero água. — Digo levantando minha mão para pedir permissão para sair.

Saio da sala e vou até o bebedouro. Os corredores estavam vazios, havia apenas o zelador que estava limpando o chão. Bebo um pouco de água e esculto vozes vindas do banheiro feminino que ficava próximo.

Olha para você, o que passou pela sua cabeça ao comprar esta saia? Você pelo menos provou? Pelo visto não, ela ficou ridícula em você. E ainda pensou que assim conquistaria o Max, que piada ridícula, o Max não fica com garotas do seu tipo, e do seu tipo eu quero dizer gorda. — Escuto a voz da Rebeca. Mas que porra ela está fazendo, ou melhor, falando. Não vou deixar isso ficar assim, ela cometeu dois erros hoje. Diminuir alguém assim e meter meu nome na roda.

Me Ame! (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora