Capítulo 11

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"É simples: você só precisa nadar até o fundo da baía e tirar de lá," ele diz como se realmente fosse simples.

"Eu não vou fazer isso! Aliás, é outono, Logan. Eu não quero acabar com um resfriado."

Então meu papel na história é simples, como ele diz. Eu teria de nadar até o fundo da baía de Irondequoit, outra cidadezinha minúscula vizinha ao norte de Rochester, atrás de algo que, por alguma razão, Logan se recusa a dizer exatamente o que é, mas que localizá-lo é fundamental para seus planos — que ele também não pensa em me contar quais são —, e tirar esse "algo" de lá. Ele diz que meu sangue nos guiará até o local, e que eu sou a única pessoa que pode fazer isso. Eu ainda não sei como reagir a essa informação, mas não me sinto nem um pouco tentada a fazer alguma coisa sobre ela. Quero dizer, por que eu deveria?

"Por que eu deveria ajudar?" Levanto-me do sofá e começo a andar nervosamente pela sala, em círculos. Logan me segue com o olhar. "Ainda não me esqueci de que a qualquer momento você pode me matar."

"Certo." Ele também se levanta. "Não há nenhum motivo para você fazer qualquer coisa por mim. Mas eu estava contando com um pouco de bondade da sua parte." Percebo que ele não me contradiz sobre poder me matar a qualquer momento.

"Por quê?" Paro de andar e coloco as mãos na cintura. "O que tem de tão importante nisso que fez você revelar seu segredo, seu e de sua família inteira, para um humano?"

Olha para o chão, pensativo. "Você realmente quer saber por quê?" Ele fica em silêncio, eu não respondo. Apenas espero que ele diga de uma vez por todas o que há de tão importante e por que precisa tanto de mim para isso. Depois de um tempo, respira fundo e finalmente diz, "Estamos atrás da cura."

"Cura?" Franzo o cenho, a boca ligeiramente aberta.

"É. Cura." Seus olhos encontram os meus, dor e esperança brilham neles, e ele parece tão vulnerável. Por algum momento sinto-me inclinada a dizer que sim, e que tudo vai dar certo. "Existe uma cura, e nós a queremos. Você acha que eu quero viver para sempre assim? Desde que eu descobri que existe uma forma de reverter isso, é a única coisa que tenho pensado."

"Eu não sabia," sussurro.

"A cura foi feita e escondida por Anthony. Por isso só os descendentes dele tem acesso. Ele fez desse jeito de propósito. Eu não sei por que ele quis ser um grande egoísta de merda, mas nós descobrimos tudo. Agora a única coisa que nos impede de consegui-la é você." Ele olha para mim, esperançoso de alguma uma mudança de ideia da minha parte.

"Ainda não vejo um bom motivo para fazer isso." Cruzo os braços. Não vejo problema em colocar fim ao sofrimento de um monstro imortal, mas não tenho nenhuma prova do que ele diz é verdade. E se fosse apenas uma manobra para ele conseguir meu sangue?

Logan fica em silêncio, seus olhos distantes. Depois de um tempo quieto, ele olha para mim e diz, "Se eu te prometesse encontrar a pessoa que feriu seu pai, você mudaria de ideia?"

Baixo o olhar para o chão. É claro que me preocupa saber que seu agressor anda livre por aí e que a qualquer momento pode voltar e tentar matá-lo. Mas confiar em uma criatura que poderia tomar todo o meu sangue, e da minha família, também não me parece ideia melhor. Levanto os olhos para ele e digo, "Vou pensar."

"Não era o que eu esperava, mas já é alguma coisa." Ele se senta no sofá atrás de si, um meio sorriso se formando no canto da boca. Tira o celular do bolso e digita alguma coisa nele. Eu fico observando de longe, ainda desconfiada. Não sei que tipo de vampiro Logan é, mas, se for como na ficção, é suposto que seja perverso. Uma criatura imortal capaz de matar qualquer um a sangue frio sem esforço. E ele é bonito. Malditamente bonito. Logan Davies poderia acabar o sangue de qualquer humano em segundos, mas com tal esplendor, ele teria qualquer vítima de joelhos lhe implorando por uma morte lenta só para poder admirar sua beleza até o último segundo. Porque isso que vampiros fazem: eles o seduzem para tomar seu sangue sem remorso algum. E eu não gostaria de ser uma delas.

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