Capítulo 55

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As batidas ensurdecedoras que vêm do outro lado dos portões da fortaleza continuam a soar, cada vez mais insistentes, e eu não sei como prosseguir. Deveria apenas esperar que eles consigam adentrar a muralha e me salvarem, ou aproveitar a distração para escapar? Não fazer nada me faz pensar que poderia correr o risco de Bernard planejar alguma coisa contra Bram que me envolva. Embora eu seja sua esperança, ele ainda pode tentar algo contra mim, já que ainda existe meu pai como descendente de Anthony.

Volto a observar pela janela do quarto. Lá embaixo no pátio está o exército de Bernard imóvel, talvez apenas esperando por comandos. Tento fazer uma estimativa de quantas pessoas fazem parte dele. Minha conta se perde quando chego a cento e vinte e quatro. Há cabeças demais para contar. Bram seria páreo para isso? Sei que ele tem seus próprios aliados, mas algo me diz que não são tantos assim.

Se todo o exército está sob um encanto de manipulação, o poder de Bernard está muito avançado. Conseguir controlar mais de cem vampiros ao mesmo tempo deve exigir certa habilidade mesmo que Enndolynn esteja ajudando-o. Isso o torna ainda mais perigoso.

A massa de corpos pálidos preenche quase todo o espaço dentro dos portões de madeira, no entanto, em uma região específica ela se espalha para dar espaço a um objeto singular. Quase fora da visão que a janela da torre me permite, avisto uma grande jaula feita de ferro apenas um pouco maior que àquela em que Vince está. Sua entrada está aberta e dois soldados a flanqueiam.

"Basta!" Ouço a voz de Enndolynn gritar e imediatamente olho na direção do som.

Nas ameias da fortaleza está a vampira. Ela usa apenas um vestido fino e branco com uma longa capa escura. Sua respiração condensa no ar frio em nuvens brancas.

Olho para baixo no lado de fora do cercado onde Bram está. Ele avista Enndolynn e então faz um sinal com a mão para que as batidas cessem.

"Emma," Bram grita para ela com sorriso presunçoso nos lábios, parece divertido com a situação. "Há quanto tempo!"

Só tenho a vista das costas de Enndolynn, mas não é difícil adivinhar que ela só lhe dá seu costumeiro olhar mal-humorado como resposta.

"Por que estais aqui?" pergunta.

"Só queria visitar meus velhos companheiros," responde, irônico.

Ela não diz nada em retorno. Por um instante, o único som é do vento frio e cortante assobiando em nossos ouvidos. Os cabelos castanhos da bela vampira balançando descontroladamente no ar a suas costas.

"Bernard concorda em deixar-vos entrar caso fordes pacíficos," diz finalmente, e Bram parece por um meio segundo surpreso, mas logo sua expressão se torna desconfiada.

A reação é compreensível. Por que Bernard, depois de dizer que gostaria de lhe causar sofrimento, deixaria que ele simplesmente adentrasse sua fortaleza? Não precisa ser muito esperto para desconfiar de algo assim. Mas talvez Bram não tenha outra forma de chegar ao nosso vilão e fazer aquilo que ele me disse lá no quarto de hotel que faria.

"Qual seria o truque desta vez?" Ele externa seus pensamentos.

"Não há truque," ela diz. "Bernard quer-te fazer uma proposta. Podes entrar para falares-lhe pessoalmente."

Depois de dizer isso, dois soldados se manifestam do lado de dentro do pátio. Eles vão até os portões de madeira e abrem, com um rangido alto, a porta que há neles. A passagem fica aberta esperando que Bram se decida a entrar.

"Vão guiar-te até ele," ela avisa em referência aos dois vampiros prostrados ao lado da porta.

Ele olha desconfiada para ela. "Se algo acontecer a mim, meus aliados farão questão de matá-los!" adverte enquanto começa a se aproximar da porta.

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