-Capítulo Quarenta e Sete-

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Andei quase o caminho todo encarando o céu nublado, o ar já estava começando a ficar bem frio, faltava pouco para chegar à escola, as ruas estavam molhadas pela chuva de ontem à noite, então hoje estou usando botas marrons que combinam com minha calça preta que dá destaque para o meu moletom azul pastel. Vin não pode me buscar hoje porque, pelo que ele disse, Jack se meteu em problemas e por isso eu não devo esperar ver nenhum deles na escola hoje. Aposto que não é nada muito sério, bom, é o que eu espero.

Paro quando vejo um pequeno mercadinho, uma barrinha de cereal cairia muito bem agora, entro na loja e minutos depois saio abrindo o pacotinho com um pouco de dificuldade, eles podiam fazer embalagens mais fáceis de abrir, acabo abrindo com os dentes dando uma mordida um pouco agressiva na barrinha pelo estresse. Franzo o cenho quando uma mão segura meu braço me impedindo de continuar, olho para trás e encaro os olhos castanhos de Jonas, com um sorriso sínico no rosto.

— Oi Verônica. — Fala me soltando.

— Oi Jonas. — Minha boca estava seca, minha mente só se passava a história que Jack me contou sobre ele, é até um pouco difícil de acreditar a jugar pelo rosto meigo de Jonas.

— Como você está? — Pergunta colocando as mãos no bolso.

— Bem e você? — Pergunto. Eu deveria dar um tapa em seu rosto e sair andando, ou apenas ignora-lo e sair andando, mas eu estou curiosa, quero saber o que ele vai usar contra Vin agora. Abro um sorriso para o mesmo.

— Vou bem. Eu sou soube que você e o Vin estão namorando é verdade?

— Sim estou, faz pouco tempo. — Coloco uma mecha rebelde atrás da orelha lançado um sorriso sem mostrar os dentes para o mesmo.

— Verônica, isso é um erro que ainda dá para resolver. E... eu não queria te assustar antes, por isso só contei o básico, eu não contei do porquê dele me bater. —Junto as sobrancelhas fingindo preocupação.

— Não mesmo, pode me contar agora? Se tem alguma coisa que eu não sei do Vin ainda, Jonas eu preciso saber agora.

— Vin me bateu porque eu estava tentando proteger minha ex namorada, que ele mesmo estava agredindo. — Ah não. Não consigo segurar o riso, Jonas franze o cenho sem entender. Meu Deus, como ele consegue mentir tanto assim?

— Você acha mesmo que vou cair nessa? Jack já me contou tudo e olha, a versão dele é bem mais convincente que a sua. Vin pode até ter batido em monte de gente, mas ele nunca faria o que você fez, ele nunca me machucaria e a ninguém que ele ama, então vai se foder e fique longe de mim.

De repente, algo em sua feição muda e toda aquela aparente bondade de um simples garoto que trabalha em um mercadinho e que sente prazer em ajudar as pessoas some, ele sorri o que me dá certo medo.

— Então ele te falou de mim e da Endy — retira as mãos do bolso e eu sinto um arrepio na coluna —, eu tentei ser legal com você Verônica, tentei fazer isso da melhor forma.

— Me deixa em paz, Jonas. — Falo dando as costas para o mesmo e indo embora sem olhar para trás. Por baixo de toda fúria e raiva que eu tinha dele havia uma pontada de medo e preocupação pelo que ele disse.

(...)

Estávamos na biblioteca como sempre no intervalo, dividindo os lanches, minha cabeça não parava de pensar nas suas palavras e na sua feição, se ele tentou da melhor forma me separar do Vin e não deu certo, qual será a pior forma? Não, ele não vai fazer nada e se tentar, Vin vai impedir, é o que ele faz, não é? Impedir que o mal chegue para as pessoas que ele ama. Meu Deus, sinto um frio na barriga, e quem impede que o mal chegue ao Vin?

Me Ame! (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora