-Capítulo Trinta e Cinco-

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Havia se passado uma semana desde a minha "conversa" com Vin, não conversamos ou pelo menos nos esbarramos pelos corredores da escola, era como se tivéssemos voltado no tempo para quando eu não passava de mais uma estudante invisível e ele o cara que apenas poucas pessoas tinham o prazer de conhecer por sua bolha social. Respiro fundo olhando para a janela com o queixo sobre a palma, essa semana foi como todas as outras que já tive em minha vida, na verdade sempre foi assim e eu sempre gostei, mas... isso mudou, agora a previsível rotina me assombra. Já terminei de ler todos os livros da minha biblioteca e agora eu não tenho nada, as vezes me sinto a Katherine do Diário de uma nerd esquisitona.

— Como a aula já está acabando, vou passar um desafio valendo nota para vocês. —A professora de artes diz pegando uma prancheta de sua mesa. — Eu quero que a dupla escolhida por mim, faça um quadro retratando o que quiser e me apresentem na próxima aula.

Ela começou a escolher as duplas anotando o nome de cada um em sua prancheta, observo sua estranha escolha de duplas e percebo um padrão, ela estava colocando os populares com pessoas que os próprios não dariam o mínimo esforço para olhar no rosto.

— E por fim, Verônica Miller e Vin Winchester. — Mais que merda universo, porque esse tipo de coisa tem que acontecer comigo? Eu não estou brava com Vin, mas também não quero falar com ele, eu ainda estou cansada desse balanço emocional que ele colocou na minha vida, sempre deixa minha cabeça bagunçada.

O sinal tocou e a maioria dos alunos saíram apressados, observo Vin pegar sua mochila e ir até a porta onde me espera de costas. Coloco a alça da mochila no ombro e vou em sua direção sentindo uma ansiedade na barriga.

— Vamos, temos um quadro para pintar. — Me encara com seu famoso sorrisinho de lado, mas dessa vez um pouco diferente, esse eu nunca vira antes, era meigo e fraco, quase triste e cansado. Isso, era isso que a sua expressão carregava, cansaço assim como eu.

— Não tenho nada do que precisamos, temos que passar em um mercado para comprar tinta, uma tela e pinceis. — Digo olhando em seus olhos castanhos. Lindos olhos castanhos.

— Eu tenho tudo que precisamos. — Fala se virando para mim.

Paramos por um momento, congelados no olhar um do outro. Sua mão é erguida ameaçando tocar a mecha de cabelo que cobria metade da minha bochecha, ele iria a colocar atrás da minha orelha, já fizera isso ates algumas vezes na semana em estivemos juntos. Prendo a respiração ansiosa, mesmo depois de todo o desgaste da semana passada eu ainda aguardava seu toque ansiosa, pois era como o fogo tocando o gelo, era como ser envolvida por um banho quente depois de andar na fria chuva. Seus olhos fogem dos meus, indo para sua mão erguida e logo ele a abaixa comprimindo os lábios.

— Vamos. — Ele diz passando pela porta. O sigo sentindo toda aquela ansiedade murchar.

(...)

Estávamos a caminho de sua casa em seu carro, eu não queria encara-lo então passei todo o caminho até agora olhando para a janela, contando os carros vermelhos que via. Tudo para distrair minha mente da angustia que crescia em meu peito, isso me pesava. O silencio não era nada confortável, sinto que...

— Verônica eu gosto de você. —Ele diz rápido como se estivesse segurando isso como alguém que segura o fôlego por muito tempo.

Logo aquela angustia vai se dissipando, então era isso, essa era a minha dúvida oculta. O encaro sem conseguir pronunciar nenhuma palavra se quer, eu ainda estava mal com ele, mas estar aquelas palavras retirou um peso enorme do meu coração, no fundo agora eu sei, agora eu consigo ver. Eu queria escutar estas palavras vindas dele, porque eu também gosto dele e o fato de não saber se era reciproco me deixou com um peso enorme.

Me Ame! (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora