Dangerous Love - Fillie

Capítulo 17

Narradora

Totalmente transtornado Wolfhard pega o primeiro vaso que vê pela frente e joga na parede, não demorando a ver o mesmo cair em pedaços no chão.

O que havia feito?

Estava tão preocupado em proteger Millie dos outros que acabou esquecendo de protegê-la de si mesmo. Tentando manter a calma Finn respira fundo e sente uma grande onda de arrependimento lhe atingir. Não podia mais se fechar. Brown havia se entregado para ele, havia lhe contado sua história, e se realmente a quisesse ao seu lado o traficante teria que fazer o que nunca havia feito antes: 

Abrir seu coração e contar para a morena sobre os demônios de seu passado.     

O tempo volta a se passar após a discussão do casal, e depois de juntar toda a coragem que tinha o moreno começa a caminhar em direção ao quarto, não demorando a abrir a porta lentamente. Com cuidado o cacheado se aproximar da cama, sentindo seu coração se apertar ainda mais ao ver que sua morena ainda chorava de costas para ele. Sem que a jovem percebesse Finn se deita na cama e a abraça antes que Millie tentasse se afastar.

- Eu cresci em uma casa muito pobre e minha mãe era uma prostituta viciada em drogas que ao menos sabia quem era o meu pai. Minha infância inteira foi vendo ela se prostituir e apanhar de seus "clientes" na nossa casa enquanto eu morria de fome, já que todo o dinheiro que ela ganhava usava para se viciar ainda mais. O tempo se passou e um dia quando cheguei em casa ela estava morrendo de overdose na minha frente. Por mais que eu a detestasse por tudo o que ela era, eu tentei ajudar, mas nada funcionou e ela morreu. Eu não chorei, não gritei, nem tão pouco me desesperei, eu ao menos me despedi. Tudo o que fiz foi vagar pelas ruas até decidir fazer essa tatuagem. Eu só tinha 15 anos, mas naquele dia decidi que iria lutar por mim mesmo, que nunca mais permitiria estar por baixo, que nunca mais ia depender de ninguém, e que não deixaria que nenhum sentimento bom entrasse no meu coração...mas aí você chegou! 

Lentamente Brown começa a se virar em direção ao amado, permitindo que o moreno visse seus olhos avermelhados devido ao choro. Com cuidado Wolfhard aproxima sua mão do rosto delicado da jovem e inicia uma carícia delicada ali.

- Me desculpe por ser tão bruto e carrancudo, mas eu nunca recebi amor antes. Sou novato nisso tudo e ainda não sei direito como agir. Eu tenho milhões de defeitos e feridas, mas eu quero você! Só você consegue fazer o que ninguém nunca conseguiu fazer em mim, e eu não quero te perder. Talvez você não entenda a necessidade que eu tenho de te proteger, mas se eu te perder, eu perco o que eu nunca tive antes, algo que o meu dinheiro não pode comprar, nem o meu poder no tráfico pode conquistar. Eu só preciso que você tente me entender um pouquinho...eu...

Antes que pudesse terminar de falar o moreno sente os lábios de Millie se unirem com os seus e o gosto salgado das lágrimas tomarem conta do beijo. Suas línguas se encontravam com intensidade e calma ao mesmo tempo, mas assim que o ar se faz necessário Finn une sua testa com a de Brown, iniciando uma carícia lenta em seu rosto.

- Me desculpa, por favor...

Millie interrompe

- Shiu...está tudo bem, agora eu entendo você e continuo te amando! 

Wolfhard sorri levemente voltando a beijar os lábios da namorada, mas não demora a se separar da mesma ao perceber que a jovem ainda chorava.

- Eu sinto muito...você já sofreu tanto que...

O traficante interrompe, não demorando a começar a secar as lágrimas da morena.

- Ei, já passou, não fica assim! O meu passado foi horrível, mas com você o meu presente tem sido um sonho.

Brown sorri bobamente e volta a colar seu corpo com o do traficante em um abraço forte.

- Mas me conta, o que aconteceu para você ter acordado tão estressado hoje?

- Eu tive um pesadelo horrível e descobri que parte do estoque de drogas foi roubado.

- Minha nossa...você acha que foi aquele mesmo homem que me ameaçou?

- Tenho certeza que sim. Ele passou um tempo em silêncio, mas essa é a prova de que ele voltou!

- M-Meu Deus, e se ele...

Finn  interrompe

- Não se preocupe com isso, aquele infeliz vai pagar muito caro!

- Só toma cuidado, por favor! Eu também não posso te perder! 

O cacheado sorri apaixonado com a fala da namorada e não demora a puxa-lá para seus braços, provando mais uma vez do gosto de seus lábios.

Dias Depois                             

O tempo havia voado para longe, e naquele exato momento o casal se encontrava à caminho de casa. Desde o dia em que Finn havia contado sua história para a jovem as coisas haviam se tornado mil vezes melhores entre eles. Millie o amava e esperaria quanto tempo fosse preciso até que o traficante estivesse pronto para viver aquele amor também. Brown sorri ao sentir a mão do cacheado tocar a sua e logo olha paro lado, o vendo continuar a dirigir. Tudo parecia perfeito, mas como num flash um pressentimento ruim atinge a morena. A cada segundo seu coração parecia se apertar ainda mais, e sem conseguir controlar Millie aperta a mão de Finn com mais força, atraindo o olhar preocupado do cacheado.

- Ei, amor, o que foi? Você está pálida! Está se sentindo mal?

- Não, está tudo bem...só estou um pouco tonta!

- Respira fundo, nós já estamos chegando!

O moreno declara acelerando o carro mais um pouco, e após alguns minutos o automóvel finalmente para em frente ao casarão do traficante. Millie observa o namorando sair do carro e sente seu coração voltar a se apertar. A jovem não sabia o que estava acontecendo, mas tão rápido quando um raio, o som de um tiro é ouvido, fazendo o desespero crescer dentro de Brown.

- F-FINN! 

Brown grita se lembrando do amado, e não demora a sair do carro, sentindo seu coração falhar uma 
batida ao ver que o amado havia 
sido baleado.