- Capítulo Vinte e Oito -

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Vin narrando

Quando sai da escola fui direto para casa, não passei em nenhum lugar dessa vez, eu estava com pressa, queria que as horas passassem voando até a hora do jantar na casa da Verônica e depois ficasse lenta para me dar tempo para falar tudo e concertar a merda que fiz, ou não fiz, sei lá eu só quero deixar as coisas entre mim e ela claras, se ela for me mandar para o inferno e nunca mais querer me ver que pelo menos decida isso sabendo da verdade. Passo pela porta da frente de casa profundo em meus pensamentos.

— Filho. — Desperto escutando a voz da minha mãe vinda da sala de lazer a minha esquerda. Respiro fundo e vou até ela.

— Oi mãe. — Falo vendo-a sentada em um banquinho pintando uma tela.

Minha mãe sempre gostou de pintar quadros, isso desde de criança, e quando não está pintando ou com meu pai, está fazendo bagunça na cozinha inventando novas receitas e me obrigando a comer. Ela não é boa nem pintando e muito menos cozinhando, ela sabe que seus quadros não são tão bonitos e meu pai já ofereceu várias vezes aulas de pintura, mas ela sempre recusa, ela gosta de como pinta, isso a deixa feliz. Meu avô me dizia que ela era mil vezes pior quando criança, ela pintava as paredes, os moveis e se não ficasse de olho nela, pintava até os porcos de criação da minha avó, sorrio imaginado.

Vovô...

— Vin, acorda. — Escuto estalos de dedos.

— Oi mãe desculpa. — Ela sorri e coloca uma mecha do seu cabelo loiro atrás da orelha sujando a mesma mecha com tinta azul.

— Perguntei o que você acha. — Ela aponta para o quadro que estava na sua frente, dou um sorriso e me aproximo para ver mais de perto.

— Está lindo mãe. — Minto vendo a tela, na verdade eu nem entendia o que ela desenhou.

— Mentiroso como seu pai, mas obrigada. — Ela diz animada.

Eu estava de pé atrás dela vendo sua arte, ela passa horas nisso. Minha mãe não trabalha mais, faz uns anos já. Ela conheceu meu pai em Paris em uma cafeteria que ela trabalhava, obviamente ela trabalhava no caixa já que não sabe cozinhar, aí eles se apaixonaram, se casaram, depois me tiveram e desde o meu nascimento ela parou de trabalhar e dedicou seu tempo a mim e a sua própria felicidade e paz de espirito como a mesma me disse uma vez.

— Vem bebe, sente-se aqui. — Fala passando a mão no banco que estava ao seu lado.

Me sento observo aquele quadro horrível, é estranho, mas os quadros da minha mãe sempre me fazem entrar em reflexão, sempre que olho entro em um túnel de pensamentos. Olho para ela quando a mesma começa a acariciar meu rosto com um sorriso nos lábios, encaro seus olhos azuis como o oceano e me sinto confortável e quente. Por que o toque das mães parece ser diferente?

— Liz, está em casa meu amor? — Escuto a voz grossa do meu pai chamando minha mãe.

— Thomas, estou aqui querido. —Ela diz e logo meu pai aparece com mais duas telas em mãos.

— Aqui estão as telas que você me pediu. — Ele diz depositando um beijo na testa da minha mãe e deixando as telas encostadas na poltrona que estava próxima.

— Vin meu filho, chegou cedo em casa, normalmente você só chega de tarde. — Ele diz se sentando no sofá.

— Tenho compromisso a noite. — Respondo me levantando.

— Onde você vai dessa vez? Jack está dando mais uma festa? — Minha mãe me pergunta se sentando no colo do meu pai.

— Jantar na casa de uma garota. — Eles me encaram e minha mãe sorri divertida e meu pai a observa.

Me Ame! (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora