Os Dois Irmãos (Romance Gay)

Capítulo 48

- E agora? – perguntou Wesley.

- Cala a boca – mandou Miguel – Não vou abrir a porta.

Silêncio, até que...

- Miguel, abre essa porta – mandou Diego.

Nem Wesley nem Miguel falaram nada.

- Tudo bem então, você não quer abrir, eu fico aqui esperando, uma hora vocês irão sair daí.

Miguel olhou para Wesley com temor.

- Eu preciso sair daqui – disse Wesley se levantando de imediato.

- Mas como?

- Não sei... não sei...

Wesley foi até o banheiro e começou a tomar banho. Miguel foi atrás do rapaz.

- Tive uma ideia! É arriscada, mas pode dar certo.

- Que ideia?

- A janela do seu quarto está aberta ou você a trancou?

- Aberta... Por quê? – quis saber Wesley.

- Você vai passar pro seu quarto pela janela...

- Você está louco? Eu morro de medo de altura...

- Você prefere que o Diego nos veja?

- NÃO! – berrou Wesley, ficando amedrontado.

- Cala a boca – sibilou Miguel tampando a boca de Wesley com as mãos – Você vai ter que fazer isso.

- E se ele tiver entrado no meu quarto?

- Você fala que estava no banheiro. Eu duvido que ele tenha entrado. Ele não entra em um lugar sem ser convidado.

- Não teria tanta certeza assim...

- Enfim, não importa. É o jeito. Termina logo esse banho e se vista você precisa voltar logo para a cama.

- Vem me ajudar, vem?

Miguel deu um sorriso safado e se encaminhou para debaixo do chuveiro quente. Os rapazes se beijaram e Miguel tocou no membro de Wesley que, de imediato, ficou rígido.

- Eu te amo – disse Miguel baixinho no ouvido de Wesley, o que fez com que o rapaz se arrepiasse da cabeça aos pés.

Quando finalmente saíram do banho, Wesley vestiu as roupas com agilidade. Miguel, ainda nu, abriu a janela do quarto o mais silenciosamente que pôde e olhou para o quintal, que estava escuro e silencioso.

- Vem cá – cochichou ele apreensivo.

- Eu não quero fazer isso Miguel!

- É necessário! Por favor amor, não me coloca em apuros...

- Que Deus me ajude.

- Tem uma varanda no seu quarto, vai ser bem fácil.

- Com licença, vou subir na janela.

Ia ser arriscado, mas era a única solução que eles tinham. Wesley tinha pavor de alturas, quando subiu na janela sentiu um frio imenso na barriga, como se tivessem colocado um iceberg no meio de seu estômago.

A varanda ficava a dois metros de distância para a esquerda e era ligada à janela de Miguel por uma pequena trilha de tijolos.

O jovem sentou-se no peitoril da janela e colocou a perna esquerda na encosta de tijolos, passando a outra em seguida. Miguel, agora vestido com uma cueca boxer vermelha, encostou-se na janela e ficou incentivando Wesley.